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Turé regressou aos golos

Ter, 06/06/2017 - 14:32


Turé foi determinante no triunfo da formação treinada por André David, marcou aos 38’ e aos 62 minutos.
O jogador guineense já esperava um jogo complicado mas o factor casa foi importante. “Nós sabíamos que ia ser difícil, mas em casa íamos dar tudo com o apoio dos adeptos”.

Bragança de garra continua na luta pela manutenção

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Ter, 06/06/2017 - 14:30


O GDB derrotou (3-1) o Angrense e recuperou da desvantagem de 1-0 que trazia dos Açores. O triunfo caseiro teve a assinatura de Turé, que bisou, e Serginho. Os canarinhos vão defrontar o Gouveia na última e decisiva eliminatória.

O acordo ortográfico

Bem suplicou Baptista Bastos “não me tirem o p ao Baptista” mas em vão. As consoantes mudas caíram. Se bem que a mais muda de todas, o h, não. Continua a escrever-se com h no início das palavras excepto talvez em húmido que os brasileiros escrevem sem h (nós também já temos erva apesar de herbário). Talvez que o p de Baptista só fizesse falta ao Baptista Bastos mas o p de óptico ou o c de espectador fazem falta a toda a gente. Óptico sem p pode referir-se aos olhos ou aos ouvidos e espectador e espetador não são a mesma coisa. Neste último caso fica à vontade do freguês escrever com ou sem c, o que só mostra que não houve acordo. No caso de ótico cria-se mais uma homografia que neste caso até se trata de homónimas. Nada que a gente não conheça já, a começar pelo canto dos Lusíadas, o canto de cantar e o canto da sala. Para quê criar mais uma? Só dá para a confusão. Mas com o argumento de aproximar a grafia da fonética também o p de Egipto caiu. Agora escreve-se Egito mas os seus habitantes são egípcios porque o p aqui é pronunciado. Como é que ninguém se preocupou com aquilo que os linguistas chamam congruência gráfica, isto é, palavras da mesma família terem a mesma matriz? Mas isso é coisa pouca e além do mais também já tinha caído o p ao prompto. (Bem pior estão os espanhóis que já escrevem sicológico e neumático). E também já tinha “andado” o s à sciência, o g ao Ignácio e à Magdalena (e vem aí a amígdala), o m ao alumno, o c ao Victor. E o c de Victor cai mal porque Vítor é uma palavra grave terminada em r logo tem de ser acentuada. Trocou-se o c pelo acento. Lá se foi o ganho.

As consoantes mudas tinham função. Eram mudas mas faziam falar. Faziam aquilo que em gíria futebolística se diz “jogar sem bola”. Nada na grafia do Português de Lei era supletivo. As consoantes mudas e os sinais gráficos ou tinham função ou tinham história. Assim não nos surpreendamos por ver os políticos dizer acordos com o o aberto ou os masters chefs dizerem molhos com o o também aberto. É um erro mas nada na actual grafia indica se o o é aberto ou fechado. Também nada me diz como devo pronunciar a palavra quando mas toda a gente, ainda, sabe que o “qu” de quando não tem nada a ver com o “qu” de quisto. E até na mais portuguesa das palavras portuguesas, saudade, não há nenhum sinal gráfico que ensine a pronunciá-la bem. Mas dantes havia. O que vale é que ainda nos lembramos que o “au” de saudade nem parecido é com o “au” de pau, de vau e muito menos de lafrau. Mas qualquer dia a tradição oral dá volta a isto.

No uso do hífen gerou-se alguma confusão. É mandachuva mas também é guarda-chuva. É paraquedas mas

também é para-brisas. É abre-latas mas também é pé de cabra e é cor-de-rosa mas também é cor de laranja. Uns com hífen outros sem ele. A justificação para a grafia de cor-de-rosa é o facto de ser uma cor que nada tem a ver com a rosa uma vez que esta pode ter várias cores. Já cor de laranja é a cor da laranja. Sendo assim penso que cor-de-burro-a-fugir estará assim bem grafado pois não se sabe quem é o burro.

