Morreu o transmontano Adriano Moreira: ministro de Salazar

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Dom, 23/10/2022 - 13:15


Tinha 100 anos e foi ministro do Ultramar de Salazar

Nasceu em Grijó, aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros. Era o político vivo mais antigo da história da democracia.

Estudou em Lisboa, no Liceu Passos Manuel, e mais tarde, em 1944, licenciou-se em Ciências Histórico-Jurídicas pela Faculdade de Direito de Lisboa.

Foi professor universitário, mas em 1960 é convidado por António de Oliveira Salazar para integrar o Governo como subsecretário do Estado da Administração Ultramarina. No ano seguinte ficou com a pasta do Ultramar, tornando-se ministro. Nessa altura, acabava de começar a Guerra Colonial. Ainda assim, enquanto governante, implementou reformas como a abolição do Estatuto do Indigenato, lei que negava a cidadania portuguesa a quem vivia nas colónias, e determinou o fim das culturas obrigatórias nas colónias. Mas, em 1963, acabou por deixar o Governo.

Mais tarde casou-se com Mónica Mayer, com quem tem seis filhos. Após o 25 de Abril, chegou a estar exilado no Brasil, onde foi professor na Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Foi presidente do CDS, de 1986 a 1988, e deputado na Assembleia da República, entre 1980 1995, da qual chegou a ser vice-presidente, entre 1991 e 1995.

Já recebeu vários prémios e condecorações, como a Medalha de Mérito Cultural, a Medalha da Defesa Nacional de 1ª classe, a Medalha do Exército de D. Afonso Henriques de 1ª classe, a Medalha Militar de Serviços Distintos grau ouro da Marinha, entre outras. É ainda Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e Cavaleiro Grã-Cruz da Ordem de África.

Autor de inúmeras obras, como “Direito Corporativo”, “Política Ultramarina”, “Ideologias Políticas”, “A Europa em Formação”, “O Drama de Timor”, “Ciência Política”, “Direito Internacional Público” e “Teoria das Relações Internacionais”.

O município de Bragança já reagiu à morte do transmontano. Na página oficial do Facebook escreveu que “todas as adjectivações que lhe possamos dedicar pecam por não fazer jus àquilo que foram os seus pergaminhos”, acrescentando que “partiu o homem, mas para a história continuará bem vivo o seu nome”.