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Os efeitos da carambola

Na década de 60 do século passado sempre que tinha oportunidade sentava-me numa cadeira na sala do bilhar do Café Central de Bragança e invejava a maestria do jogo largo às três tabelas do Senhor Luís Malhau e o jogo miudinho também às três tabelas do Senhor Faria, vulgo o Mouco. Eles também jogavam e ganhavam com o sargento e o prato com as bolas a executarem arabescos, só perdiam quando se cansavam causando resmungos e sarcasmos nos oponentes especialmente quando se faziam apostas por fora levando alguns incautos a procurarem jogar por debaixo da mesa a exemplo do Ochôa malabarista a quem o Michelin pespegou sonora bofetada. Ao ouvir os comentadores da CNN procurarem enfatuadas explicações ditas analíticas para o vendaval de rosas (em Janeiro?) o qual derribou laranjeiras, clementinas, mandarinas e tangerineiras, destruindo ainda alfaias e outros signos políticos: foices, martelos, blocos de prosápia e umas ditas linhas azuis, sem esquecer as aboboradas e estrídulas propostas em voz de pão-de-ló da senhora dos túneis contendo frutos vermelhos nas terras de Odemira. O tornado soprado pela animadora de pista Catarina içando o estandarte malévolo do intento de Rui Rio em transformar o SNS numa estrutura mais ágil e menos custosa para o Estado também levou o ortodoxo Jerónimo a soprar a mesma brasa, a esquerda caviar diletante e discursiva bem como os camaradas saudosos da demagogia dos amanhãs que cantam a fugirem espavoridos em direcção ao guarda- -chuva socialista os primeiros e os segundos a abrigarem-se no guarda-sol do CHEGA. As bolas brancas bateram forte na tabela do PSD acabando a beijar suavemente a bola vermelha rosada de António Costa. Os números comprovam-no. A Bola vermelha cor de vinho tinto vendido nas tabernas de Bragança cujos petiscos de polvo frito e tabafeias na época delas fidelizavam a clientela ao contrário das clientelas partidárias de ora, nomeadamente, da esquerda caviar e dos comunistas, a primeira refugiou-se espavorida no guarda-chuva do PS temendo perder o conforto e a preguiça funcionalista acrescida das mordomias via ADSE e demais penduricalhos, enquanto os comunistas entraram em transe epiléptico ao ouvirem Jerónimo de Sousa gritar que o lobo Rui Rio estava a chegar brandindo o gládio da privatização do SNS e da Segurança Social. Esta opinião, repito- -a até à exaustão por que os fujões concederam a maioria absoluta à propaganda coordenada por Duarte Cordeiro. E agora? Agora Rui Rio sai pela porta baixa apesar de lá no fundo, bem no fundo (leiam o poema de José Régio) tinha carros de razão, porém não possuindo a sorte de Costa (nasceu com o rabiosque virado para a lua) só lhes resta sair condignamente de cena evitando os Brutus do tempo presente. No Partido Comunista o Comité Central ao modo das jibóias demora tempo a digerir a derrota, quando o fizer encenará uma cerimónia entoando hossanas e louvores a Jerónimo colocando-o na prateleira dourada. Nas bandas do BE o artigo de Boaventura mandarim do pensamento extravagante terceiro-mundista provocou estragos, o antigo maoísta Fernando Rosas tentou varrer a testada do pedido de demissão da contorcionista Catarina, enquanto a mana Mortágua, uma das filhas de Camilo Mortágua antigo líder da LUAR procurou rebater o sociólogo de Coimbra, debalde julgo eu. O Chicão colocou a placa de mármore sobre a campa do CDS. Veremos se Nuno Melo imita Lázaro se o ressuscita. O PAN recebeu o incisivo castigo das senhoras dos lulus fraldiqueiros e dos gatos persas (aconselho a leitura das Cartas Persas do recentemente falecido historiador José Augusto França) dado terem dado ouvidos aos maridos caçadores e adeptos da Festa Brava de um conjunto de abstrusas e até ofensivas para o senso comum as propostas da senhora deputada do partido cujo programa é um gordo NULO. O Livre é um manjerico na lapela do Partido Socialista. O Sr. Cotrim pode cantar imitando um grouse numa pastagem escocesa, tenho curiosidade em perceber se na prática é seguidor do pensar de John Locke ou mera capa de livro de citações do Liberalismo. E, o CHEGA? Cegou há pouco tempo, mas conseguiu entre dois piscares de olhos estilhaçar códigos e convenções de mesura e protocolos políticos estribado nos antagonismos localistas, nas diferenças raciais e de entendimento da praxis do género. Não será pera-doce na Assembleia da República em virtude do intento de vitimização a render votos nos mercados, lares de idosos e na solidão dos povoados, vilas e cidades. Colocar no gelo o deputado escolhido para ocupar o lugar de vice-presidente é erro a pagar com língua de palmo futuramente. A finalizar: no decurso da campanha eleitoral li atentamente Nordeste as declarações dos candidatos do distrito de Bragança. Fiquei pasmado ante o supino descoco das propostas e promessas dos indigitados pelos partidos mais pequenos. Os leitores não merecem e não mereciam ler tantas e tantas inanidades simbolizadas em cousas irrealizáveis, grávidas de vacuidade e coloridas tontarias. Nós, leitores temos direito a não nos ofenderem intelectualmente. Fica o protesto.

