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Centro de Estágios em Vale do Conde vai avançar

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Ter, 26/06/2018 - 13:52


O Centro de Estágios da Associação Desportiva de São Pedro de Vale do Conde / Escola Gilberto Gomes vai ser uma realidade. Júlia Rodrigues, presidente da Câmara de Mirandela, pretende cumprir a promessa do anterior executivo, liderado por António Branco.

Clube Académico de Bragança perto da marca 500

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Ter, 26/06/2018 - 12:53


Distribuídos por 14 modalidades, em vários escalões, já são quase 500 os atletas que fazem parte do Clube Académico de Bragança. Duzentos são federados, sendo a patinagem artística, com cerca de 80 atletas, a modalidade que tem o registo mais significativo.

KARL MARX (Dos duzentos anos do seu nascimento às suas previsões auto-irrealizáveis)

Karl Marx, figura incontornável do século XIX e que marcou igualmente, de forma notável a quase totalidade do século XX nasceu há duzentos anos. Este ano é pródigo em aniversários “redondos” associados à obra do filósofo revolucionário nomedamente os cento e setenta da Revolução Francesa de Fevereiro que abriria espaço para a instituição, anos mais tarde, da Comuna de Paris, reconhecido como o primeiro Governo Comunistas, apesar de muito efémero e inconsequente. Completam-se igualmente cento e trinta anos sobre a publicação, em Londres, do Manifesto Comunista, este sim, obra marcante e relevante do movimento político cuja teoria e ideologia foi desenvolvida, sistematizada e divulgada por si, juntamente com o seu discípulo Engels!

O documento sistematiza a teoria e pensamento socialista de então e introduz várias recomendações e princípios de ação do proletariado enquanto força política emergente. Quanto à análise histórica da realidade vivida à época e das causas da mesma, não há como não reconhecer o acerto, a honestidade e o rigor científico do seu autor, concorde-se ou não com as soluções propostas. Contudo no que toca às previsões para o futuro imediato... são várias as “falhas” e desajustes. Compreende-se muito bem porquê. Enquanto que o tempo decorrido até ao momento em análise, era, naturalmente, imutável, o tempo que ali se inciava seria não só a consequência do que vinha de trás, mas também e, essencialmente, aquilo que os diferentes agentes dele fariam. Ora, de certa forma, os marxistas de prognóstico resultaram precisamente do acerto da análise.

Em psicologia denominam-se de “profecias auto-realizáveis” as proclamações que, pelo facto de serem publicitadas contribuem, de forma determinante para a sua realização. Este caso poderíamos chamar às previsões da dupla Marx-Engels de “profecias auto-irrealizáveis” já que a sua enunciação foi talvez a mais determinadora para que não se concretizassem. As notáveis conclusões económicas a que o revolucionário chegou apontavam para o “óbvio” recrudescimento do conflito de classe cada vez mais violento com a vitória dos proletários e  o colapso do sistemas burguês/capitalista. A Revolução Comunista seria, segundo Marx, uma consequência da Revolução Industrial e, como tal, irromperia em França, Inglaterra e Estados Unidos para a partir daí dominar todo o mundo. Ao anunciá-lo Marx criou as condições para que assim não fosse porque os seus escritos foram lidos, não só pelos seus seguidores, mas também pelos capitalistas que perante a “ameaça” iminente alteraram o seu comportamento e adaptaram-se impedindo assim a marcha imparável do proletariado unido de todo o mundo. A Marx deve ser creditada esta “outra revolução” que o seu pensamento fomentou e não só as experiências diretas dos seus seguidores que, também, não aconteceram exatamente como prescrito. A construção de um muro divisório no coração da sua Alemanha natal não estava, seguramente, na carta de ação marxista se bem que esta ideia de erguer barreiras entre povos não é, como recentemente se provou, exclusivo de dirigentes de esquerda.

A utilidade inegável da doutrina marxista advém, precisamente, das alterações que despoletou se bem que foram exatamente essas alterações que lhe roubaram força, urgência e relevância.

Há, contudo e incompreensivelmente, um propósito, o último dos dez preconizados no manifesto que, apesar do tempo passado desde a sua enunciação, continua a necessitar urgentemente da sua concretização, nomeadamente, a reivindacação da educação gratuita para todas as crianças e a eliminação total do trabalho infantil.

