Os caminhos de Fátima, um desafio para o território
No início do século XX desenrolaram-se na localidade de Fátima uma série de acontecimentos únicos, com difusão mundial, que transformaram o local num ponto de visita obrigatório, sendo, atualmente, um dos maiores e mais importantes centros de peregrinação mariana do mundo. Entre os acontecimentos, destaca-se o fenómeno das Aparições de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, aos três Pastorinhos, (Lúcia, Francisco e Jacinta), incrementando o fervor religioso do povo português. Esta maravilha, contribuiu para que os portugueses encontrassem na Virgem de Fátima respostas às diferentes inquietações, tornando o seu culto o mais emblemático a nível nacional, ocorrendo, ao Santuário, milhares de peregrinos com o objetivo de cumprir promessas, acompanhar familiares e amigos ou somente para viver a experiência. Entre os peregrinos, destacam-se os que partem da diocese Bragança-Miranda, percorrendo o itinerário mais longo do país, com cerca de 369 km, por estradas alcatroadas e muito utilizadas por veículos motorizados, manifestando a fé, esforço e devoção. O Anuário Católico revelou que, no ano de 2014, 99,3% da população desta diocese afirmou ser católica, pese embora, a nível nacional se tenha verificado uma diminuição de 7,4 pontos percentuais, passando de 86,9% da população para 79,5%, entre os anos de 1999 a 2011, segundo indica o estudo "Identidades religiosas em Portugal, representações, valores e práticas” conduzido pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião e pelo Centro de Estudos de Religião e Culturas da Universidade Católica Portuguesa. Para além da elevada percentagem de católicos, na Diocese de Bragança-Miranda existe um expressivo património religioso e um conjunto muito significativo de 49 santuários marianos, predominando nos setores norte e oeste, distribuídos da seguinte forma: oito no concelho de Vila Flor; sete no concelho de Bragança; seis em Mirandela; cinco no concelho de Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães, respetivamente; quatro no concelho de Vinhais; três nos concelhos de Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e Mogadouro, respetivamente; dois no concelho de Torre de Moncorvo e de Vimioso e um no concelho de Freixo de Espada à Cinta-
Com património e peregrinos, a região necessita da criação de uma rota estruturada, onde se caminhe em segurança e sem o ruído dos automóveis, que ligue Trás-os-Montes a Fátima, servindo de alternativa ao atual caminho. Este traçado poderá assumir uma dupla dimensão, sendo percorrido não só por peregrinos, mas também por pedestrianistas, autónomos e/ou grupos organizados, que decidam visitar a região, proporcionando mais segurança e, simultaneamente, dar a conhecer as manifestações da identidade, do saber e da história do povo transmontano.
Os trabalhos académicos promovidos pela Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo (EsACT-IPB), têm estudado o perfil de peregrino da diocese Bragança-Miranda, revelando-se cada vez mais exigente e informado. Nesta senda, é imprescindível um novo traçado que agregue valores e recursos, oferecendo serviços e produtos diferenciadores, promovendo o território e fomentado o desenvolvimento económico para a consolidação do Turismo Religioso, na região e em Portugal. Para que tal aconteça, é fundamental um diálogo de vontades entre todos os intervenientes institucionais, conjugando esforços e parcerias, contando com o apoio da EsACT-IPB para o sucesso deste projeto.
Aida Carvalho |Docente. Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo
Betina Teixeira | Mestre em Marketing Turístico. Município de Mirandela
Maria Gouveia | Geógrafa. Município de Mirandela
NO RESCALDO DO CONGRESSO da Associação Nacional de Assembleias Municipais
Ainda não foi desta que S.Ex-ª o senhor Presidente da Republica deu oportunidade aos dirigentes da Associação Nacional das Assembleias Municipais, ANAM, para de voz viva e corpo presente apresentarem cumprimentos., como ainda é boa pratica de gente educada, e explicar que razões presidiram à criação de mais uma associação que algumas vozes maldizentes afirmam a pés juntos não ser necessária e que tendo em conta e respeito as dificuldades do país devíamos ter mais cuidado e não malbaratar o nosso dinheirinho!
