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Rui Pires ansioso pelo regresso aos relvados

Qui, 14/05/2020 - 19:03


O jogador, natural de São Pedro Velho no concelho de Mirandela, já iniciou a fase de recuperação após cirurgia aos ligamentos cruzados.

Rui Pires espera voltar aos relvados no início da temporada 2020/2021. O jogador mirandelense lesionou-se no passado mês de Dezembro ao serviço do Troyes, da 2ª Liga francesa, e pelo qual realizou 14 jogos.

 

- Rui qual é a tua opinião em relação ao cancelamento do campeonato em França?

“Jogava nos juniores ao sábado e nos seniores ao domingo a custo zero e nunca me importei, o que queria era jogar”

Qui, 14/05/2020 - 17:49


Figura emblemática do emblema da cidade do Tua ganhou tudo o que havia para ganhar nas equipas de formação e destacou-se no plantel sénior, sendo mesmo apelidado de ‘Maestro’. “Foram os tempos mais felizes das nossas vidas. Éramos miúdos e felizes.

Em Alfaião o cebolo é tradição

Qua, 13/05/2020 - 11:45


Olá, como estão os leitores da página do Tio João?

Este mês de Maio, embora um pouquinho mais quente do que o mês passado, está muito instável. A qualquer momento pode vir uma zurbada de água puxada a trovoada e, segundo o nosso Tio Marcelo, de Ousilhão, Vinhais, no passado dia 7, à noite, houve uma grande promoção de ovos da Páscoa. Claro que se estava a referir à granizada que ocorreu lá para os lados do concelho de Vinhais. Mas já diz o nosso povo “a água, Maio a dá, Maio a leva” e também “águas de regar de Abril e Maio hão-de ficar “.

COVID-19: Saia de casa apenas se necessário e em segurança

Se tiver de sair de casa reforce as medidas de prevenção da infeção

- Lave as mãos com água e sabão ou desinfete-as com solução à base de álcool com frequência;

- Cumpra a etiqueta respiratória;

- Promova o distanciamento físico de 2 metros;

- Tenha atenção ao uso obrigatório de máscaras nos locais fechados com múltiplas pessoas e nos transportes públicos;

- Higienize frequentemente os espaços.

 

Lave as mãos com frequência

Nós, Trasmontanos, Sefarditas e Marranos - Manuel Lopes, um judeu do tempo da inquisição - 1

Nota prévia: - Iniciamos hoje uma série de textos que se estenderá por algumas dezenas de números, baseados em um processo da inquisição. É que, mais do que o processo de um homem, nele se reflete a vida da comunidade hebreia de Trás-os-Montes, aqui e na diáspora, ao início do século XVIII. Para um mais completo entendimento de cada texto, importará, pois, ter em conta o texto anterior.

 

Com a morte do rei Carlos II de Espanha, em 1700, abriu-se uma tremenda luta política e militar, na qual se envolveram todas as nações europeias e que ficou conhecida como a Guerra da Sucessão de Espanha. E o palco maior dessa guerra foi a região da Catalunha. Barcelona fervilhava então de soldados e muitos Trasmontanos por lá andavam alistados.

Da comarca de Torre de Moncorvo partiu mesmo um corpo militar, cremos que um batalhão, comandado por Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães, o qual acabou por casar em Barcelona com uma senhora da aristocracia chamada D. Teresa de Molins. Sobre o assunto foi mesmo escrito, por Francisco Botelho de Morais e Vasconcelos, um livro editado com o título seguinte: - Progressos Militares de Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães. (1)

Não sabemos se foi neste corpo militar que Salvador Lopes se alistou como soldado. Sabemos tão só que ele nasceu em Torre de Moncorvo e, ficando órfão, foi levado para Bragança com outro irmão, onde se criaram e aprendiam as artes do fabrico da seda quando a guerra rebentou. O irmão ficou em Bragança e Salvador, feito soldado, meteu-se a caminho da Catalunha.

Outro voluntário que se encontrava em Barcelona era um “soldado milanês” que antes vivera em Lisboa “em casa do Marquês das Minas, ensinando a seus filhos algumas línguas, porque sabia francês, genovês, napolitano, espanhol e português e para o qual o dito marquês havia conseguido d´el-Rei alvará para vender pelas ruas publicamente especiarias e outras coisas” (2)

Um terceiro personagem que então andava por Barcelona chamava-se Manuel Lopes. Era também natural de Torre de Moncorvo, irmão do citado Salvador Lopes e criara-se em Lebução, em casa de uma tia paterna. Também ele aprendera a arte da tecelagem da seda.