Também a ligação por hífen, das formas verbais monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver à preposição de, é suprimida. Por ex: antes escrevia-se hei-de e agora é hei de. Estranho particularmente esta alteração na ortografia porque o Acordo de 45 era categórico quanto à obrigatoriedade do uso do hífen neste caso. Este caso não é de omissão ou negligência. É mesmo um caso de opiniões contraditórias com exibição dos suportes teóricos. (Os linguistas de hoje sustentam que o de em causa é proclítico, isto é, que o de está associado à acentuação da palavra seguinte não precisando pois do traço de união com a palavra precedente. Por outro lado, a ligação do de ao verbo haver é tão forte que até inconscientemente conjugamos o verbo com o de às costas. Ou não é verdade que dizemos, eu hei-de, tu hás-de… etc? Quando devia ser eu hei, tu hás, etc. Associamos o de embora não pertença à conjugação). O que é que os linguístas de 45 viram que estes não viram ou vice-versa? Ou então, que é que de substantivo mudou de então para cá que justifique a alteração? Nas alterações à grafia estão presentes, na quase totalidade dos casos, dois contributos: a etimologia e a fonética. Etimologicamente, as palavras portuguesas vêm do Latim ou do Grego, línguas mortas portanto há muito imutáveis. Logo, qualquer alteração na grafia das palavras deriva de uma aproximação maior à fonética das mesmas. Ora, o suprimir o hífen em hei-de sugere-me uma pergunta, por brincadeira: quando é que deixámos de pronunciar o hífen?

Não sou um entusiasta deste Acordo. Nas alterações propostas só o argumento economicista me poderá convencer. De resto traz mais transtornos que simplificações. Foi o Acordo que ninguém pediu a não ser, talvez, os editores e livreiros. O número exagerado de homografias só pode criar confusão. Além disso as duplas grafias mostram que não se chegou a acordo em muitos casos. (Não tem nada a ver com a dupla grafia em repertório/reportório onde embora sendo certa a primeira grafia o povo impôs a segunda. Ou dos dois plurais de corrimão). Acresce ainda o facto de não terem sido consideradas as palavras de origem bantu e as de origem malaio-polinésias o que deixou os angolanos e moçambicanos à beira de um ataque de nervos, a ponto de Angola ainda não ter ratificado o acordo. Ressalva-se aqui a modestíssima contribuição de Malaca Casteleiro que introduziu BUÉ no seu dicionário. (Quem pensa fazer acordos não pode ter tiques neocolonialistas. Ou será que a única coisa que interessava era o mercado brasileiro?)

Não sou, pois, entusiasta deste Acordo. E não me venham com o argumento balofo que as línguas faladas são entidades com vida própria, não são estáticas antes têm dinâmicas que há que ter em conta. Mas aqui não se trata da língua mas sim do código que preside à forma de a grafar. E não encontro alterações substantivas que justifiquem alterações na ortografia. Antes pelo contrário defendo um regresso às origens, criar uma espécie de referencial, para memória futura, do qual se partiu para o que é hoje. E isto porque a nossa língua corre o risco de desaparecer, tal como a conhecemos, mais cedo do que parece. Passo a explicar mas para isso tenho de fazer um enquadramento.

Há 50 anos Marshall McLuan, uma espécie de Júlio Verne da comunicação, anteviu a “internet” e a sociedade da comunicação que hoje temos. Comunicações fáceis, rápidas, baratas, em tempo real e para todo o mundo. O mundo pareceria mais pequeno, tudo ao alcance da mão, o que o levou a chamar-lhe a “Aldeia Global”. Como não imaginava quais eram as ferramentas dessa comunicação mas sabendo que não era pela escrita chamou a essa sociedade, para ele do futuro, sociedade “post-Gutenberguiana”. O que é um facto é que ele acertou na “mouche”. É o que temos hoje e não pára aqui. A forma como os mais jovens se ligam nas redes sociais, enviam SMS(s), comunicam por Skype mostram que a “Aldeia Global” já está instalada. E o ritmo de comunicação é de tal forma frenético que levou os jovens a simplificar palavras, criar outras e aplicar muitas terminologias sobretudo em inglês. (Já vi uma mensagem assim datada: 2KY. y de year, ano em inglês; k múltiplo 1000 em sistemas métricos decimais como em kg ou km. Era portanto o ano 2000. (Faz lembrar, nas devidas proporções, os discursos de Lucas Pires que os seus detractores rotulavam de conjunto de helenismos, latinismos, galicismos e algumas palavras em português mas que eram tão cheios de sentido e plenos de humor. Ia buscar a palavra certa não importava a que cultura.)