É certo que Sua excelência até enviou uma mensagem para ser lida na abertura do congresso que a conventual cidade de Mafra acolheu no passado dia 19 de Maio e reuniu bem mais de uma centena de presidentes de assembleias municipais, número que parece ser suficiente para adquirir o importante estatuto de parceiro social. Como é seu timbre, a mensagem era simpática, longa e inteligente pois reconhecia o papel importante das assembleias, identificava-se com os demais presidentes e, aqui sim, deixando um desafio aos participantes aos quais atribuía uma acção pioneira, colocava as assembleias municipais no lugar cimeiro da democracia local donde têm estado deslocadas,
Mas se era necessário e urgente dar a conhecer o diálogo que faltava entre esta ainda jovem associação e o mais alto magistrado da nação, uma vez que nunca foram recebidos, mais exigente se torna perceber que razões misteriosas impedem a comunicação social portuguesa de informar a população, como é seu nobre dever, sobre o que são e para que servem as assembleias municipais, órgãos autárquicos que a nossa constituição criou e anunciou como os mais representativos dos munícipes e que decorridos quarenta e dois anos de vida democrática, continuam secundarizadas e até objecto de alguma atrevida ironia por parte dos nossos eleitos.
Trata-se de facto, duma não surpreendente mas real iliteracia autárquica de quem só se interessa por questões relacionadas com o poder, subestimando perigosamente a riqueza pedagógica do debate e a responsabilidade politica de deliberações sobre matérias vitais a cada concelho.
Estamos convencidos que a intervenção activa e efectiva desta estrutura associativa representante das demais assembleias municipais, muito irá enriquecer o debate democrático e não beliscará em nada o papel igualmente importante da Associação Nacional dos municípios Portugueses, ANMP, desempenhou até ao presente.
Ao invés, com os olhos postos no que a Constituição da Republica regista e recomenda, ambas contribuirão, agora sim, para uma vivencia democrática do Poder Local, rica, activa e tolerante bem de acordo com um país que soube recuperar a dignidade da convivência pacifica e tudo leva a crer enfrentará o futuro levando consigo a confiança de todos.
É neste cenário e com estes actores dedicados e patriotas, que eu espero ver concretizada a curto prazo a tão anunciada descentralização, uma medida histórica que ponha fim a um centralismo secular e injusto e que doravante o país real que ainda se confronta com listas de espera nos hospitais e acessos rodoviários antiquados, possa finalmente governar-se a si próprio, ou seja, resolver localmente os problemas que lhe estão próximos e lhe dizem respeito.
José Manuel Pavão, ex-presidente da ANAM
Maturidade e Modernidade
Agradou-me a forma serena, sóbria, neutra, da notícia da põe este jornal a propósito de uma manifestação de pessoas orgulhosas da sua condição sexual e companheiros de rota, os companheiros de rota é um aparte da minha lavra retirado do jargão político do pós-guerra que os manifestantes não sabem, logo não conhecem em profundidade e extensão.
Se o jornal revelou sobriedade e respeito pela atitude dos orgulhosos a servir de exemplo jornalístico (espero que o velho amigo Rogério Rodrigues comungue da minha opinião), a vetusta urbe ainda considerada aqui e acolá como ninho de hirsutos e violentos transmontanos ultramontanos árbitros de costumes de estadulho na mão a acometer rispidamente contra quem não cumpra o cânone do politicamente correcto.
Desde já declaro ter receado desacatos ou alarvidades quando li no Mensageiro um texto a dar conta da iniciativa, civicamente, os bragançanos reagiram como deve ser num tempo assente em cirros de modernidade mesmo quando a exuberância choca a nossa sensibilidade ou está nos antípodas daquilo que pensamos relativamente a comportamentos e modos de vida contrastantes com vigamentos civilizacionais e educacionais de outro talante. A cidade respondeu dentro do mote – vive e deixa viver – pespegando vistosa bofetada de luva branca a sacarrões de esquerda e de direita provando quão desligada da realidade é a ideia de o nosso vetusto burgo ser associado è existência de díscolos chauvinistas no tocante a comportamentos e costumes.
Os leitores recordam-se a polémica das «mães de Bragança» ter chegado à TIME, ainda nos tempos correntes o efeito gerado pela notícia a motivar reacções miméticas persiste, também por essa razão o notório alheamento da generalidade das pessoas é curial demonstração de modernidade, ao contrário das proibições e censuras reinantes em dezenas e dezenas de países com destaque para os do Médio Oriente, África e Ásia. Sem surpresa vemos, lemos e ouvimos ecos da repressão naqueles países muito aplaudidos pelos vesgos que a propósito de tudo, e a propósito de nada são lestos a condenarem Israel que sem ignorarmos os desmandos do sectarismo existe liberdade decisão.
