Voos internacionais sem impacto

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Ter, 08/08/2006 - 14:46


Com o arranque dos voos da Aerocondor entre Bragança e Paris, há cerca de um ano, comerciantes e empresários locais não têm notado grandes alterações no volume de clientes e negócios.

Apesar das expectativas criadas em torno destas viagens e da vinda de um maior número de visitantes, a verdade é que os voos em pouco, ou nada, têm interferido com os lucros do comércio e serviços de Bragança.
A empregada do bar do aeródromo local, onde desembarcam os passageiros da Aerocondor, Amélia Regino, afirma que, apesar de se registar um maior número de pessoas de passagem, o volume de transacções não tem sofrido qualquer aumento. “Não vendo mais do que antes do início dos voos, que pouco lucro trazem”, referiu a funcionária. Esta realidade, segundo Amélia Regino, verifica-se porque “os emigrantes passam por aqui, mas vão logo embora”. Contudo, a empregada de balcão não deixa de defender a importância que estas carreiras têm para a cidade e população residente no estrangeiro.
O taxista do aeródromo, Américo Martins tem uma opinião semelhante à de Amélia Regino. “Quem desembarca aqui tem, geralmente, os familiares à espera e, por isso, não utilizam muito o táxi”. Apesar de estar naquele espaço sempre que algum voo chega, o transportador admite que o seu grande número de clientes não se deve às viagens para Paris da Aerocondor.

Menos clientes este ano

Também as empresas de aluguer de automóveis alegam que não sentiram nenhuma mudança no negócio com o arranque dos voos internacionais. “Apesar desta época ser mais propícia ao aumento do fluxo de clientes, não constatei muitas alterações”, referiu o funcionário da Budget – Aluguer de Carros, Manuel Gomes.
O responsável explica a situação com a capacidade dos aviões que transportam os passageiros. “Como são poucas pessoas em cada voo, não têm muito impacto nos negócios”, sustenta o funcionário.
A solução passaria, na perspectiva de Manuel Gomes, por aumentar o número de voos para dar resposta à procura crescente por parte dos emigrantes.
A mesma posição é defendida pela funcionária da Europcar, Cristina Carvalho. “Nós não notamos grande impacto com os voos”, talvez porque, “as pessoas não têm muito dinheiro, para alugar carros”, concluiu a profissional.