Se McLuan visse a Internet com o seu potencial de comunicação ficaria feliz por ver que estavam certas as suas teorias sobre a “Aldeia Global”. Mas não ficaria menos feliz e orgulhoso Jean Piaget por ver aqui um caso prático da sua teoria construtivista. “O Homem constrói o seu próprio conhecimento” assim enunciava ele a síntese da sua teoria. E os jovens de hoje com o seu vocabulário próprio, com a utilização de símbolos das mais diversas áreas de conhecimento e a forma telegráfica que dão à comunicação, criaram o seu próprio conhecimento. Afinal a “geração rasca” era bem mais que aquilo que alguns vaticinavam.

Em face disto penso que em pouco tempo a (orto)grafia dominante será a dos SMS porque além de ser muito mais simples, serem muitos mais os utilizadores e muitíssimo mais dinâmicos. A ortografia actual passará a ser, só, objeto de investigadores linguísticos. Por isso, este deve ter sido o último Acordo Ortográfico. O próximo deve ser um Acordo Fonético. Até aqui houve a preocupação de acertar a escrita pela fonética. No futuro terá de se arranjar uma fonética para a escrita agora emergente.

Vendavais - E o degelo aqui ao lado

A insensatez humana vai muito além do previsível e provoca muito mais mal a si própria do que qualquer dos mortais pode imaginar. Não é só a insensatez de uma pessoa, mas a de todos os que se associam a ela. Os danos são incomensuráveis.

Há já muitos anos que se fazem previsões sobre a capacidade do planeta aguentar tantas agressões. Desde o abate clandestino ou não de milhares de árvores da Amazónia, o maior pulmão do planeta onde todos nós vivemos, até aos acordos que se têm feito para reduzir a quantidade de químicos libertados para a atmosfera saídos das enormes bocas industriais situadas desde a China aos EUA passando pela Europa, tudo tem tido como objetivo salvaguardar a sobrevivência de todos e do enorme palco onde todos giramos. Mas os resultados não têm sido muitos.

Na realidade o gelo dos polos continua a derreter e o nível do mar a subir, conquistando aos poucos, palmos de terra que não voltarão às nossas mãos. Simplesmente perdemo-la. O aquecimento global é, também ele, motivo de preocupação já que as influências climáticas que daí advêm são brutais. Os invernos já não são o que eram. A neve já não cai com tanta frequência e quando cai logo se derrete permitindo uma vida normal. Nada do que era há alguns anos atrás que quando caía permanecia alguns dias sem derreter e causava problemas variados. O tempo mudou e nós já nos apercebemos disso. Os meses, tal como eram conhecidos pelos nossos avós em que cada um tinha uma nomeada adequada, já não há paralelismo. O abril das água mil, já quase não existe e o janeiro geadeiro passou a uma promessa de luar matreiro. As constatações são óbvias e mais que muitas. Infelizmente.

Ora quando todos os esforços se uniam para alargar as medidas a implementar para reduzir as agressões ao planeta e quando se debatia alguma possibilidade de alteração ao acordo de Paris, eis que Trump resolve sair do acordo, pondo de lado os EUA, no combate por um planeta mais saudável e menos poluído. A maior insensatez que podia ser cometida por um estadista mundial.

Uma nação como os EUA deveria ser a última a fazer tal asneira, já que contribui enormemente para a poluição mundial, mas quando tem um presidente louco que põe o dinheiro à frente do interesse da humanidade, já nada mais se pode esperar. E, claro, que as desculpas ou justificações para tal ato adiantadas por ele, não cabem aqui e só vêm provar que ele é de facto louco ou lunático compulsivo, sim, porque que ele só pensa em dinheiro, já nós sabíamos.

Trump conseguiu enervar a ONU e enraivecer todos os países do mundo e, penso que a tentativa de querer renegociar o acordo de Paris, não lhe vai servir de nada, pois ele não será negociado, especialmente nos termos que ele quer ou seja, reduzir as despesas de comparticipação dos EUA. A salvação do planeta não pode estar sujeita a questões monetárias. Estou convencido que se houvesse eleições nos Estados Unidos neste momento, Trump perderia por larga margem.