Nos anos sessenta a claustrofobia no tocante às sexualidades era patente em Bragança ao exemplo da generalidade do País, se as meninas dos Colégios passeavam nas ruas de baixo da tutela de uma «zeladora», as do Asilo tristes nos seus vestidos modestos e iguais tinham o acolitamento de duas freiras, as restantes vigiavam-nas os pais, as avós, as tias, os irmãos mais velhos e os vizinhos. Ninguém (rapazes e raparigas) escapava ao crivo censório, no entanto, de vez em quando rebentava o cochicho denunciador do desvio, umas vezes a redundar em casamento, outras no exílio forçado da «pecadora». Manda a boa educação não exemplificar, o mesmo no referente a sussurros no anel do mesmo sexo. Exista um pobre homem cuja alcunha feminina servia de chacota, sendo ele alvo de sevícias, e rumores, rumorosos sobre este e aquele.
Enquanto a prática da prostituição foi legal, as toleradas (reparem no vocábulo) obrigavam-se a ir à revista, estas matriculadas viviam tranquilas no seio da Comunidade, altercações ocasionais e normais de vizinhança, já ao tempo prevalecia a cordialidade com as continuadoras da mais velha profissão no Mundo. Vários historiadores o escreveram.
Estes temas têm de ser tratados com enorme delicadeza, há anos tentei investigar modos de vida neste segmento da sociedade, ainda troquei opiniões com o Francisco Cepeda, desisti porque as parentelas são muito ciosas, as figurantes ou estão demasiado velhas ou morreram. A minha vizinha Canária deslindava episódios do arco-da-velha. Insólitos.
E, de um não efeito acabei a evocar mofinas vidas de uma época engrolada no sofisma das públicas virtudes e vícios privados. A Revolução de Abril permitiu destapar alguns processos referentes a tais vícios, um deles envolveu a morte de um apelido sonante da finança portuguesa, o outro é o conhecido caso dos bailados em «rosa», o falecido Fernando Ribeiro de Melo publicou-o e ofereceu-me um exemplar. Caso o leitor vasculha alfarrabistas ou livrarias antigas pode ter a sorte de o encontrar. Vale a leitura em virtude de o documento ser uma boa expressão do – debaixo do manto diáfano da fantasia, a nudez forte da verdade –, no obscurantismo salazarista.
Saber acabar
Tudo tem um começo e um fim. Sempre ouvi dizer isto. Parece-me de domínio público que nada pode durar para eternamente. Eu uso mais aquele provérbio "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe". Apesar das palavras feitas, ajuda a encarar algumas fases da vida. Como que, de repente, percebêssemos que sabemos de antemão o desfecho de tudo - se está mau, vai melhorar; se está bom demais, nada de criar hábito.
Claro que isto não é linear. Nem poderia ser. Contudo, a realidade é que a vida é feita de ciclos, e só convém não viciar os dados. E, mesmo que estejam viciados, que mal tem afinal? É como vermos uma estória repetir-se em frente aos nossos olhos, até chegar ao desfecho espectável. É uma situação de "win-win" – tiramos uma percentagem de proveito e sabemos que vai descambar.
Tão sábio como ter a arte de começar alguma coisa, de ter o engenho para pôr as rodas nos carris a rolar, é a arte de saber puxar o travão e de tirar a locomotiva da linha. Não falo de um descarrilamento, algo acidental ou atabalhoado. Estou a referir-me a algo totalmente deliberado.
Saber fechar a porta de determinados eventos, define, em grande medida, como vai ser a nossa relação com aquele caso dali para a frente. Não se pode, inocentemente, pensar que o que fazemos ou dizemos fica sem uma resposta por parte do meio envolvente. Onde sempre estão pessoas afectas.
Ora, quando andava no oitavo ano, mais coisa menos coisa, fui pedida em namoro por um rapaz que, na altura, eu achava muito fofo. Tínhamos uma "cena" sem maldade nenhuma, o que, visto 15 anos mais tarde consegue deixar saudade - a ausência de maldade nos sentimentos. Era uma sexta-feira, e deduzo que o pedido lhe tenha demorado, pelo menos, essa semana inteira a ganhar coragem. Ou é assim que gosto do imaginar. Era final de dia de aulas, e eu disse logo que sim. Nessa altura, costumava pedir aos rapazes um tempo para pensar, mas saiu-me logo "sim". No minuto seguinte, acho que estava algo arrependida, porque tinha a ideia pré-adolescente de que tudo era para sempre - ainda não conhecia toda a sabedoria popular toda. O problema era, pois, não saber se queria aquele namoro para sempre, e abdicar dos intervalos da escola com as amigas, e estar a todo o momento com a mesma pessoa. Era desta forma que eu pensava que se processava depois de dizer "sim". Devemos ter dado um chocho para selar o compromisso, para a seguir correr para o autocarro e ir para casa. É disto que me lembro.
