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Televisão dada pela Cruz Vermelha de Bragança ajuda a combater solidão de Ernesto Rodrigues

Ter, 29/06/2021 - 10:35


Ernesto Rodrigues é um dos rostos do isolamento e solidão no concelho de Bragança. Vive na localidade de Mós, tem 73 anos e o seu cão de gado transmontano é a sua única companhia

Nestes dias, uma das distracções é o Campeonato da Europa de Futebol, que está a decorrer, mas a televisão que tem já não funciona. Foi aí que surgiu um pedido especial à Cruz Vermelha de Bragança, instituição que lhe presta cuidados e entrega bens alimentares. Ernesto Rodrigues pediu uma televisão para lhe fazer companhia. “A televisão que tinha, umas vezes dava, outras vezes não dava. Depois lá me queixei e na quarta-feira trouxeram-me esta televisão”, contou, salientando que apesar de não ligar muito a futebol, ver a selecção é diferente. Mas mais do que poder ver o EURO 2020, a televisão é a sua companhia. “É uma distracção”, afirmou. Outra das distracções é o rádio, que leva sempre consigo para a horta, para ouvir a Rádio Brigantia. “De manhã levanto-me, vou para a horta com o cão e o rádio está na parede”, disse. A pandemia veio agravar o isolamento de idosos como Ernesto Rodrigues, que ia com frequência à cidade, mas com o receio de andar de transportes públicos deixou de o fazer. A delegação de Bragança da Cruz Vermelha tem sido o seu apoio. “O senhor Ernesto pertence ao grupo de pessoas que são ajudadas no meio rural, em que procuramos combater o isolamento social, mas também prestar apoio alimentar, de roupa e de todas as necessidades que de forma individual cada um nos vai apresentando. E da última vez que viemos cá o senhor Ernesto disse que gostava de ter uma televisão e foi isso que fizemos”, explicou Bárbara Freire, enfermeira da instituição, acrescentando que no programa de combate à solidão são apoiados mais de 40 idosos. 

Cruz Vermelha de Bragança património protegido

A delegação de Bragança da Cruz Vermelha foi considerada património protegido e de interesse pela Cruz Vermelha Portuguesa. Segundo o presidente da delegação de Bragança, Duarte Soares, a elevação foi atribuída “pelo cariz arquitectónico do seu edifício, por ser propriedade integral da Cruz Vermelha e por apresentar actividades e uma sinergia humana muito relevante”. Uma das apostas desta delegação passa pelo acolhimento de refugiados. Em Março, foram acolhidos três e recentemente outros três. “Este é um projecto ainda pequeno, mas que está também a ser reconhecido pela Cruz Vermelha nacional como um projecto que tem surpreendido pela rapidez da aprendizagem da língua, na documentação e na inserção laboral, que vamos querer repetir com estes jovens refugiados da Síria que trazem histórias de um contexto de guerra e conflito”, frisou Duarte Soares.

Jornalista: 
Ângela Pais