class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-frontpage">

            

Carlos Silva deixa o Grupo Desportivo de Bragança com o sentimento de dever cumprido

ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES

 

Se já é Assinante, faça o seu Login

INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL

Qua, 12/06/2019 - 14:12


Carlos Silva terminou a ligação ao Grupo Desportivo de Bragança (GDB), depois de ter recolocado os canarinhos no nacional. O treinador venceu o campeonato e a taça distrital, faltando apenas a Taça Transmontana, perdida para o SC Vila Real. Convidado a renovar optou por não continuar.

 

 

Consulta aberta

NÃO CONSTITUI CRITÉRIO PARA ESTA CONSULTA:

• Pedir credenciais para Exames Complementares de Diagnóstico;
• Mostrar Exames Complementares de Diagnóstico;
• Pedir declarações de Saúde ou de Doença;
• Pedir atestados de Saúde ou de Doença, incluindo para cartas de condução;
• Renovação de Receituário Crónico;
• Queixas crónicas.

 

Antes de se dirigir ao Centro de Saúde, ligue primeiro para a Linha de Saúde 24, através do número 808 24 24 24.

Vida de vendedor ambulante

Qua, 12/06/2019 - 10:07


Olá familiazinha!

Desde que comecei com o programa do Tio João, já lá vão quase trinta anos, registo diariamente numa agenda os nomes das pessoas que me ligam e das suas localidades, assim como as temperaturas mínimas e máximas de cada dia. Certo é que nunca tivemos temperaturas tão baixas para esta altura do ano, como foi o caso nos dias 6 e 7 deste mês, em que as temperaturas mínimas foram de 4º e as máximas de 16º. No Inverno houve muitos dias em que as temperaturas mínimas e máximas foram mais elevadas. Não é um fenómeno novo, porque há pessoas que se lembram de já ter sido assim noutros anos.

Almoços de domingo

Ao domingo custa-me, genuinamente, trabalhar. Ter que sair, estar longe de casa. Já tive esta conversa muitas vezes. Uma delas, precisamente, antes das nove da manhã de um domingo, enquanto abastecia o carro e partilhava a dor de estar a trabalhar com outra pessoa que estava na mesma posição. É difícil porque, para a maioria, é dia de estar com a família, de almoçarem todos juntos. E eu não gosto de falhar o almoço de domingo.

Desde miúda que estou habituada a que o almoço de domingo seja reforçado, especial, com direito a sobremesa e a bebidas com gás. É assim, desde sempre, onde muitas vezes podia escolher a ementa, ou ouvir as sábias sugestões dessa chef famosa que muitos poderão conhecer como Maria Fernanda, mas a quem eu chamo simplesmente mamã.

Recentemente, num domingo destes de trabalho, fui surpreendida com uma espécie de piquenique ao ar livre, oferecido por pessoas muito simpáticas, a duas horas e tal de viagem casa. Foi muito agradável, mas não se comparou às favas com chouriço que pedi no domingo seguinte, sinónimo de folga. Ora, neste último domingo ao serviço, mas com tempo para o almoço de domingo, ainda que fora do meu restaurante particular preferido, resolvi meter mãos à obra, –que é como quem diz, à cozinha – com direito a escolher o menu, que seria picanha e os seus devidos acompanhamentos. Mas, infortunadamente, não acautelei o almoço de domingo a tempo, o que percebi que é uma coisa que toda a gente faz, à minha excepção. Percorri todos os sítios disponíveis, e não encontrei a chicha que queria. “Tivemos hoje de manhã, mas já acabou. Amanhã é ferido. Só voltamos a ter terça-feira”. Como pude ser tão ingénua? É claro que mais pessoas acautelam um almoço de domingo especial, para a família. Terei, acaso, pensado quer era a única? Falhei na elaboração de um verdadeiro almoço de domingo, no caso para duas pessoas e dois gatos. Insatisfeitos, e cada vez com mais fome, acabámos por ter picanha para o almoço de domingo, com direito a salada temperada com vinagre caseiro de vinho, queijo e doce e abóbora e uma deliciosa tarte de caramelo e limão para o grande final. Tudo num restaurante, é certo, mas foi um almoço de domingo como deve ser. Os gatos comeram frango cozido. Nada mau.

É ao pensar nestes pequenos hábitos que me apercebo o quão grandes são. Sim, o ser humano é um bichinho de hábitos. E, entre eles, lá está o almoço de domingo, ao qual é doloroso falhar. Curiosamente, só percebemos a importância destes pequenos rituais quando, por algum motivo, não estamos lá. Às vezes algo que parece tão banal é, afinal, algo essencial, ainda que não o soubéssemos. Acontece o mesmo pessoas ou lugares. Damo-nos ao luxo de acharmos que não tem importância, desvalorizamos. Puxamos simplesmente para a frente, entre o comodismo e a mera resignação. Até que um dia, não estamos, alguém deixou de estar, ficou para uma próxima, que pode muito bem nunca acontecer. Sim, enganem-se a vocês mesmo, e digam que não tem importância. Depois, arrependam-se o resto da vida por essas vezes.

