Líder do CDS de Vimioso demite-se e sai do partido

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Ter, 20/10/2020 - 17:33


Jorge Santos, que era também vice-presidente da distrital de Bragança, abandona o partido.

O presidente da concelhia de Vimioso do CDS/PP demitiu-se do cargo e entregou o cartão de militante. Jorge Santos queixa-se de “desrespeito” por parte da nova direcção nacional dos centristas em relação a “quem luta e representa o partido localmente no seu concelho e distrito”. O presidente demissionário da Comissão Política de Vimioso do CDS/PP, que também pertencia à distrital do partido, como vice-presidente, explicou que há um mês e meio tinha anunciado a intenção de se candidatar a líder da estrutura, mas até agora o partido “não marcou eleições para a distrital nem tem intenções de o fazer”. “Não posso fazer parte de um partido onde não há democracia no distrito, por isso não fazia sentido eu continuar e ser candidato à distrital, nem ser presidente de uma concelhia, quando não há abertura do partido para ouvir os militantes, nem há comunicação”, sublinhou. Militante e líder da concelhia centrista desde 2013 diz que foi nomeado um delegado distrital, quando a última estrutura distrital de Bragança do CDS, da qual era vice-presidente, ainda estava em exercício. “Praticamente foi retirado o poder à distrital que estava eleita pelos seus militantes”, acusa, acrescentando que “depois de não marcar eleições e de nomear um delegado distrital, anda a marcar eleições para as concelhias às pinguinhas”, destacando que assim as pessoas terão de ir duas vezes votar.

Jorge Santos saiu do partido em protesto com a direcção do CDS

Carla Tavares era líder da distrital desde Fevereiro de 2018 e o mandato teria já terminado, no entanto, segundo Jorge Santos, por norma, enquanto não se realizam novas eleições as distritais e concelhias eleitas permanecem em exercício. No entanto, a direcção do partido suportou-se num parecer para nomear como delegado distrital o presidente da concelhia de Mirandela, Sérgio Casado. O centrista de Vimioso diz que insistiu “diariamente” na necessidade de marcação de eleições e que “o partido não ouve”, sendo que a situação se arrasta há dois ou três meses. “Se o partido não ouve, é lógico que não estamos no sítio certo”, sublinha. Jorge Santos vai mesmo mais longe e diz que, “neste momento, o partido é gerido por pessoas pouco competentes, jovens demais politicamente e que não têm noção do que é uma concelhia, uma distrital ou fazer campanha porta-a-porta, do que é estar no nosso distrito”. O agora ex-militante crítica ainda a decisão da direcção do partido de encerrar sedes de estruturas partidárias no distrito, porque “acham que é desta forma que vão recuperar o partido financeiramente”. Actualmente há uma sede do CDS em Mirandela e outra em Bragança, mas Jorge Santos não adiantou qual encerrará ou se serão as duas a fechar. Apesar desta demissão da concelhia e a saída do partido ser em protesto com a actual direcção, Jorge Santos garante que não vai voltar atrás na decisão e o afastamento do partido é definitivo.

Jornalista: 
Olga Telo Cordeiro