Lembro-me também de andar angustiada no fim-de-semana inteiro, a pensar como poderia resolver aquele namoro que me parecia precipitado. Não gosto de conflitos, discussões, gritos ou dramas. Pelo que pensei ignorá-lo, somente, como mostra do meu descontentamento. Mas, tinha sido eu a dizer "sim", caramba. Mesmo com 12 ou 13 anos, pareceu-me infantil da minha parte. Então, escolhi encher-me da mesma coragem que ele também devia ter tido, para anunciar que queria terminar. Não me lembro bem como o disse ou onde, o que é certo é que ele nunca mais me falou. Por isso, não devo ter escolhido as palavras certas ou o momento adequado. Neste caso não soube começar nem acabar. Não soube ter o bom e esperar pelo mau. Talvez tenha sido um dos casos inversos do provérbio. Enfim, às vezes lembro-me deste episódio. Força-me a aceitar que, na vida, o sentido de oportunidade pode trabalhar-se e que é importante, de verdade, saber talhar os inícios e os finais.
Falando de... Lutero
Em tempos de liberdade, com o 25 de Abril a ecoar em muitos dos portugueses, sobretudo naqueles que ainda sofreram a amargura dos grilhões da ditadura salazarista, é possível falar de Lutero sem azedume e lembrá-lo, sem receios, em páginas que, alguns mais dados à leitura, aproveitarão para recordar ou conhecê-lo.
Num mundo em mudança, onde as guerras não dão tréguas, parece existir um apaziguamento em relação a personalidades que foram tratadas com alguma acrimónia. A literatura tem este dom: traz à tona figuras da sociedade que mudaram u rumo da história pelas melhores e piores razões. É o livro a eternizar-se e a reclamar a sua importância. Bendito Gutemberg que mudou a face da terra e permitiu ao curioso penetrar em séculos de vida. E desbravar da existência, é possível chegar a Lutero que em Novembro abriu os olhos, em Eisleben, na Alemanha.
De pai, mineiro, origem humilde, dedicado a Deus e à Igreja Católica, é-lhe ministrada uma educação severa, de acordo com os costumes da época. Feitos os estudos primário e secundário, ingressou em 1501 na Universidade de Erfurt, cuja cidade era governada pelo arcebispo de Mogúncia. Uma vez, bacharel em Artes, segue-se uma experiência no curso de Direito, que abandonará. Dedicado a Deus, ingressa na Ordem dos Agostinhos em Erfurt, a 17 de Julho de 1505, sendo ordenado sacerdote em 1507. Sempre em busca do conhecimento, retoma os estudos, cursando Filosofia e Teologia na Universidade de Erfurt, sendo nomeado leitor universitário na mesma Universidade em 1508.
Depois de uma visita a Roma em 1510, que o terá desgostado, bem como a outras personalidades, não poupa críticas à autoridade da Igreja. Por seu turno, Erasmo, no Elogio da Loucura, não se furta a censuras, excluindo do céu o Papa Júlio II. Savonarola pagará com a vida a sua temeridade, numa época em que a vingança, aliada à crueldade não se afastam dos hábitos eclesiásticos.
Lutero, crítico e avesso aos hábitos da Igreja, instala-se em Wittenberg, apoiado pelo príncipe eleitor Frederico, o Sábio, assumindo a cátedra de Teologia, ao mesmo tempo que estuda com vista ao doutoramento, simultaneamente pregando na igreja de Wittenberg, onde a palavra luterana dardejava a figura do Papa de Roma e os seus sequazes.
Se é verdade que os hábitos praticados pela Igreja suscitavam da parte de Lutero profundas críticas, a pregação das indulgências, convidando à sua aquisição com o objectivo de aliviar o sofrimento no Purgatório dos familiares defuntos, provocou em Lutero uma maior indignação. É certo que se tratava de uma prática popular, cuja receita se destinava à construção da Basílica de São Pedro, em Roma.