Trasmontanos funcionários e agentes da inquisição - Manuel Zuzarte Coelho, de Freixo de Espada à Cinta

Se houve famílias cristãs-novas que foram autenticamente dizimadas pela inquisição, também houve famílias cristãs-velhas formando verdadeiras dinastias de funcionários e agentes do santo ofício e disso se sustentavam, conforme dizia o padre António Vieira. Vemos isso no caso que hoje se apresenta.

Comecemos então por Jorge Pinto Pestana, filho de Francisco Fernandes Neto e de Apolónia Pinta, casado com Apolónia Pereira de Sampaio, todos naturais e moradores em Freixo de Espada à Cinta.

Era tabelião público, cargo que antes fora de seu sogro, Fernão Gonçalves. Em agosto de 1620, requereu a sua admissão como familiar, “visto ser na raia de Castela, por onde muitos da nação se passam ao dito reino”.

Foi encarregado de fazer as necessárias diligências sobre a limpeza de sangue do requerente, o licenciado António Fernandes Ronquilho, sacerdote na igreja matriz, com o padre Gaspar Barroso, reitor da colegiada da mesma igreja, por escrivão da diligência.

Todas as testemunhas afirmaram que, tanto da parte do requerente, como de sua mulher, os seus pais e avós eram cristãos-velhos, puros de sangue, que sempre viveram honestamente e ocuparam cargos honrosos na governança da terra, e o candidato era “homem manso e pacífico, de segredo, verdade e confiança”.

O processo correu com muita rapidez, certamente porque os inquisidores reconheceram urgência em ter informações sobre a fuga de gente da nação para Castela, pela raia de Freixo de Espada à Cinta. De facto, ao fim de 2 meses, foi passada carta de familiar do santo ofício a Jorge Pinto Pestana.(1)

João Pinto Pestana, era filho de Jorge Pinto e sua mulher Apolónia Pereira de Sampaio. Formado em leis, fez carreira na administração pública, iniciada em 1645, no ofício de inquiridor, distribuidor e contador, ao qual renunciou em 1655 “na pessoa que casar com sua filha”. Em 1647 foi nomeado de juiz de fora em Alcácer do Sal. Casado com Helena Meireles, teve uma filha chamada Violante, a qual casou com João Belerma Coelho, que ascendeu também a familiar da inquisição.(2) Não vamos alongar-nos com os cargos e as distinções e tenças outorgadas a seus filhos e filhas.

Vamos antes falar de Manuel Zuzarte Coelho, genro de Jorge Pinto Pestana, marido de sua filha, Antónia Pinta. Falecido o sogro, em 1637, logo ele se apressou a requerer a sua nomeação para familiar da inquisição, nos seguintes termos:

— Diz o licenciado Manuel Zuzarte Coelho (…) que ele, com bom zelo e por se acharem vagos 3 ofícios de familiares do santo ofício, que vagaram por falecimento de Sebastião Barreto,(3) António Saraiva(4) e Jorge Pinto Pestana, sogro dele suplicante (…) e porque também a dita vila está no extremo de Castela onde de ordinário está passando gente da nação, e por não haver mais que um familiar se perdem muitos bons lances, o que ele empreendera por serviço de Deus e por ser bem quisto, fora de arruídos…(5)

Foi encarregado o vigário de Freixo de Espada à Cinta, padre Francisco Nunes, de proceder às necessárias averiguações de limpeza de sangue do candidato e de sua mulher. Todas as 12 testemunhas ouvidas juraram que o pretendente era pessoa competente para desempenhar o cargo, “sem qualquer mácula de sangue judeu, preto, mourisco ou de outra infecta nação” e seus ascendentes “são e foram da principal gente desta terra e hão servido os ofícios honrados nela, como é servirem de vereadores e juízes e provedores da casa da santa misericórdia”.

Devemos acrescentar que o Dr. Manuel Zuzarte era homem muito rico e que a principal fonte de sua riqueza era o fabrico e venda de sedas. E esta atividade, que já vinha de seus pais, prolongou-se pelos seus descendentes, nomeadamente o seu filho, António Zuzarte, que casou com Antónia Pereira em 25.3.1675.

Uma filha de António Zuzarte e Antónia Pereira foi batizada em 14.4.1679 com o nome de Maria Zuzarte, a qual casou em 1695, com seu primo Manuel de Gamboa, filho de António Gamboa e de outra Maria Zuzarte. Também estes viviam abastadamente, do fabrico da seda e tratando-se “à lei da nobreza”.