 

A maior de todas as crises

Os nossos políticos são o máximo. Ainda mais que os treinadores de futebol. Senão veja-se o caso do primeiro-ministro que perdeu as eleições mas, mesmo assim, ousou montar um governo numa geringonça que trouxe estabilidade política ao país e deu novo fôlego à prevalecente crise económica e social, tornando-a suportável, mas da qual continuamos sem saber quem é o verdadeiro pai, tantos eles são.

Ainda melhor: a geringonça inventada pelo genial António Costa, que bem mereceria o prémio Nobel da política se tal prémio houvesse, é a verdadeira varinha de condão com a qual o governo opera os milagres da multiplicação dos pães e da transformação das rosas, que é como quem diz, distribui esmolas de miséria aos mais pobres, pingues prendas aos mais ricos e mordomias aos da cor.

Aos demais, ao granel a que se convencionou chamar classe média, não beneficia de igual forma já que estes continuam a ser explorados e mal servidos pelo Estado, embora andem de barriga cheia, graças a Deus, e se divirtam o suficiente para se sentirem felizes e contentes.

Um mal maior, porém, que é como que um “fogo que arde sem se ver, uma ferida que dói, e não se sente” (como diria o imortal Luís de Camões, não falando eu do amor mas do infortúnio da Pátria) vai continuar a minar silenciosamente a sociedade portuguesa até causar o colapso definitivo do Estado e o fim da Nação. É a maior de todas as crises.

Os alertas são muitos e diversificados mas os sucessivos governos continuam a não lhe dar a importância que merece. Trata-se do sistémico decrescimento da população e correlativo envelhecimento da Nação.

Resumindo: os portugueses são cada vez menos, estão cada vez mais velhos e morrem cada vez mais. São tão poucos que o pequeno território já parece demasiado grande para tão pouca gente. E, o que é mais grave, cada vez se concentram mais nas metrópoles litorais.

Já lá vai o tempo em que as famílias portuguesas produziam filhos em quantidade e com qualidade suficiente para as necessidades do país, para arrotear os campos e dar vida às aldeias, vilas e cidades e ainda sobravam para exportar.

Entretanto já muitos autorizados diagnósticos foram feitos para esta doença fatal da Nação. Há quatro anos, com o patrocínio do governo Passos Coelho, uma competente comissão independente elaborou um estudo cientificamente validado que deve ter ficado esquecido, penso eu, numa qualquer gaveta ministerial.

Mais recentemente, o actual líder do PSD tornou pública uma séria abordagem política do fenómeno mas que, tudo o leva a crer, não passará de mais um apelativo exercício de estratégia partidária.

Mais relevante, ainda assim, é a opinião do actual primeiro-ministro que afirmou, no último congresso do seu partido, que os imigrantes são a solução, como já o havia feito para os incêndios florestais e que deu no que deu.

Esperemos que não tenha agora em mente despejar em terras de Trás-os-Montes milhares de imigrantes de cultura hostil, que na primeira oportunidade entrarão em confronto com os naturais, tentando expulsá-los das suas terras.

É que para resolver a crise demográfica seriam precisos muitos milhares de imigrantes pelo que, ou muito me engano ou, a concretizar-se tal enormidade, os transmontanos não ficarão de braços cruzados, muito embora não sejam propriamente xenófobos ou avessos a gestos humanitários e mal seria que não fossem ciosos do seu berço e do leite que mamaram nos seios de suas mães.

Os transmontanos, como os demais portugueses, gostam de ver as caras e as pernas das mulheres e há roupas que não assentam bem no corpo das portuguesas.

Para lá do mais, riscar a feijoada à transmontana ou a carne de porco à alentejana da ementa nacional seria um verdadeiro crime de lesa pátria só comparável a derrubar os velhinhos campanários para erguer centenas de minaretes nos céus de Portugal.

Nada disto tem a ver com religiões. São meras questões de tradição, gastronomia, alta-costura e arquitectura paisagística.

 

Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.