O perdão dos pecados nunca poderia ser alcançado por intermédio de alguém, só através de uma vida dedicada à penitência, é possível ganhar o perdão de Deus. A Igreja através do Papa, não possuía o poder nem os meios para perdoar os pecados. A fé verdadeira só era possível pela prática e obediência aos princípios da Sagrada Escritura. A autêntica salvação residia no texto bíblico orientador de toda a prática do cristão. Embora já houvesse reformadores anteriores a Lutero, como John Wycliffe que criticou o fausto do Papa e a acumulação das posses da Igreja, Lutero traduz a Bíblia, instrumento indispensável de orientação para uma vida de penitência, de união e de participação na salvação divina. Deus é o centro de todo o argumento luterano, e é com Deus que todo o crente tem que se harmonizar. Nenhum sacerdote, nenhum sacramento, nenhum santo podem fazer chegar o crente até Deus. Tudo fica a cargo de cada um individualmente.
Segundo Lutero, acreditar nas indulgências dava ao homem um falso sentido de segurança que não podia conciliar-se com a salvação evangélica em Cristo. Por outro lado, a sua indignidade revela-se, face às pessoas ligadas ao processo do comércio das indulgências, como por exemplo, o príncipe e clérigo Alberto, da Casa dos Hohenzollern que apenas com 23 anos, já era senhor de duas dioceses, a de Halberstadt e a de Madeburgo.
Perante esta situação indecorosa que era o comércio das indulgências, Lutero resolveu afixar 95 teses contra, na porta da capela do Castelo de Wittenberg, em 31 de Outubro de 1517, data considerada como a do aniversário da Reforma. Posteriormente, surgiram dúvidas quanto à divulgação das teses, aventando alguns historiadores, que as mesmas terão sido remetidas às autoridades eclesiásticas que promoveram a sua ampla divulgação.
Seria fastidioso enunciar as 95 teses escritas, no original em latim, traduzidas para português por Dinis de Almeida, sendo elas no seu conjunto uma manifestação global, em 95 alíneas de refutação às indulgências mandadas pregar pelo Papa Leão X, em 1514. Achamos, contudo, pertinente a transcrição da n.º 36, elucidativa da posição de Lutero:
“qualquer cristão, verdadeiramente arrependido, tem completa remissão, tanto da pena como da culpa; ela é-lhe devida mesmo sem cartas de indulgências”.
Ou, ainda, a n.º 86 que transcrevemos:
“Porque é que o Papa, possuidor hoje de riquezas mais opulentas que as dos mais opulentos Crassos, não constrói ele com dinheiro do seu bolso a Basílica de São Pedro, em vez de a fazer com o dos pobres fiéis”.
Difundidas as teses pela Alemanha e Suíça. Abriu-se o leque dos descontentes com o comportamento da Igreja de Roma. Para Lutero, era necessário melhorar aquele conjunto de afirmações, vindas a lume em 1518, num conjunto de vinte proposições intitulado Tratado sobre as Indulgências e a Graça.
Através do papa Leão X, Lutero é condenado como herege, sendo queimados os seus livros, considerados heréticos pela Igreja, em autos de fé, nomeadamente o tratado, Sobre a Liberdade Cristã. Não foi pacífica a reacção de Lutero e dos seus apoiantes. Em 10 de Dezembro de 1520, junto da porta de Eister, em Wittenberg, acenderam uma fogueira e lançaram ao fogo a bula papal e os pergaminhos que simbolizavam o poder canónico dos Papas da Renascença. Passou esta data a ser considerada a data fundadora do protestantismo.
Traduzida a Bíblia para alemão, a Reforma toma novo fôlego, unindo pobres e ricos, letrados e iletrados. Os alemães uniram-se em volta da palavra de Deus, criando uma nova unidade. A Bíblia estava mais perto das pessoas. Já não era património exclusivo do clero, trazendo consequências transversais para toda a Alemanha, Suíça, Holanda e países nórdicos. Henrique VIII já podia dissolver o matrimónio e voltar a casar. A Bíblia traduzida por Lutero acabou com o purgatório e com as indulgências, bem como com um conjunto de práticas que dividiram definitivamente os cristãos em católicos e protestantes.
Lutero deixa de pertencer à Igreja Católica e ao Sacro Império de Carlos V. Não está só. É seguido por aqueles que discordam de Roma e que não perderam a fé: clérigos, humanistas, príncipes, gente simples e importante. A Igreja Católica continua a persegui-lo a nível político e religioso. A Universidade Católica de Lovaina e a de Paris escreveram contra ele.
A ruptura com a Igreja Católica, fá-lo adoptar preceitos que não se compaginavam com a rigidez que lhe era timbre. Não atribuindo ao matrimónio estatuto eclesial de sacramento, afirma que o matrimónio existiu desde o princípio do mundo e existe também entre os infiéis, não havendo razão para afirmar que se trata de um sacramento da nova lei ou exclusivo da Igreja.