Manuel chegara de barco a Barcelona em 16 ou 17 de Fevereiro de 1703 e, no mês seguinte, junto ao pórtico do convento de S. Francisco encontrou-se com o citado “soldado milanês” de quem muito ouvira falar em Lisboa a um amigo comum, chamado José, que era intérprete e que ensinava hebraico a alguns cavalheiros e “tinha em casa muitos livros hebraicos”. (3) Aliás, o mesmo intérprete governava-se também a vender especiarias pelas ruas, munido do alvará régio que o soldado milanês lhe deixara, quando partira para a Catalunha. E vendia muito! – contou Manuel Lopes, na tal conversa à porta do convento de S. Francisco. Mas veja-se a apresentação do intérprete feita por Manuel Lopes perante os inquisidores:

- E haverá 4 anos, conheceu em Lisboa José, intérprete, na ocasião de ele confessante ir ver Gabriel Rodrigues, que também era da nação dos judeus, tratou e comunicou com o dito José, que assistia na mesma casa, e referiu que desde Livorno, onde professava as cerimónias da lei dos judeus, havia passado a Lisboa, onde se batizara e se mantinha na observância da dita lei. E o sobredito José, por ser intérprete de línguas, tinha uma renda dada por el-rei e pela inquisição, e vivia na rua de Santo Antão e casou, haverá 2 anos, com uma sobrinha do dito Gabriel Rodrigues, de que não sabe o nome, nem por que parte fosse parente. (4)

 

No seguimento daquela conversa com o soldado milanês, Manuel Lopes foi preso no calabouço do quartel de Artarazanas, não conseguindo nós vislumbrar as verdadeiras razões do mandato de prisão. Um alferes que acompanhou o caso perguntou-lhe se foi alguma coisa relacionada com o santo ofício, respondendo ele que talvez fosse por desconfiarem que ele e o soldado milanês planeavam fugir para Lisboa. Desculpa esfarrapada, certamente.

Facto é que, pouco tempo depois, no dia 28 de Março, Manuel Lopes se dirigiu ao tribunal da inquisição de Barcelona, pedindo para ser recebido pelos senhores inquisidores. Foi-lhe concedida a audiência e autuadas as suas declarações.

Disse chamar-se Manuel Lopes, de 20 anos de idade, soldado de infantaria, da companhia do capitão D. Manoel de Calderón e que antes fora tecelão de sedas.

Contou que nasceu no mar, quando os seus pais seguiam de barco, de Génova para Livorno e que, em pequeno, foi circuncidado e educado na lei de Moisés, sempre frequentando a sinagoga e a escola judaica, a partir dos 4 anos, explicando, longa e pormenorizadamente os ritos, orações e cerimónias que os judeus usavam fazer em Livorno.

Disse que aos 8 anos foi metido num barco e enviado por seu pai para Lisboa, para casa de um tio, João Dias Pereira, de quem se falará mais adiante, que o mandou para casa de um mestre a aprender a arte de tecer a seda. Com ele viveu e trabalhou por 12 anos. Durante todo esse tempo, viveu entre o judaísmo e o cristianismo, uma vida dúplice de marrano, frequentando as igrejas cristãs e fazendo rezas e cerimónias judaicas em casa, com seu tio e restantes familiares.

Nomeou muitos cristãos batizados que praticavam o judaísmo e que conheceu, tanto em Livorno, como em Portugal.

Acrescentou que, ao findar do mês de Novembro de 1702, o tio e mais familiares foram presos pela inquisição de Lisboa e ele caiu em si, reconhecendo que andava errado na religião, e resolveu alterar o rumo de sua vida, abandonando o judaísmo e tornando-se verdadeiro cristão.

Para isso decidiu ir a Roma, lançar-se aos pés do santo padre e pedir o batismo. Dificuldades e percalços do caminho, obrigaram-no a ficar em Barcelona e alistar-se como soldado, para sobreviver. Na impossibilidade de chegar a Roma, ali estava ele, determinado a fazer-se cristão, pedindo, humildemente a água do batismo.

Enganava-se o Manuel, se esperava uma resposta rápida dos senhores inquisidores. Sim, acostumados que estes estavam a receber confissões semelhantes, sempre duvidando da sua veracidade, obviamente que seguiram muitas perguntas, exames vários e muitas mais confidências, ao longo de intermináveis sessões. A vida nas cadeias do santo ofício corria lenta e o futuro sem pressa.

Se era judeu e na sinagoga de Livorno andou aprendendo as coisas da lei de Moisés, haveria de explicá-las, repetir as orações que rezavam e falar das cerimónias que faziam. E também nomear os homens e mulheres que pelo mundo conheceu e que, sendo batizadas, se tornaram judeus. Tudo isso contou e ficou registado no processo.