De igual forma, perderia Theresa May na Inglaterra quanto ao Brexit. Ela não gostou nada do procedimento de Trump na cimeira do G7 e do que os jornais americanos noticiaram sobre o atentado de Manchester. E as desculpas de Trump foram de uma arrogância atroz e, por isso mesmo, imperdoável. E ela não vai perdoar. Muito mais difícil depois da decisão de sair do acordo climático de Paris. Talvez esta decisão a salve nas próximas eleições, em que as sondagens não lhe são favoráveis. Quanto vai custar este Brexit à Inglaterra? Possivelmente mais do que Trump pensa poupar com a saída dos EUA do Acordo de Paris.

Mas se Trump ganhou vários inimigos e se Theresa May perdeu milhares de votos, o certo é que o nosso planeta está a ganhar um aquecimento global enorme, caminhando para a insustentabilidade da vida humana dentro de algumas centenas de anos. E depois quem vai ser culpado? Trump? Ou a insensatez humana? É que o degelo que a Terra está a sofrer é um duro golpe para se manter neste espaço sideral onde paira há biliões de anos e permitiu que a tal vida humana aqui se reproduzisse. E agora vamos matar-nos a nós próprios?

Ajudas da União Europeia apoiam crescimento do Interior

Desde 1989 que Portugal beneficia de ajudas muito significativas da União Europeia, para o desenvolvimento e a coesão visando a convergência entre Estados-membro e a diminuição das assimetrias regionais, ajudas que foram antecedidas de apoios específicos no período de pré-adesão à então Comunidade Económica Europeia, o que ocorreu após o pedido de adesão apresentado por Portugal no ano de 1977.
Nas últimas quatro décadas tudo ocorreu a um ritmo muito intenso, a democratização do País, a superação das muitas carências em que os portugueses viviam, as dificuldades políticas de conciliar as legítimas exigências do Povo com os escassos recursos do País, associadas a ciclos de governação muito curtos, num processo de aprendizagem política e institucional, em que se cometeram erros para lá do comportável pela economia, tendo ocorrido três resgates externos ao País. Durante este ciclo de elevada intensidade social e política, não faltou a solidariedade europeia, que nos últimos 30 anos tem ajudado Portugal de forma contínua com cerca de 9 milhões de euros por dia.
Apesar dessa grande ajuda, desde o ano de 2000, ano de alargamento da União Europeia de 15 para 25 estados membro, até ao ano de 2014, ao contrário do conjunto de Estados-membro com um PIB pc mais baixo, que convergiram para a média da União Europeia, Portugal divergiu ligeiramente, de um PIB pc de 78,4 para 77,6, com a particularidade de Portugal ter sido um dos dois países da UE em que durante o período da crise se verificou diminuição da população e recessão econômica. No gráfico observa-se a convergência do país e da Região Norte no contexto da União Europeia a 28. 
Em termos de convergência no contexto da União Europeia, Portugal tem um longo caminho a percorrer e, se por um lado os outros países também têm objetivos de crescimento, por outro, a situação de endividamento público e privado a que o país chegou torna o processo mais exigente.
Também não ajuda o facto de Portugal ser um país de grandes desigualdades, em termos de PIB pc, sendo a Região Norte a de mais baixo PIB pc. Só a Região de Lisboa está acima da média da EU, sendo desde o ano de 2010 a única acima da média nacional. Não ajudam as projeções demográficas que apontam para que em 2050, a Região Norte que no início dos anos 90 era a mais jovem e populosa região do país deixe de o ser, passando a Área Metropolitana de Lisboa a ser a região mais populosa, situação que ocorrerá em cenário de forte perda demográfica do país, o que ameaça a coesão regional com maior expressão no Interior. Essa situação cruzada com o facto de a produtividade, a inovação e a tecnologia se potenciarem nos centros urbanos mais dinâmicos, pode vir a confrontar-nos com um centralismo mais forte, cada vez mais Lisboa e o resto do país, se não ocorrer uma inversão efetiva de políticas nacionais de incidência regional.
Neste período, Portugal é um dos cinco Estados-membro da UE em que as disparidades regionais em termos de PIB pc diminuíram, embora de forma muito lenta, apesar de ter de resolver um processo de fortes assimetrias criadas durante várias décadas. Feita a comparação entre a Área Metropolitana de Lisboa com a Região Norte, em termos de PIB pc, face à média nacional constata-se existir uma diferença que corresponde a uma diferença de 40% no rendimento médio dos cidadãos.
A Região Norte, em igual período, em termos de PIB pc cresceu ligeiramente face à média da União Europeia, passou de 63 para 64,5 pontos percentuais, variação que foi mais influenciada pelo decréscimo da população do que pelo crescimento da economia. Também as desigualdades se repetem na Região Norte, com uma diferença de 40% entre o rendimento médio em termos de PIB pc entre a Área Metropolitana do Porto e o Tâmega e Sousa, apesar de em geral se ter registado convergência,  em NUT III como Terras de Trás-os-Montes, Douro ou Alto Tâmega, ocorre muito em parte devido à perda de população (gráfico: fonte ccdr-n).