Esboço falado

 A última crónica deixou-me um sabor a pouco: quem gaste o seu rico tempo e se enfade a ler-nos merece satisfações sobre a razão de ser de algumas coisas que se vão dizendo. “Água mole”, o título da coluna, poderia sugerir que me comparo a esse líquido cujo bater paciente desfaz com o tempo as pedras mais duras, como diz o provérbio. Nessa leitura, eu seria uma espécie de voz racional (que a limpidez da água simboliza) a tentar encarreirar os desviados. Sem contar que tal postura me colocaria num patamar moral pedante e ridículo que não adoto de modo algum, nada haveria mais enganador, por várias razões.

Mesmo admitindo que uns quantos leiam e entendam os alvitres de quem escreve, a gente só se convence do que já está convencida. Tirando o caso dos mais jovens, mudar de ideias, assumir outros pontos de vista, adquirir novas visões do mundo é algo que se procura, nada que possa ser incutido por alguém. De modo geral, por conforto e segurança, buscamos a informação que possa confirmar aquilo que já pensamos, rejeitando a que arrisque pô-lo em causa. Não vemos a realidade, filtramos dela o que nos interessa. Quem algum dia foi facho ressabiado, comuna-bota-abaixo, beato-bolorento, incréu empedernido, coça-esquinas, gata-borralheira, cusca metediço, estou-me-nas-tintas, mãos-rotas, unhas-de-fome, burro-chapado, esperto como um rato, besta-quadrada, bom-serás, múmia-songamonga, arrota-postas, bicho-do-monte, maria-vai-com-as-outras, lampião grunho, andrade troglodita, lagarto malfeitor ou seja o que for, dificilmente virá a ser outra coisa.

Assim sendo, o parecer avulso debitado numa folha de jornal, como outro qualquer, é coisa inócua, o mesmo que dar cães de meias, para usar uma saborosa expressão popular. E percebê-lo até me descontrai, por isentar de encargos que deus me livre querer assumir. Por isso esta “água” refere algo que se evapora sem rasto e “mole”, pouca consistência e menos valor ainda. Por vezes, mas isso se calhar é paranoia minha, receio que a opinião aqui deixada possa mesmo ter efeitos adversos: após os reparos que há tempos expressei quanto aos jardins e zonas verdes (esse reino da arbitrariedade, como deve ser quase tudo o resto), neste inverno abateu-se sobre eles uma sanha destruidora digna de nota.

Daí resulta interrogar-me a toda a hora sobre o sentido que possa ter esta mania de pregar sermões que ninguém encomenda. Tomar a palavra em público quando não é pedida já implica alguma ousadia e embaraço quanto baste. Eu vejo-me ainda consumido pela contradição de ter o anonimato e a discrição como bênçãos e ao mesmo tempo pôr-me a nu, já para não dizer que não é certo que o mundo fosse um lugar melhor se todos pensassem como eu. Assim, a luta entre escrever ou estar mas é quieto é constante e as razões para uma ou outra opção bastante equilibradas. Então por que cargas de água acabo por ceder, apesar de tudo?

Bom, dizer-me alguém na rua que partilha comigo certo ponto de vista não deixa de tocar a corda da pequena vaidade: embora saiba que não me hão de faltar antipatias, se pretendesse ser alheio a algum desejo de reconhecimento, que todos temos, estaria a mentir. Não excluindo tal fraqueza, o impulso de escrever não passa só por aí. Em certos momentos gosto de pensar que é uma singela forma de ação cívica, ou melhor, descargo de consciência, já que em mim mora sempre uma difusa culpa por achar que pouco contribuo para o bem comum. Mas as reservas que referi da dificuldade em comunicar a sério contrariam e muito esse desejo.

Por estranho que pareça dizê-lo, escrevo sobretudo para mim, para arrumar melhor aquilo que penso. No fundo, em qualquer circunstância, falamos mais para nós próprios do que para os outros, é esse o principal papel da linguagem, o de, bem ou mal, nos ajudar a organizar as ideias. Mas ainda nem é bem isso. Talvez a maior utilidade deste gatafunhar consista no seu caráter infantil e lúdico: em recrear-me um pouco com aquilo que vou vendo à minha volta e desfrutar de forma estética dessas experiências radicalmente subjetivas (o meu desporto radical…), por meio das palavras. Simples exercícios de estilo, jogos de que, por me darem grande gozo, não gostaria de abdicar. E por fim, é mais que provável, uma compensação pelas frustrações da vida, sublimação do sofrimento nela acumulado.