Carlos Roxo (GDB) e Carlos Correia (SCM) olham para um futuro sombrio

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Qua, 15/04/2020 - 16:52


A próxima temporada, que não tem data definida para começar, está envolta de incertezas, receios e são esperadas muitas dificuldades, principalmente para os clubes de competições amadoras.

A pandemia da Covid-19, que levou à conclusão antecipada das competições, está a ter um impacto catastrófico. “Se era difícil até agora no futuro ainda vai ser mais em termos de patrocínios”, atirou Carlos Roxo, dirigente do Grupo Desportivo de Bragança, emblema do Campeonato de Portugal, em entrevista à Rádio Brigantia.

Perante uma economia nacional praticamente parada, o futuro está cheio de reservas e o futebol vai sofrer as consequências da falta de liquidez de possíveis patrocinadores.

Clubes como o Grupo Desportivo de Bragança vão lidar com tempos difíceis e a preparação na nova época está cheia de interrogações, desde logo a formação do plantel. “As dificuldades vão ser enormes. Contratar jogadores para o interior vai ser muito mais difícil, pois como temos que dar estadia e alimentação quem é que nos vai ajudar? Os restaurantes, por exemplo, também vão ter dificuldade financeiras”, frisou Carlos Roxo.

O GDB, que ocupava o 16º lugar aquando da paragem do campeonato, vai manter-se no terceiro escalão do futebol português, depois de a Federação Portuguesa de Futebol ter dado como concluída prova sem haver subidas, apesar de não estar colocada de lado a realização de um play-off para apurar as equipas que sobem à 2ª Liga, nem descidas. “Em termos desportivos claro que para o Bragança foi bom porque não desce, mas na verdade nós gostamos de jogar em campo e não na secretaria”.

Garantida a manutenção no Campeonato de Portugal, o GDB centra as atenções na área financeira e na resolução de vários problemas. Em gestão corrente, depois da demissão do presidente, Milton Roque, em Março, os restantes elementos da direcção tentam arranjar meios para liquidar os salários dos jogadores e treinadores relativos ao mês de Fevereiro.

Apesar das dificuldades financeiras, os brigantinos não vão recorrer à linha de crédito disponibilizada pela FPF. “Não é dinheiro dado, como se costuma dizer, é emprestado e tem que ser pago”.

Também o S.C. Mirandela, que conclui a época no 12º lugar, coloca de lado a hipótese de se candidatar à linha de crédito. Carlos Correia, presidente dos alvinegros, explicou que para equipas como o Mirandela, que já lidam com dificuldades, “não é benéfico”.

O líder da formação da cidade do Tua olha para um horizonte bastante sombrio. “Vai ser muito complicado para todos os clubes, principalmente para os clubes pequenos, os ditos amadores”, afirmou.

Carlos Correia é claro na abordagem ao futuro. “Vai ser difícil arranjar patrocínios para a próxima época. Ainda não sabemos quando vai começar a próxima época, mas vai ser preparada mediante o orçamento disponível correndo sempre riscos pois será complicado formar plantel”.

Em entrevista à Rádio Brigantia, o presidente do clube mirandelense garantiu que tem “tudo resolvido com os jogadores e treinadores”. Foi pago o mês de Fevereiro e que o clube irá tentar pagar mais um mês.