Uma das sessões foi dedicada à genealogia e nela disse que, 3 anos atrás, o tio recebera carta de Livorno informando que seus pais (António Lopes Pereira e Maria Gomes) tinham falecido. Irmãos, disse que não tinha. Nem irmãos, nem irmãs.

Por 8 dias, Manuel desdobrou-se em confissões, implorando que lhe dessem o batismo cristão. Seguiram-se 15 dias de silêncio e espera. Claro que, em paralelo, os inquisidores tiravam informações. E estariam já com um juízo firmado sobre a veracidade das declarações do soldado judeu quando, no dia 20 de abril, decidiram dar-lhe um curador, pois que era menor de 25 anos. Significava isso que as coisas começavam a complicar-se para o soldado judeu que ficou aguardando, às ordens do santo tribunal, sob a responsabilidade do curador “que diligentemente defenderá o menor nesta causa e não o deixará indefeso, e em tudo fará de bom e leal e diligente curador”. (5)

O tempo amadura a fruta e verga os homens, mesmo os mais valentes. Assim aconteceu com Manuel Lopes. Deixado entregue a si mesmo, na solidão do cárcere, por mais de 6 meses, acabou por pedir audiência aos mesmos inquisidores, que, em 8.11.1703, o receberam, perguntando: porque pediu audiência?

Respondeu que queria dizer a verdade pois que, nas audiências de Março e Abril tinha confessado mentiras e ocultado a verdade, explicando:

- A razão que teve para não confessar, em especial, era que havia nascido no mar e não estava batizado e ser circuncidado foi para que o santo tribunal o não prendesse se dissesse que era cristão batizado e pensou que com o haver dito que não era, não seria preso, mas agora que está preso, vai confessar a verdade de tudo o que calou e ocultou. (6)

 

NOTAS:

1-ABREU, Carlos de – Francisco Botelho de Morais e Vasconcelos Autor de Progressos Militares de Leopoldo Henrique Botelho de Magalhães Análise e Tradução. Trabalho apresentado no congresso internacional de Coimbra sobre o escritor Francisco Botelho de Morais e Vasconcelos, em 2019

2-ANTT, inq. Lisboa, processo 630, de Manuel Lopes, tif 285.

3- Idem, tif 281. O intérprete José casou por aquela altura, em Lisboa, com Ana Cardoso, de uma família de Chacim, filha de Isabel Henriques, de quem falaremos oportunamente e que foi relaxada. – Inq. de Coimbra, pº 10578.

4-Idem, tif 48-49.

5-Idem, tif 81: - E se por sua culpa e negligência resultar algum mal ao dito menor, pagará por sua pessoa e bens. Para além de pagar Com “sua pessoa e bens”, o curador foi obrigado a indicar um fiador, que disso mesmo prestou juramento.

6-Idem, tif 94.

EGOÍSMO E SOLIDARIEDADE (Privacidade e Segurança)

Ninguém se salva sozinho.

Durante o recente confinamento lembrei-me, a propósito do uso das máscaras e não só, dos primeiros anos da minha vida profissional. O meu primeiro emprego foi numa das maiores empresas têxteis do Vale do Ave. Como morava no Porto ia, com vários colegas meus, nas mesmas circunstâncias, diariamente da Cidade Invicta até Pevidém, nos arredores de Guimarães. Fazia parte do entretenimento da hora de viagem tentarmos adivinhar, até chegarmos à Trofa, qual a cor com que o rio Ave se apresentaria, nesse dia.

No início dos anos oitenta a têxtil ressurgia depois de uma crise (e antes de outra) e não havia preocupações ambientais, dignas desse nome. No rio Ave e seus afluentes eram despejados os resíduos das secções de acabamento e tinturaria das inúmeras estamparias da região. Os cursos de água ficavam tão poluídos que a utilização da água, por cada uma delas tinha de ser precedida da passagem por adequadas estações de tratamento de água. Cada unidade tinha de despoluir a água que usava e despejava depois, diretamente no esgoto em direção ao mar. Com o aumento da sensibilidade social para este problema aliada à necessidade de mudar o panorama por causa da nossa adesão à então CEE foi necessário mudar o cenário. Podia parecer ser necessário um investimento brutal para, mantendo a atividade económica, alterar radicalmente o problema. Parecia mas não era tanto assim. Afinal, cada empresa têxtil tinha já uma estação de tratamento de água. Se todas, sem exceção, usassem o equipamento existente para despoluir, todos tinham acesso à água limpa e o rio Ave libertava-se, automaticamente da horrível e pesada poluição.