Apesar das muitas dificuldades de convergência interna e externa, o País no seu todo tem mudado para melhor, a imagem que hoje podemos fazer é significativamente diferente da de há quatro décadas atrás, fruto da vontade e esforço dos portugueses e das ajudas da União Europeia de que tem beneficiado para a construção de ativos essenciais ao crescimento da economia, à criação de emprego e ao combate à pobreza, o que nos permitem encarar o futuro com alguma esperança. Dispomos hoje de um sistema de saúde que garante mais acessibilidade e qualidade a todos os cidadãos; de uma força laboral mais qualificada, assegurada por uma rede de ensino e formação dotada de boas infra estruturas; de uma rede de instituições de ensino superior mais forte e regionalizada; de uma rede viária moderna que assegura mais coesão territorial e competitividade à economia; de melhores infra estruturas portuárias e aeroportuárias; do território coberto com melhores infra estruturas ambientais, desde a qualidade da água de abastecimento público, à recolha e tratamento de esgotos e de resíduos; água com melhor qualidade nos rios e nas praias; uma rede de equipamentos culturais, desportivos e de lazer de qualidade, em todo o território nacional; centros urbanos muito mais atrativos e competitivos; uma rede social estruturada, com bons equipamentos e respostas sociais abrangentes; um sistema de inovação e de interface tecnológico com expressão em termos territoriais e articulado com as principais atividades econômicas.
É neste contexto que a Região Norte enfrenta o desafio de acelerar a convergência regional, fortalecendo a coesão e competitividade no seu todo, contando com o poder das regiões que mais contribuem para a economia regional, deixar de ser a região mais pobre de Portugal e que no conjunto das 25 regiões NUT III do país inscreve a AMP na 9.ª posição e as restantes sete nas 10 com mais baixo PIB pc. Desafio que tem que contar com uma realidade nova, o grave problema do decréscimo populacional que ocorre na Região Norte desde o ano de 2006, em particular o despovoamento acelerado no Interior Norte que assume em alguns dos seus territórios proporções irreversíveis. Os contastes também na demografia são bem evidentes, só em 12 dos 86 concelhos se regista crescimento populacional, situados no litoral e à sua volta os concelhos em que a população menos decresce, registando-se um índice de envelhecimento muito desigual, temos concelhos no Tâmega e Sousa com o mais baixo índice de envelhecimento, Lousada com 78,1, seguido de Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel e com mais elevado índice de envelhecimento, os concelhos de Vinhais com 538,9, a que se seguem Torre de Moncorvo, Montalegre e Melgaço.
A Região Norte que no conjunto das 272 regiões europeias ocupa uma das últimas posições, o n.º 232, reúne condições territoriais, recursos e competências que lhe devem fazer assumir o desafio da convergência real com a média das regiões da União Europeia, melhorando a sua posição.
Representa um terço da população do país; 23,1% da sua área; tem uma linha costeira de 143 km com um elevado potencial econômico, uma linha de fronteira de 568 km com regiões vizinhas de Espanha, o nosso principal parceiro econômico, representando os territórios fronteiriços uma ampla faixa territorial com um potencial de cooperação e de interface social e econômico muito forte; tem uma forte orientação e intensidade exportadora, no ano de 2015 foi responsável por 39% das exportações nacionais, assegurando um saldo positivo face às importações de 5 mil milhões de euros; o peso da indústria no PIB regional é de 26% enquanto a média da UE e de 19%; tem uma frente litoral onde se concentra a indústria, o Interior onde se concentram as atividades agrícolas e florestais e o essencial da biodiversidade, bem presente na qualidade e diversidade das áreas protegidas.
A estratégia política regional tem que reforçar o seu alinhamento face aos desafios e oportunidades da globalização e das alterações climáticas; assegurar crescimento da economia, integrando mais conhecimento, inovação e tecnologia, criando mais e melhores empregos e com melhores remunerações, assegurando a redução do risco de pobreza e de exclusão social; fortalecer o sistema de educação e formação para preparar a força laboral do futuro para um mercado mais complexo, mais global e movido pela inovação; consolidar o sistema de inovação e de interface tecnológico da região; melhorar o governo das instituições públicas, assegurando melhores serviços aos cidadãos, a custo mais baixo e um ambiente mais favorável ao investimento; promover o associativismo e a cooperação regional apostando em redes de cidades e de territórios inteligentes; fortalecer a cooperação transfronteiriça para um nível mais estratégico e com agendas temáticas relevantes; melhorar a coesão e a competitividade em todo o território, reduzindo as assimetrias regionais; assegurar uma maior participação da gestão regional nas ajudas da União Europeia destinadas às regiões de convergência e nestas o reforço das Intervenções Territoriais Integradas para responder de forma diferenciada e com maior intensidade aos problemas sub-regionais, específicos de cada território.
Como sempre, confrontados com problemas de dimensão e complexidade distintas, compete-nos encontrar soluções viáveis, contando com os importantes ativos construídos nas décadas mais recentes que são um legado positivo muito significativo, assim como a atitude dos cidadãos em geral, formada de um maior cuidado e exigência na utilização dos recursos públicos ou privados, de um maior perceção do valor dos bens, de uma maior formação individual e coletiva, que nos permite uma cidadania mais ativa. Tudo junto, resta-nos a esperança num futuro melhor, a certeza da necessidade de continuarmos a dispor da solidariedade da União Europeia, para num prazo razoável nos ajudar a dispensá-la, nos termos em que tem ocorrido, se atingido um patamar de desenvolvimento sustentável e de convergência com os países mais desenvolvidos. Resta-nos a preocupação maior com o problema demográfico no país e do despovoamento do Interior, problema complexo, de ciclo longo, que enfraquece as dinâmicas de desenvolvimento, para o qual não estão suficientemente percetíveis os impactos sociais e econômicos m particular sobre os territórios do Interior, onde a soberania já esteve mais presente.

