Plano de revitalização do Cachão está pronto

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Qua, 05/08/2020 - 12:28


Novidade foi avançada pela presidente da câmara de Mirandela

Já está pronto o Plano Estratégico de Revitalização do Complexo Agro-Industrial do Cachão, no concelho de Mirandela. A novidade foi avançada pela presidente da câmara, Júlia Rodrigues, que disse que a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás- -os-Montes (CIM-TTM) já tem terminada a proposta para remodelar a infra-estrutura, criada na década de 60, pela mão do engenheiro agrónomo Camilo Mendonça, natural de Vilarelhos, no concelho de Alfândega da Fé, com o apoio do Estado Novo e de Salazar. Apesar de tudo, a presidente também disse que ainda não há prazos definidos para que a requalificação da infra-estrutura, que chegou a empregar milhares de pessoas e estava pensada para impulsionar a agricultura transmontana, possa ser candidatada a fundos comunitários. “Todos sabemos que é um problema que há muitos anos passou para as câmaras municipais”, relembrou Júlia Rodrigues, que disse que “é urgente uma candidatura a fundos comunitários” para que haja um “forte investimento no complexo”. Até ao final do ano, segundo a expectativa da presidente, o complexo deverá ter prontas novas vedações. Júlia Rodrigues também disse acreditar que até essa data deverão ser removidos os escombros, uma vez que a retirada do lixo, que ficou concluída em Janeiro do ano passado, deixou paredes sem qualquer sustentabilidade. A presidente da câmara de Mirandela avançou estas informações, à Rádio Terra Quente FM, na última assembleia municipal extraordinária, onde se apresentaram as contas consolidadas da Agro-Industrial do Nordeste (AIN) e do Matadouro Industrial do Cachão. Sobre esta matéria, a autarca avançou que em 2019 o município desembolsou 150 mil euros para colmatar os “prejuízos” de 20014 e 2015 do matadouro, fruto de uma participação de 49% na AIN. Estas duas entidades, o matadouro e a AIN, deverão fundir-se, conforme explicou ainda a presidente, que revelou que está a ser feito um processo de consultoria para que tal aconteça.

 
Revitalização levanta questões
Na assembleia municipal extraordinária, o líder dos social-democratas de Mirandela, Paulo Pinto, reiterou que as “promessas eleitorais” de recuperação do complexo do Cachão, avançadas, nos últimos três anos, por Júlia Rodrigues, “caíram por terra”. Segundo Paulo Pinto, o matadouro do Cachão “não está a fazer bem aquilo para o qual foi criado”, já que “tem diminuído a sua actividade operacional”, no que toca ao abate. O deputado do CDS, José Faustino da Cunha, que assinalou que “o complexo tem que ter uma revisão total”, frisou que, além da urgência em se criar uma “nova estratégia”, a infra-estrutura precisa de “sangue novo”. Para o deputado, já que o Cachão “teve o sucesso que teve” porque “dava aos agricultores um preço de venda e tratava da comercialização dos produtos”, a câmara terá que se voltar para a agricultura e para a exploração dos produtos agrícolas. Se assim não for, José Faustino da Cunha considera que “o Cachão não existe”. O deputado municipal da CDU, Jorge Humberto, que acredita que “a única forma de viabilização do complexo é deixar de ser subsidiado pelas câmaras municipais”, defende que a infra-estrutura deve assim passar para responsabilidade do Estado, a quem cabe fazer obras.
 
 
Jornalista: 
Carina Alves