Em Wittenberg as ideias de Lutero eram cada vez mais presentes. Karlstadt, um dos primeiros discípulos de Lutero, juntamente com Gabriel Zwilling, monge agostinho, exigia uma reforma da Igreja mais drástica, radical e mais rápida. Sugeria a extinção do celibato e das ordens religiosas. Todos os sacerdotes, monges e monjas deveriam casar.
A indisciplina, a desordem e o caos reinavam na Alemanha. Estudantes e operários, em luta contra os monges, provocavam a destruição e a ruína. Foram abolidas as imagens dos santos, criticado o baptismo das crianças, abolidos os jejuns. Alguns mosteiros foram fechados. Os monges casavam-se. Lutero intervém para que os casamentos fossem dignos, incitando-os à fidelidade à palavra de Deus.
Com a sociedade mais serena, a Reforma iniciada por Lutero espalha-se pelo mundo civilizado. Protegido pelo príncipe Frederico regressa a Wittenberg, onde continua a sua vida de professor e de pregador. Na Igreja Católica, morria Leão X, sendo eleito Papa Adriano VI.
Amado e detestado, com quarenta anos, abandona o celibato. Em 1524, decide casar com uma ex-monja, Catarina de Bora, de 20 anos, que pertencia à nobreza alemã e que aos 18 anos decidiu, com outras monjas, abandonar o convento. Da sua relação matrimonial, deu à luz seis filhos. Muito dado à família, assistiu à morte de alguns dos seus filhos, lamentando-a profundamente em cartas a amigos. Não abdicando da oração diária, em companhia da família, leva uma vida de grande disciplina e austeridade, frugal, sujeitando-se a frequentes jejuns, embora os seus opositores católicos o acusassem de comer bem e beber melhor. Bom anfitrião, não deixava de acolher em sua casa hóspedes de todos os géneros, com quem compartilhava a mesa, ao mesmo tempo que na sua porta eram recebidos mendigos. Pouco dado aos assuntos domésticos, delegava na mulher, a quem tratava por Kathe, e a quem escrevia cartas quando se ausentava.
Com a Igreja Católica a tentar resolver a crise que a avassalava, Paulo III convoca um concílio que terá lugar na cidade de Trento. Será o maior concílio da Igreja, iniciado em 1545 e terminado em 1563. A Contra Reforma tentava questionar a crise, imaginando soluções para os seus males. Passado um ano, falecia Lutero. Em 18 de Fevereiro de 1546, onde nascera em Eisleben, findara o homem que estivera na origem da maior dissidência religiosa. De morte natural, apoplexia ou angina pulmonar, é matéria de investigação para os estudiosos. Jaz na Igreja do Castelo de Wittenberg. Terá publicado mais de 400 obras, sob orientação da mulher, que administrava a casa de família.
De entre os livros escritos por Lutero, citamos: Da Liberdade do Cristão, o Catecismo Maior e Menor, do Cativeiro Babilónico da Igreja, Nascido Escravo, Somente a Fé e Magnificat.
Com o ecumenismo que o Papa Francisco e sus antecessores contemporâneos têm trazido até nós, é possível ler hoje, sem rebuço, Lutero e a sua obra. E é de uma figura grada da Igreja de Portugal, que nos servimos para a confecção deste trabalho. Em cerca de 450 páginas, o Padre Joaquim Carreira das Neves, cujo óbito ocorreu em 28 de Abril de 2017, proporcionou-nos Lutero – Palavra e Fé, editado pela Editorial Presença.
Lutero, homem do mundo, para além da grande figura da religiosidade, lida nos nossos dias, sem azedume, é, sem dúvida, uma das figuras centrais da cultura alemã.
Se as ideias de Lutero motivaram a divisão dos alemães, provocando sofrimento, guerras e conflitos, a tradução da Bíblia, suscitando a sua leitura, forneceu as bases para o desenvolvimento da língua alemã. Divulgando a Bíblia, vertendo-a para o falar da sua gente, incentiva o povo a aprender a ler e a escrever. Diminuindo a iliteracia, promove o acesso ao conhecimento, melhorando os níveis de cultura dos alemães. A religião ao serviço do povo. Lutero e os meios de comunicação com a tipografia a dar os primeiros passos. Homens da cultura, na esteira do luteranismo a divulgar teses que se opunham frontalmente ao dogmatismo da Igreja Católica, a perder apostolado, a favor do homem que, em Wittenberg, ousou enfrentar o Papa todo poderoso.