NÓS: TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - Francisco Lopes, Dr. (Bragança 1585 – Bordéus 1659)

Na galeria dos mais ilustres sefarditas, o Dr. Francisco Lopes merece ocupar um lugar de destaque. Porventura, ninguém como ele conseguiu estabelecer “alianças familiares” com os grandes empórios financeiros e comerciais do seu tempo.

Qual patriarca ou eminência parda, foi cedendo o palco para os seus 10 filhos, 5 rapazes e 5 raparigas, que casou em famílias sefarditas das mais prestigiadas, como se verá. Por agora fiquemos com o testemunho de D. Luís da Cunha, embaixador de Portugal em Londres, referindo-se a um dos casamentos no seio da família:

- Eu me achei em Amesterdão nas bodas de um dos filhos do barão de Suasso, e sua mãe, a quem eu por derrisão chamava a rainha Ester, me perguntou em quanto eu avaliava os cabedais dos convidados que ali estavam, que seriam até 40; e dizendo que o ignorava, me respondeu: - “Bem pode Vª Exª contar sobre 40 milhões de florins, que nenhum mal fariam a Portugal, se lá estivessem”. – “Nem à inquisição, se ela os agarrasse” – lhe respondi eu. (1)

Situemo-nos agora em Bragança no último quartel do século XVI na casa do médico Dr. Francisco Lopes e sua mulher Catarina Álvares. Ali lhe nasceram 2 filhos e uma filha, sendo o primogénito o nosso biografado, Francisco Lopes como o pai e também médico.

Na década de 1590, a comunidade hebreia de Bragança foi varrida por um tremendo vendaval soprado pela inquisição que ali fez largas centenas de prisioneiros. E certamente para não serem presos, Francisco e Catarina pegaram nas crianças e fugiram para a cidade italiana de Livorno. Com eles fugiriam também os Mendes Sotto, seus parentes.

Em Livorno lhes nasceu outra filha, batizada com o nome de Francisca, que viria a casar com Francisco Mendes Sotto, seu tio, fixando-se o casal na cidade de Ruão. (2) Três filhos (as) do casal viriam a casar com filhos (as) do Dr. Francisco Lopes.

