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Enfermeiros procuram emprego em Espanha

Ter, 03/06/2008 - 10:07


A proximidade, as condições de trabalho oferecidas e a falta de oportunidades em Portugal levam cada vez mais enfermeiros a procurarem emprego em Espanha.

Os recém-licenciados são os que mais se aventuram no país vizinho, onde a falta de enfermeiros representa uma oportunidade para os profissionais que saem das universidades e politécnicos portugueses.
A cerca de 50 quilómetros de Bragança, na localidade de Rabanales (Alcanices), encontramos João Nobre, um enfermeiro bragançano que, há cerca de seis meses, decidiu tentar a sorte do lado de lá da fronteira.
Quando terminou o curso de Enfermagem, no Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros, João entregou currículos e concorreu aos concursos que foram abrindo em Portugal, mas sem sucesso. Cansado de esperar, partiu à procura de emprego em Espanha e viu as portas abertas na Residência San Salvador, onde presta cuidados de Enfermagem aos cerca de 70 utentes.
Aqui, a directora da Residência, Llanos Soriano, afirma que é complicado atrair enfermeiros de Zamora para uma localidade pequena. Além disso, Bragança dista menos quilómetros de Rabanales do que Zamora, o que também contribui para atrair profissionais transmontanos.
“Já recebi cerca de 10 currículos de profissionais de saúde de Bragança. Mas, não temos mais vagas, porque dois enfermeiros são suficientes para o número de utentes que temos”, realça a responsável.
A boa recepção por parte dos colegas espanhóis e a excelente relação ao nível do trabalho de equipa dão força a João Nobre para a acordar diariamente às 5:30 horas e fazer-se à estrada até Rabanales.
A falta de oportunidades em Portugal também levou Pedro Silva a explorar o mercado de trabalho espanhol. Sem respostas aos currículos enviados para todo o País, este recém-licenciado decidiu pesquisar na Internet ofertas de emprego no país vizinho.

De Madrid às Canárias há enfermeiros bragançanos espalhados por toda a Espanha

Actualmente, Pedro é enfermeiro em Ambulância de Suporte Avançado de Vida em Benavente. A trabalhar a cerca de 145 quilómetros de casa, afirma que vai apostar na sua carreira em Espanha. “Não pondero voltar. Sinto-me muito bem lá, na minha equipa somos como uma família”, acrescenta.
Flávio Mendes também rumou ao lado de lá da fronteira para pôr em prática aquilo que aprendeu durante o curso de Enfermagem. “Concorri para todos os concursos que foram aparecendo para Portugal e nada”, lamenta.
Há cerca de um mês, este enfermeiro também ingressou no mercado de trabalho espanhol. Depois de algumas semanas de experiência num lar de idosos em Toro (Zamora), vai abraçar a segunda experiência de trabalho mais perto de casa. “Apareceu-me uma proposta para ser enfermeiro em ambulância para Zamora”, conta com um ar de satisfação.
Quando ingressou no curso de Enfermagem no Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros, Sílvia Bemposta estava longe de imaginar que iria para o desemprego no final da licenciatura. Com o canudo na mão, está em casa há cerca de um ano e sem perspectivas de trabalho no seu País. Por isso, há quase um mês começou a tratar dos papéis para tentar a sorte em Espanha. “ Para trabalhar lá temos que pedir o reconhecimento do curso. É um processo que demora cerca de 3 meses e é bastante burocrático”, afirma Sílvia Bemposta.
Mais perto ou mais longe de casa, os enfermeiros portugueses vão tentando o mercado de trabalho do lado de lá da fronteira para ganharem alguma experiência profissional. Para além de Zamora, Benavente, Madrid ou Barcelona, também há muitos enfermeiros do distrito de Bragança a deslocarem-se para Tenerife ou Canárias.