Não foi fácil o caminho percorrido até hoje. Lutero aparece durante muito tempo como uma entidade demoníaca, perversa, teimosa, contumaz. A adjectivação da negatividade que a Inquisição de forma implacável procurou exterminar. A Europa a dividir-se e a chamar a si a subjectividade da sua crença. A Ibéria, obediente ao Papa de Roma e intolerante às práticas seguidas pelas gentes do Norte, onde a França, adepta do Calvinismo, parece marcar a fronteira entre católicos e protestantes.
De herança imensa, Lutero, para muitos, criador do mundo moderno a quebrar a hegemonia de uma Idade Média, que se pautava pelo anacronismo e pela contestação silenciosa. Nome intolerado no século XVI, do Concílio de Trento, é voz corrente que o nome de Lutero servia de arremesso quando o insulto era uma arma para desfeitear o próximo. Frei Bartolomeu dos Mártires protestava vivamente quando o apelidavam de Lutero. Inadmissível, segundo ele.
De difícil aceitação no nosso país, por razões várias, Lutero viu chegada até nós a Igreja Luterana e Reformada Alemã, em 1761, por seu turno a Igreja Evangélica Luterana Portuguesa só seria fundada em 1959.
Com credos e seitas a proliferar, com a liberdade a celebrar-se por toda a parte, Lutero pouco publicado e pouco lido, é hoje nome pronunciado e gritado a plenos pulmões, ao mesmo tempo escrito sem temor em terras dominadas pelo catolicismo e onde a religiosidade abunda.
Não foi adoptado o Acordo Ortográfico em vigor
NÓS, TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - Diogo Henriques (n. Torre de Moncorvo, c. 1590)
Pero Henriques Cavaleiro é figura mítica da comunidade cristã-nova de Torre de Moncorvo do século de 500. O sobrenome é honorífico e ganhou-o nas campanhas militares pelo Norte de África. Pertencia, pois, à burguesia cristã-nova enobrecida. Foi casado com Leonor Henriques, de Vila Flor e ali assentaram morada. Tiveram pelo menos 5 filhos e 2 filhas, que chegaram à maioridade. Ficando viúvo, casou segunda vez, com uma mulher de Vila Real e dela não houve descendência.
De sua mulher, Leonor Henriques, temos mais informações, colhidas nos processos de seus irmãos e sua mãe, Branca da Mesquita, que todos foram presos pela inquisição de Coimbra, no seguimento da visitação do inquisidor Jerónimo de Sousa, em 1583. (1) E conhecemos também os ascendentes de Branca, desde a geração dos batizados em pé.
Também alguns dos filhos do Cavaleiro estagiaram nas celas do tribunal do santo ofício. Foi o caso de Domingos Henriques, preso em 1618, (2) que denunciou familiares e amigos e confessou ter sido doutrinado na lei de Moisés por seu pai e por seu tio materno, o letrado Domingos Marcos.
De seguida, também a filha, Violante Henriques, (3) foi prisioneira da inquisição. Era casada com António Vaz que cedo se abalou para as Américas, concretamente para o Perú, conforme o testemunho de Diogo.
Um terceiro filho do Cavaleiro, alvo da perseguição inquisitorial chamou-se Diogo Henriques, o nosso biografado. Nasceu em Torre de Moncorvo, por 1590. Foi casar em Vila Real com uma Branca Dias. (4) O casal fixou morada em Vila Flor, onde viviam, com seus 4 filhos: Pedro, Violante, Francisco e Leonor, o mais velho nascido em 1615. Esta Leonor viria a casar com Manuel do Vale e estes seriam os bisavôs maternos de Jacob Rodrigues Pereira, o inventor do alfabeto para os surdos-mudos. (5)
Foi no dia 9 de fevereiro de 1620 que Diogo Henriques foi preso pelo meirinho da inquisição de Coimbra, António Moreira, juntamente com sua irmã Violante, sua cunhada Águeda Correia (6) e o seu parente Mateus Marcos, que morreu na cadeia antes de completar um mês de estadia no cárcere, contando apenas 19 anos de idade. (7) A lista de pessoas que António Moreira trazia para prender em Torre de Moncorvo incluía ainda mais 4 pessoas. (8)
Diogo terá sido denunciado por seu irmão Domingos morador em Torre de Moncorvo, preso em 1618, que deu o seguinte testemunho:
- Haverá 12 anos, em Vila Flor, em casa de seu pai, Pero Henriques, Cavaleiro, se achou com seu irmão Diogo Henriques, solteiro, e agora casado em Vila Real, morador em Vila Flor, e estando ambos sós com o dito seu pai, que então era viúvo e morava em Vila Flor, e foi depois do último perdão geral… doutrinou-os na lei de Moisés. (9)
Entregue ao alcaide da cadeia do tribunal de Coimbra no dia 24 do dito mês de fevereiro, logo naquela ocasião, “antes de ir para o seu aposento”, Diogo manifestou o desejo de confessar os seus erros e pedir misericórdia e perdão. Semelhante disposição manifestariam os que com ele foram presos e a “estratégia” terá sido combinada pelo caminho, pois que todos eles foram sentenciados e mandados embora no mês seguinte. Para além disso, veja-se a seguinte nota, escrita logo ao início do processo de Diogo Henriques:
- Não se lançaram no processo as mudanças (de cárcere) deste réu, por ser muita gente (presa) e os notários muito ocupados.
