IX MASCARARTE celebra Moçambique

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Ter, 19/11/2019 - 11:12


As cores, ritmos e calor da cultura do grupo étnico Makonde, que vive no norte de Moçambique, em particular no planalto de Mueda, são os convidados em destaque para a IX Bienal da Máscara – MASCARARTE, que decorre, entre 28 de Novembro a 5 de Dezembro, em Bragança.

O programa da bienal foi apresentado ontem e, ao longo de quatro dias de festa, serão diversos os momentos e actividades que vão dar a conhecer melhor, não só os mascarados da região, mas também este grupo, que resistiu às investidas de outros povos africanos, árabes e traficantes de escravos, que se dedica, sobretudo, à agricultura e à escultura em madeira. Destacam-se assim a inauguração das exposições “Perspectivas da Máscara Makonde – Moçambique”, “Retrospectiva de Mascaretos”, “Gaitas de Fole no Nordeste da Península Ibérica”, todas no Centro Cultural Municipal Adriano Moreira, “Eu e o Outro”, no Centro de Fotografia Georges Dussaud, e “O Rosto – Máscara Intemporal”, no Museu do Abade de Baçal. Destaque ainda para o espaço máscara, que funcionará ao longo da festividade, para os momentos de reflexão e debate, para a apresentação do catálogo da edição anterior, para conferências, concertos e workshops. O ponto alto acontece a 30 deste mês, com o desfile pelas ruas do centro histórico, que termina, pela segunda vez, no castelo, com a queima do mascareto. “Estamos a dar seguimento ao que foi a primeira experiência no castelo, que é um elemento icónico da cidade. Entendemos que continuaria a ser interessante que ali fosse o momento alto do evento”, esclareceu o presidente da câmara de Bragança, Hernâni Dias, sobre o facto de se manter a queima no castelo, que para ali foi levada na última edição. Este ano o mascareto será alusivo à reencarnação do diabo, da morte e da censura no Deus Brahma, segundo explicaram António Tiza, presidente da Academia Ibérica da Máscara e do Traje, e Luís Canotilho, associado e primeiro presidente desta entidade, ambos fortes impulsionadores da recuperação da máscara no território.

Jornalista: 
Carina Alves