Da filha de Francisco e Catarina nascida em Bragança não sabemos o nome. Mas sabemos que casou com seu parente António Mendes Sotto. (3) Em 1632, aquando da “traição de Ruão”, António Sotto era já viúvo e de sua mulher tivera uma filha chamada Isabel Mendes Sotto, que seria a mulher do nosso biografado.

De Livorno, o casal rumou a França, estabelecendo-se em Bordéus, com o velho Dr. Francisco Lopes a receber a carta de “bourgeois” em 27.7.1613. Dois anos depois (22.10.1615), seria padrinho de seu neto Pedro Dias França e, na mesma cidade, viria a falecer em 1630.

O pequeno Pedro era filho de António Dias França, um dos filhos do médico de Bragança e nesta cidade nascido por 1590 e sua mulher Marta Rodrigues. Formado em medicina, Pedro Dias França foi o herdeiro da biblioteca de seu tio e sogro, o Dr. Francisco Lopes.

Nascido em Bragança por 1585, Francisco Lopes não ficaria muito tempo com a família em Livorno. Logo seguiria para a cidade francesa de Montpellier, em cuja universidade foi estudar medicina. Concluiu o curso em dezembro de 1602 e, em 1604, casou com sua sobrinha Isabel Mendes Sotto, como atrás se disse. Ainda em Livorno, em 1606, nasceu o filho mais velho, Pedro Lopes., que seria professor na universidade de Bordéus.

Enquanto o Dr. Francisco Lopes e a família, (incluindo os pais) deixaram Livorno e foram instalar-se em Bordéus, Francisco Mendes Sotto e a família dirigiram-se para a cidade de Ruão, também na França. Em Bordéus o nosso médico foi admitido na respetiva universidade e dois acontecimentos vieram engrandecer o seu estatuto social. Em 1632, teve a honra de ser escolhido para tratar o poderoso ministro de França, cardeal Richelieu, que sofria de uma doença no aparelho urinário. Em outra ocasião, tendo surgido uma forte epidemia na cidade, coube ao Dr. Francisco Lopes dirigir as operações de tratamento público. E de um e outro acontecimento saiu muito prestigiado, pelo que foi nomeado “médico do Rei na universidade de Bordéus”. Faleceu em 1659, sendo enterrado na igreja católica de Saint-Projet. Na verdade, ele sempre viveu como católico. E Jerónimo, um dos seus filhos, foi frade dominicano, cura da igreja de Santo André, matriz da paróquia de Saint-Projet e professor de teologia na mesma universidade.

Dissemos atrás que o Dr. Francisco Lopes foi mestre na política de casamentos de seus filhos e respetivas alianças económicas. Não caberá aqui falar de todos eles menos ainda alongar-nos sobre o assunto.

António Lopes Suasso foi um de seus filhos. Nascido em 1614, o pai destinou-lhe também uma carreira eclesiástica, que ele abandonou. De parceria com seu tio António Dias França meteu-se no negócio das lãs que acabou por dominar. Com o centro em Bordéus e Ruão organizaram uma rede de negócios que lhe permitia comprar em Segóvia lãs de Espanha e conduzi-las para Antuérpia e Amesterdão. O negócio cresceu imenso e ele tornou-se o assentista do governo espanhol na região da Flandres, assim como o correspondente privilegiado dos bancos espanhóis na Europa do Norte. Ao comércio da lã juntou o dos diamantes e pedras preciosas e el passou a intitular-se mercador-banqueiro. Em 1653 mudou-se para Amesterdão e aderiu abertamente ao judaísmo e tomando o nome de Isaac Israel Suasso. No ano seguinte fez “o melhor casamento do mundo” – no dizer de Jacques Blamont, consorciando-se com Violante (Rachel) Pinto, filha do banqueiro Gil (Abraham) Lopes Pinto, grande mercador de açúcar, pau-brasil e diamantes. Violante era já viúva de Isaac Pereira, um rico mercador originário de Vila Flor e proprietário da primeira refinaria de açúcar instalada em terras de Holanda. Violante levou em dote a “colossal” fortuna de 130 000 florins. António Lopes Suasso era então “o judeu mais rico de Amesterdão”. Apesar de judeu, foi nomeado “Fator de Sua Majestade o Rei de Espanha em Amesterdão” e elevado por Carlos II à nobreza de Castela com a atribuição do título de Barão de Avernas le Gras.