Manuel Zuzarte Coelho como o avô, se chamou um filho de Manuel Gamboa e Maria Zuzarte, nascido em 29.6.1696 e batizado fevereiro seguinte.

Seguiu a carreira eclesiástica, ordenando-se padre, “do hábito de S. Pedro, confessor e pregador e ecónomo da colegiada da vila de Freixo de Espada à Cinta”. Para além dos bens patrimoniais recebidos dos pais quando se ordenou padre, tinha os rendimentos da profissão, avaliados em 120 cruzados (48 000 réis) e uma capela com bens vinculados no valor de 4 000 cruzados (1 conto e 600 mil réis) que rendia anualmente mais de 130 mil réis, fora das despesas.(6)

Ao início de 1632, contando 36 anos de idade, o padre Manuel Zuzarte Coelho apresentou no conselho geral da inquisição um requerimento solicitando a sua nomeação para o cargo de notário do santo ofício.(7)

As diligências para investigação da limpeza de sangue do candidato e seus ascendentes, foram entregues ao comissário do santo ofício António Luís Noga, reitor da igreja de Alfândega da Fé, natural de Valverde, lugar do mesmo concelho.(8)

Todas as testemunhas ouvidas abonaram as capacidades do candidato, a sua limpeza de sangue com cálculos da sua fortuna à volta dos 6 mil cruzados (2 contos e 400 mil réis) “em boas fazendas”.

Foi despachado favoravelmente o seu requerimento em agosto do mesmo ano de 1632. No exercício do seu cargo, o notário Manuel Zuzarte Coelho foi por diversas vezes encarregado de tarefas de maior responsabilidade, como eram as de comissário do santo ofício, na condução de diligências de habilitação de familiares. Veio a falecer em Freixo de Espada à Cinta em 7.3.1753.

 

Notas:

1 - ANTT/TSO/CG-Habilitações, Jorge, mç. 1, doc. 5.

2 - Idem, Habilitações, João, mç. 24, doc. 566.

3 - Idem, Habilitações, Sebastião, mç. 1, doc. 1611. No requerimento, Sebastião Barreto Varejão escreve: — Porque na dita vila não há nenhum familiar, sendo muito necessário, por haver nela muita gente da nação. A diligência foi conduzida pelo abade de Mós, padre António Martins Barreto, comissário do santo ofício.

4 - Idem, Habilitações, António, mç. 4, doc. 186. António Saraiva era natural de Trancoso, feitor da alfândega de Freixo. Obteve carta de familiar da inquisição em setembro de 1623.

5 - Idem, Habilitações, Manuel, mç. 5, doc. 182.

6 - Idem, Habilitações, Manuel, mç. 104, doc. 1929.

7 - Aos notários do santo ofício existentes em diferentes terras do reino, competia, fazer o rol dos bens sequestrados aos que eram presos pela inquisição e lavrar os autos de venda em hasta pública dos bens necessários para despesas de viagem e alojamento dos mesmos prisioneiros.

8 - Habilitações, António, mç. 66, doc. 1331. Foi-lhe passada a carta de comissário em 19.9.1724.

Pan pan mãos ao alto!

E pronto. Bastou que o Partido Pessoas Animais e Natureza subisse acima de um determinado patamar para se colocar no radar de “guardiões da democracia” que não se fizeram rogados para darem início a um autêntico festival de tiro ao alvo. O PAN (inicialmente PPA) foi fundado há dez anos e nunca mereceu grande atenção por parte dos comentadores políticos... até à altura em que os resultados nas Eleições Europeias vieram evidenciar um partido em crescimento e com um potencial capaz de, nas próximas Eleições Legislativas, alterar significativamente o atual status quo. Os que o olhavam com indiferença e com a bonomia de quem observa um fenómeno lateral, uma bizarria menor e, julgavam, passageira, de repente acordaram e assustaram-se com a possibilidade de ser algo mais do que isso. Não se deram por achados e, aqui d’El Rei que é necessário expor o que garantem serem imposturas, dissimulações e fingimentos nas propostas, princípios e até teses fundadoras! Que afinal não é um verdadeiro partido verde, que os seus fundadores já não lideram a coletividade e que, pasme-se, tem uma distribuição assimétrica no território nacional. E que isso é grave. Muito grave, garantem. A sério?