Os lugares a quem se senta

Na hipocrisia anódina da análise dos resultados eleitorais, salta-nos no imediato uma maioria absoluta, que ninguém esperava e que quase ninguém desejava. Pouco resta para dizer. Sabemos quem ganhou e também sabemos porquê. Alguém tinha de ganhar e os dois partidos maiores estavam na grelha de partida. Chegou à meta o PS. Já outras vezes ganhou e outras perdeu, como é natural em democracia. Assim, será natural e lógico que da próxima vez ganhe o PSD. É a alternância política a trabalhar e a manifestar-se. O que não é tão normal, é o povo português, tão avesso a maiorias, ter dado essa primazia a António Costa e ao PS. Em Portugal elas não são de boa memória. Deram pelo menos em duas crises económicas e entre elas uma bancarrota. Vamos a ver o que dá desta vez todo o poder que depositaram nas mãos do primeiro-ministro. Agora, temos um Parlamento com nova composição, com outros valores, com outros objetivos e com outra oposição. Apesar do PS estar em maioria, isso não lhe dispensa o máximo de atenção às críticas da oposição e não lhe permite democraticamente governar a seu bel-prazer, como se de uma ditadura se tratasse. Era o que faltava. Se tal acontecesse, seria o fim do partido socialista certamente. Saíram alguns partidos da Assembleia ou ficaram bastante reduzidos por falta de representatividade. Foi pena que assim acontecesse, pois eram fundadores da democracia como é o caso do CDS e do PCP. Deram os seus lugares a outros que certamente os não irão dignificar. São as alternâncias da democracia e as ondas de movimentação do povo que, por vezes, causam verdadeiros tsunamis. Varridos o CDS, o PEV e reduzido o PCP e o BE, os lugares vagos foram ocupados por novos teorizadores da política portuguesa. Todos, oposição ao PS e ao futuro governo. As desculpas que cada líder deu para o fracasso eleitoral, foram diversas e puseram a tónica no logro que o PS proclamou durante a campanha e nas promessas não cumpridas. O povo julgou e esse juízo terá consequências obviamente. Contudo, a autodesculpabilização de Francisco Rodrigues dos Santos do CDS foi positiva e em tempo certo. Não tinha outra alternativa senão assumir as culpas de alguns desmandos em tempo inoportuno. Mas como é evidente, o CDS não morreu. Ele mantém-se vivo em quase cinquenta autarquias nacionais, nos governos insulares e na Europa. Fora do Parlamento, é verdade que tem uma árdua tarefa de reconstrução nos próximos quatro anos e caberá ao novo presidente, após Congresso Nacional, esse trabalho penoso, mas certamente reconfortante. A próxima Assembleia da República terá com certeza a sua representatividade. É um partido democrático e um dos fundadores da democracia em Portugal e não pode ser banido do espetro político nacional sob pena de ser uma forte machadada não só para a democracia cristã, mas também para a democracia em geral. O crescimento do Chega no Parlamento, veio alterar substancialmente os assentos a ocupar na casa da democracia nacional e igualmente subverter, quiçá, a oposição a fazer ao PS. Se vão tomar assento, foi porque os portugueses assim o escolheram e contra isso nada a fazer. Como se vão comportar como oposição, como vão apresentar as suas propostas e como as vão discutir, é o que se vai ver logo que se inicie a discussão dos vários diplomas. Até agora, era um partido de um homem só e daqui para a frente? Vamos assistir aos debates também de um só deputado? Ventura não deixa falar mais ninguém! Dentro de algum tempo poderemos constatar se é mais um partido condenado a desaparecer ou não. Outros surgiram de igual modo e depois de uma ou duas legislaturas, desapareceram do quadro político nacional. Enfim. Coisas da democracia. Vimos agora o que aconteceu também ao PEV, ao BE e ao PAN. A tendência decrescente dos partidos não fundadores da democracia tem sido grande. Possivelmente o CDS reerguer-se-á, mas estes poderão não ter estofo para tal. No final de tudo isto, a bipolarização irá sempre ser uma constatação. O próximo governo de Costa será idêntico ao anterior e poderá ser o último, segundo creio a seguir a lógica dos últimos quarenta anos. O PSD poderá ser o vencedor das próximas eleições legislativas, com ou sem maioria. Penso que as maiorias são prejudiciais e tendencialmente redutoras da democracia fazendo lembrar um pouco as ditaduras de má memória na Europa que aliás, ainda hoje se mantêm. Sendo Costa um governante sagaz e inteligente habituado a lidar com outros governos e tendências, saberá demarcar-se dessas tentações onde só um manda em todos. Temos quatro anos para julgar. Agora meus senhores ocupem os seus lugares e mostrem que a democracia tem pernas para andar e, por favor, não nos façam ir a eleições novamente daqui a dois anos.

Leonor Afonso foi rainha aos 100 anos em Palácios

Ter, 08/02/2022 - 09:10


No dia dois de Fevereiro festejou-se a apresentação de Jesus no templo, que é conhecido como Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Luz, e Nossa Senhora da Cabeça.
Em algumas localidades tiveram direito a festa religiosa. A tia Albina, conhecida como Bininha, de Carrazedo de Montenegro, Valpaços, contou-nos que é tradicional, na missa da Senhora das Candeias, levarem velas que são benzidas no início da missa, que ficam acesas durante a cerimónia, guardando o resto da vela para ser utilizada em momentos de aflição e trovoadas.

Ervas aromáticas: reduza o sal e adicione sabor aos alimentos

Tendo em conta que a população adulta portuguesa tem um consumo de sal diário acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (5 g/dia), incluir ervas aromáticas na alimentação é uma opção saudável para reduzir a quantidade de sal que coloca nas diferentes refeições, promovendo assim a saúde e bem-estar. Aliás, o elevado consumo de sal está fortemente relacionado com a hipertensão arterial, pelo que uma alimentação adequada é um dos pilares fundamentais, quer na prevenção quer no tratamento deste e de outros problemas de saúde que lhe estão associados.