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O Novo Politicamente Correcto (Ou não...)

O período eleitoral que se avizinha traz, este ano, duas grandes novidades a que nenhum partido escapou e, no afã, de querer obter do cidadão a confiança para os próximos quatro anos, culminou numa corrida para ver quem é mais verde e mais amigo dos animais que, inevitavelmente, acaba por escorregar para o exagero e raiar o ridículo. Mas, ditas com o ar sério e convencido como aparecem os seus autores na televisão só pode significar, paradoxalmente, um enormíssimo afastamento da realidade, precisamente por quem se quer mostrar tão próximo dela. Nisso andou bem António Costa ao reconhecer a importância dos temas mas ao rejeitar os exageros dos extremismos.

Dizer que há barragens a mais pode ser aceite como uma possível bandeira eleitoral (que une Bloco e PAN, para falar apenas dos que têm representação parlamentar) nos grandes centros urbanos. No interior é uma patetice que quase raia a provocação se atentarmos no dramático nível que atingiram as albufeiras no ano passado e dos transtornos que tal situação provocou. Descontando já a infeliz “justificação” do pretenso excesso de evaporação!

Mas igualmente é perfeitamente urbano e sem qualquer adesão à realidade a deliberação sobre a proibição de abate dos animais vadios e nisto o PS, bem como todos os outros partidos deixaram-se levar pelo facilitismo radical. Não estão em causa os direitos dos animais e é bom que haja normas e leis que os protejam e que os poupem a todo o sofrimento desnecessário. Mas a lei, tal qual foi elaborada e sem que nada tenha sido feito para lhe mitigar os efeitos nefastos, em vez de proteger, pelo contrário, expõe e condena. Não é possível permitir que uma qualquer espécie cresça de forma desordenada e sem controlo. Nos grandes centros não parece haver grandes problemas com estas normas pois os animais de companhia estão em ambientes fechados (muitas vezes, anti-naturais, mas isso é outra conversa) e é relativamente fácil controlar os ciclos reprodutivos. No interior onde, naturalmente, lhes são concedidas condições mais próximas dos seus parentes selvagens, a suposta proteção vai encher os canis, para lá do razoável e atirar os restantes para uma existência dramática e sofrida de abandono e retorno a um ambiente que já não é o deles e a que, portanto, não estão adaptados.

Porque, na selva, não há lei nenhuma que proteja a gazela de ser apanhada e esquartejada pelo leão nem o poderoso gnu de ser abocanhado e afogado por um qualquer crocodilo que o espere emboscado quando vem dessedentar-se. E isso acaba por ser benéfico para os herbívoros em questão pois se não fossem caçados, morreriam de fome depois de, em número exagerado terem devorado toda a vegetação existente no seu habitat (Malthus dixit!)

Se queriam efetivamente proteger os animais e se o objetivo é evitar a morte provocada, mesmo que de forma indolor e digna, então deveriam ter tido o cuidado de iniciar, previamente, uma grande campanha de esterilização seletiva que balizasse o número de animais a um nível, também ele, digno e, sobretudo, sustentável. 

Uma maioria absoluta que mete medo

Não há memória de haver uma ameaça de maioria absoluta tão assustadora.

Maioria absoluta que deve ser tida e respeitada como democrática, independentemente das vantagens ou dos inconvenientes que dela poderão, ou não, advir.

 Maioria absoluta que, lamentavelmente, ganhou, entre nós, por razões fundadas, um labéu profundamente negativo.

Tudo porque no permissivo regime político português instituições fundamentais como sejam os Tribunais, a Assembleia da República, a própria Presidência da República e os organismos reguladores, são ainda mais despudoradamente menorizadas e manipuladas pelos Governos, em função de interesse pessoais e partidários, quando dispõem de maioria absoluta.

Sobretudo agora que se diz que António Costa está à beira de a alcançar, quando a esquerda radical foi enxotada do poder em que aboborou à sombra da Geringonça e a direita se arrasta, sem tino, pelas ruas da amargura, os perigos que a maioria absoluta traz no ventre são, aos olhos da generalidade dos eleitores, mais assustadores do que em nenhuma outra circunstância.

Disso está ciente o próprio primeiro-ministro que procura ganhar votos de todas a formas e feitios, dando-se mesmo ao desfrute de arriar no governo que José Sócrates chefiou e do qual ele foi o ministro mais poderoso, numa hábil tentativa de despistar tal receio e disfarçar tal desejo.

Gesto que vários analistas consideraram uma encenação circunstancial, tacitamente concertada com o próprio José Sócrates que poderá ser um dos principais beneficiários da maioria absoluta, se ela se vier a concretizar.

A maioria dos portugueses tem, por estas e por outras, fundadas razões para temer a maioria absoluta tão desejada por António Costa quando, paradoxalmente, o próprio se ufana do sucesso do seu governo minoritário.

Temem os portugueses que a posse e aproveitamento abusivo de cargos governamentais e da administração pública e autárquica por famílias e correligionários socialistas se intensifique sem regra nem decoro.

 Temem que o combate à corrupção continue cinicamente iludido e que os crimes de traição à Nação cometidos por políticos e banqueiros fiquem definitivamente sem punição.

Temem que um governo socialista de maioria absoluta aumente perigosamente a dívida pública e a ineficácia dos serviços, como é seu timbre, contrariamente ao que apregoa.

Temem que a tenebrosa ideologia do género ganhe força nas escolas e acabe por dominar toda a sociedade portuguesa.

Temem que o islamismo intolerante saia de Lisboa com o apoio governamental e alastre a todo o país, acabando por, a prazo, liquidar a cosmopolita cultura portuguesa historicamente prevalecente e que desde sempre assentou no mais genuíno multiculturalismo.

Temem o cinismo político de António Costa que, porque não tem oposição à altura, ele mesmo encena a oposição ao seu próprio governo, invocando habilmente tudo o que até hoje não fez mas que agora mais uma vez cinicamente promete fazer, sendo certo que, uma vez senhor de maioria absoluta é absolutamente certo que o não fará. É o caso do investimento no Interior em geral e em Trás-os-Montes em particular.

Uma maioria absoluta que mete medo, portanto. Por tudo isto e por muito mais que fica por dizer.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

 

Mirandela, Carção e Vila Pouca de Aguiar defrontam equipas da 2ª Liga na segunda eliminatória da Taça de Portugal

Qui, 12/09/2019 - 23:59


Nesta segunda ronda da prova rainha do futebol português há mais duas equipas transmontanas que defrontam equipas do segundo escalão e também jogam em casa, o Carção defronta o Vilafranquense e o Vila Pouca de Aguiar, que foi repescado, o Mafra.