Não vale a pena abordar a questão da manutenção dos fundadores na liderança e a distribuição homogénea é um não-assunto. Mas a questão ecológica merece alguma reflexão numa altura em que se assiste, no panorama político nacional, não a uma revolução verde, como pode eventualmente parecer, mas antes a uma autêntica Greenwash que, de alguma forma, nos remete para os idos anos de 1975 em que todos os partidos eram, de uma forma ou outra, socialistas ou socializantes... A genuinidade de cada proposta há de vir ao de cima e o eleitorado irá, se não vai já, separar o trigo do joio.

Os fundamentos do sistema democrático baseiam-se no respeito pelas opções dos eleitores. Não há votos bons nem votos maus. São votos apenas. Independentemente da sua localização, cultura ou motivação. A regra é simples e qualquer um facilmente a entende, não é preciso ser um letrado e iluminado comentador: os partidos fazem as suas propostas e os eleitores escolhem. Se o seu desempenho agradar é natural que a sua posição seja reforçada nas eleições seguintes e o contrário também é verdade e natural.

Estou certo que o PAN não é um partido perfeito. Ora, nem de propósito, acabo de ouvir o inefável Carlos César, líder parlamentar do Partido Socialista, sorrindo cândida e sarcasticamente afirmar, a propósito da prestação do seu correligionário, Vítor Constâncio, na Comissão Parlamentar de Inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos: “Eu não tenho o direito de fazer juízos de valor sobre a memória das pessoas...” enquanto enterrava, lentamente, pausadamente, satisfeitamente, a insidiosa viperina faca da insinuação pretensamente insípida no flanco do antigo Governador de Portugal.

Não há dúvida que o PAN tem ainda um longo caminho a percorrer até ascender ao Olimpo partidário português.

 

Apita o comboio, lá vai a apitar…

Não são os toques de buzina do barco nem os apitos do comboio do Tua que incomodam os transmontanos. É o ruído ensurdecedor da notícia de que já não arrancam no presente ano como fora prometido, havendo mesmo receios de que tal possa não acontecer nos tempos mais próximos.

Jornais e rádios regionais deram o devido ênfase a tão frustrante notícia cujo eco ressoou por montes e vales e principalmente nos corações mirandelenses. As redes sociais regurgitaram de comentários sarcásticos e as conversas, públicas e privadas, carregados de azedume e ironia, foram mais que muitas. O caso não é para menos porquanto, quando já se esperavam turistas a rodos, um rio de desilusão tomou o seu lugar.

Pedro Marques, então ministro do Planeamento, veio a Vila Flor e Mirandela abrilhantar, agora melhor se vê com propósitos meramente eleitoralistas, a assinatura dos papéis relativos a tão prometedor empreendimento, que era suposto garantir a tradicional mobilidade das populações por via ferroviária e abrir portas ao desenvolvimento regional, como nunca se vira, pela via do turismo.

O mais certo é o ministro Pedro Marques ter deixado, por esquecimento ou premeditada intenção, alguns papéis por assinar talvez para que também o primeiro-ministro António Costa, ou alguém por ele, tenha o ensejo de vir pôr o preto no branco, ou novamente no cinzento, com igual pompa e circunstância, agora em vésperas das eleições legislativas.

O carinho que António Costa diz votar ao Interior em geral e a Trás-os-Montes em especial é, de facto enternecedor. Dir-se-ia mesmo, uma verdadeira canção de embalar.

O problema, porém, não se confina ao enguiçado Vale do Tua. Tem dimensão regional e ganha agora acrescida relevância histórica porquanto tem a ver já não apenas com o ermamento crónico das Terras de Trás-os-Montes cada vez mais despovoadas, mas com a desertificação real que começa a ganhar foros de aflição.

Confirma-o a Associação Natureza Portugal, representante do Fundo Mundial para a Natureza que recentemente alertou políticos, empresas e cidadãos para o facto provado de que Portugal já está “a viver além da água que tem”.

No caso particular de Trás-os-Montes, a águas dos seus rios, que durante milénios correram livremente para o mar apenas condicionadas por moinhos e azenhas e pela rega, à míngua, de hortas e pomares, inunda agora cofres chineses com os lucros da energia com ela produzida, depois que foi aprisionada pelas barragens da EDP. Fala-se até que, a prazo, projectarão vender a litro este recurso fundamental, também àqueles que sempre dela usufruíram livremente, pese embora os perigos de desertificação serem agora reais.

Talvez este governo mágico e os que se lhe seguirem, pensem colocar beduínos e camelos a deambular, pachorrentos, nas areias nordestinas e hipopótamos e crocodilos nas albufeiras remanescentes, à laia de chamarizes turísticos.

Ironia à parte, urge proteger, armazenar e distribuir as águas transmontanas de forma mais ampla, eficaz e justa, sem esquecer que pertencem, prioritariamente, às populações residentes.

Que as sacholadas do passado penoso não dêem lugar a revoltas populares no futuro sombrio.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.