Três dos casamentos dos filhos de Francisco Lopes foram celebrados com filhos de Francisco Mendes Sotto. Um deles nasceu em 1620 em Bordéus e foi batizado com o nome de João Lopes. Em 1643 morava em Amesterdão e usava o nome de Jacob de França, aliás, Jacob de Berahel e ainda Francisco de Liz. Era casado com Raquel de Sotto e em 1666 foi síndico da comunidade. Seu filho Abraham Berahel, aliás, Francisco Lopes de Liz, nascido em 1648, cedo rumou para Inglaterra tornando-se um dos banqueiros mais ricos da praça de Londres. Casou com sua prima Rachel Suasso Pinto.

Duas filhas do Dr. Francisco Lopes casaram fora do agregado parental. Uma delas, Francisca Lopes, casou com Rafael Henriques, alias Jacob Israel Henriques, originário de Miranda do Douro, filho de Ana Rodrigues e Francisco Henriques, o manco. Rafael era um prestigiado banqueiro de Bordéus, sobrinho de António Rodrigues Mogadouro. (4)

A outra filha, Catarina Lopes casou com o Dr. Duarte Henriques, originário de Aveiro, de uma prestigiada família de médicos e grandes mercadores. Ainda solteiro, vivendo em Bordéus em casa de seu pai Henrique Fernandes de Cáceres, (5) Duarte foi denunciado à inquisição de Coimbra. Disse o denunciante que eles tinham uma sinagoga em casa e nela “se juntavam  os cristãos-novos portugueses que naquela cidade viviam (…) aos sábados e festas da lei de Moisés se ajuntavam a rezar juntos orações judaicas em língua portuguesa”.

NOTAS e BIBLIOGRAFIA:

1-CUNHA, D. Luís da – Testamento Político, Iniciativas Editoriais, p 57, Lisboa, 1978.

2-ROTH, Cecil – Les Marranes à Rouen, un chapitre ignore de l´histoire des jufs de France, in: Revue des Études Juives, pp. 113-155.

3-António Mendes Sotto fugiu de Bragança para Madrid onde se estabeleceu como mercador. Dali transitou para Ruão, ao final da década de 1620. Terminou os seus dias em Amesterdão.

4-ANDRADE e GUIMARÃES – A Tormenta dos Mogadouro na Inquisição de Lisboa, ed. Nova Vega, Lisboa, 20--

5-Vivendo em Portugal, Henrique Fernandes foi prebendeiro da universidade de Coimbra e entre as suas atividades refira-se a de armador de barcos de pesca do bacalhau, de parceria com os Biscainhos. Três de seus filhos foram prisioneiros da inquisição e um deles, casado com Ana Maria Mendes de Brito, faleceu nos cárceres.

BLAMONT, Jacques – Le Lion et le Moucheron, Histoire des Marranes de Toulouse,

ALMEIDA, A. A. Marques de – Dicionário dos Sefarditas Portugueses, Mercadores e Gente de Trato, Campo da Comunicação, Lisboa, 2009.

Vou ser internado. E agora?

O internamento nestes hospitais acontece através da Consulta Externa ou do Serviço de Urgência. No caso de o internamento estar previsto, por exemplo para a realização de uma cirurgia, o utente deve desde logo fazer-se acompanhar dos seus documentos de identificação - Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão, Cartão de Utente, Cartão da Segurança Social ou outro subsistema de Saúde (ADSE, IASFA, SAMS,...) – assim como de pijama ou camisa de dormir, robe e chinelos e artigos de higiene pessoal.
É importante indicar o número de telefone de um familiar que possa ser contactado.

O melhor do mundo são as crianças

Ter, 06/06/2017 - 11:49


Olá familiazinha! Já estamos a viver o mês de Junho, mês que se iniciou com o dia mundial da criança. É o mês dos santos populares, o mês em que entra o verão e o mês do pequenicão. Na semana passada festejaram anos o tio Carlos (59), da Quinta das Cavages, de Vale de Janeiro, Vinhais, o tio António Pereira, da Torre de Dona Chama (86), e fez 91 anos a nossa enciclopédia da família do tio João, a tia Lurdinhas de Bragança. Há quase 23 anos que pratica o apostolado do amor e da amizade, é uma participante constante do programa, é poetisa popular, já editou vários livros e pertence aos primórdios da família, estando sempre presente.