O mesmo se pode passar com a COVID. É óbvio que o interesse mais importante de cada um é não ser contaminado. Mas, se cada um de nós impedir contaminar quem quer que seja, ficamos todos protegidos e o ambiente à nossa volta também! É por isso que todos devemos usar máscara.

Mas isto aplica-se, igualmente a outras ações. A propósito da possibilidade de serem usados os telemóveis com a finalidade de se rastrearem, retroativamente, os contactos de alguém infetado. Tendo em vista preservar a confidencialidade, o desencadear do processo de advertência tem de se iniciar apenas a partir da informação, para o sistema de quem for diagnosticado como positivo. Todos os restantes ficarão a saber que alguém, não identificado, com quem teve um contacto próximo, está infetado com o coronavirus.

Um amigo meu, com quem discutia o assunto, disse-me que não iria aderir, mesmo garantindo os seus direitos, porque não acreditava que os outros comunicassem. Eu aderirei. Porque se for detetado como positivo, comunico. Mais do que por solidariedade... por puro egoísmo. Porque a melhor e mais eficaz forma de garantir que todos informam passa pelo compromisso de cada um informar.

Nesta situação particular, (tal como acontece com a necessária recuperação económica na união europeia) quando começar a pensar egoísta e exclusivamente em mim... nesse mesmo momento deixei de tratar do meu próprio interesse!

 

A troica Marcelo, Ferro, Costa.

Em política, troica e triunvirato são a mesma coisa, muito embora na língua russa o termo “troica” também designe uma carroça puxada por três cavalos aparelhados lado a lado.

 Esta a metáfora que, em meu entender, melhor se ajusta à situação que Estado português vive, presentemente.

O correspondente termo latino “triunvirato”, por sua vez, é descrito nos melhores dicionários como a “associação de três cidadãos poderosos para açambarcar toda a autoridade”.

 Não pretendo ser tão radical. Prefiro designar “triunvirato” como uma associação de três personalidades, com similar autoridade política, conluiadas na governança de uma sociedade em circunstâncias excepcionais.

A História Universal dá-nos exemplos de várias troicas ou triunviratos.

Na Roma da antiguidade, desde logo, ficaram célebres dois:

O Primeiro Triunvirato (59 a.C. – 53 a.C.), constituído por Júlio César, Pompeu e Marco Licínio Crasso;

E o Segundo Triunvirato (43 a.C. – 33 a.C.) que integrou Otaviano, Marco Antônio e Lépido.

Na União Soviética de má memória, três troicas fizeram valer toda a sua maldade sendo que a mais mal-afamada de todas terá sido a formada por Malenkov,  Beria e  Molotov, que governou após a morte de Stalin em 1953.

No Portugal dos nossos dias a troica constituída em Abril de 2011 por Jürgen Kröger (Comissão Europeia), Poul Thomsen (Fundo Monetário International) e Rasmus Rüffer (Banco Central Europeu) assinou com o governo português da altura o Memorando de Políticas Económicas e Financeiras, que teve o mérito de salvar Portugal da banca rota, malgrado os erros e exageros cometidos.

Com a queda da Geringonça uma nova “troica”, ou “triunvirato”, como se queira, ganhou corpo, agora mais em evidência com a crise provocada pela pandemia Covid-19.

Trata-se da associação contranatura dos três políticos mais badalados, a saber: o Presidente da República, que é mau de tão bonzinho que é; o Presidente da Assembleia da República que é péssimo de tão mau que é, e o Primeiro-Ministro, que não é bom nem mau. É o que é: dá uma no cravo outra na ferradura, uma de democrata e outra de ditador, uma de socialista e outra de liberal. E por aí fora.

Troica esta que tem como principais bases de apoio a emblemática família socialista, que ocupa todos os níveis do Estado e os agentes que controlam os mais influentes programas dos principais órgãos da comunicação social, com a missão de dourar a imagem do governo, dentro e fora do país.

Troica que tem contado, até ver, com o silêncio conivente da oposição, que continua ligada a ventiladores, enquanto gravíssimos casos de corrupção, favorecimento e negócios escuros são despejados nas redes sociais, para serem partilhados à saciedade.

É esta troica espúria que tem nos braços a monumental crise sanitária, económica, financeira e social que já obrigou ao racionamento de bens, salários e serviços, com destaque para consultas e cirurgias. Mais do que austeridade é de racionamento que se trata, portanto.

Felizmente, os portugueses têm-se mostrado cordatos e colaborantes, embora pouco confiantes porque não acreditam que o Marcelo milagreiro, o Ferro domador de feras e o Costa ilusionista seja capazes de, por si sós, resolver a crise.

Terão que ser eles próprios a porfiar se querem que tudo acabe em beleza e a democracia não colapse.

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.