Sim, os notários e os inquisidores de Coimbra estavam bem ocupados. Naqueles anos, desde 1618, foram “levas” sucessivas de grandes mercadores da cidade do Porto e das terras durienses, nomeadamente de Torre de Moncorvo e Vila Flor. Aliás, o próprio despacho final mandado lançar no processo de Diogo, em 22.3.1620, é bem elucidativo:
- Foram vistos nesta mesa do santo ofício estes autos e culpas e confissões de Diogo, cristão-novo, neles conteúdo, e pareceu que se devia despachar para sair neste auto, por haver confessado e satisfeito aos autos, por onde o não podem deter, em razão da justiça, como também porque muita razões de conveniência pedem o mesmo, visto ser o réu de terra tão despovoada, e estarem os cárceres tão cheios, e a conjugação do tempo mostrar que convém dar expedição aos confitentes. E porém que destas razões se fizesse aqui menção para constar das que houve para se correr com pressa em este processo e não ficar exemplo para outros casos que em tudo não seriam a este semelhantes.
Contava 30 anos de idade quando regressou a Vila Flor. Não trazia já vestido o abominado sambenito. E pouco mais sabemos sobre Diogo Henriques, que morreu antes de 1637, segundo informação colhida no processo de seu sobrinho Pedro Henriques da Mesquita. Com este e muitos outros descendentes do Cavaleiro a saga da família nas masmorras da inquisição haveria de continuar.
Notas:
1-ANTT, inq. Coimbra, pº 9316, de Branca da Mesquita; pº 2376, de Brites Marcos; pº 12457, de Gonçalo Marcos.
2-IDEM, pº 2466, de Domingos Henriques. Este foi casado com Inês Henriques, cristã-nova de Chacim. Depois de penitenciado, o casal deixou a Torre de Moncorvo e foi viver para Vila Nova de Foz Côa.
3-IDEM, pº 3209, de Violante Henriques. Depois de libertada, Violante abalou para Castela, onde vivia por 1637, contando uns 60 anos, conforme declaração feita por seu sobrinho Diogo da Mesquita Munhoz.
4-Branca Dias era filha de Francisco do Vale e Violante Dias. Também esta foi processada pela inquisição de Coimbra, em 1622 – pº 6074. Branca Dias estará também ligada à família de Manuel Fernandes Vila Real.
5-ANDRADE e GUIMARÃES – Jacob (Francisco) Rodrigues Pereira, Cidadão do mundo, Sefardita e Trasmontano, Lema d´Origem, Porto, 20014.
6-ANTT, inq. Coimbra, pº 5693, de Águeda Correia, natural de Chacim. Em 1620, Águeda contava 50 anos e era já viúva de seu marido, António Henriques, mercador de panos. Morava na Rua da Fonte do Concelho, em uma casa de sobrado. Tinha uma vinha, sita por cima da Fonte do Concelho e que valia uns 70 mil réis. Depois de penitenciada, abandonou Moncorvo e foi-se para Castela, fixando morada em Medina d´el Campo.
7-IDEM, pº 3270, de Mateus Marcos.
8-IDEM, pº 5693, de Águeda Correia: - Lista das pessoas da nação que se hão-de prender em Torre de Moncorvo: Vasco Fernandes, mercador, casado com Filipa Gomes, ausentes há um ano; Violante Henriques; Inês Henriques, fugiu poucos dias depois de prenderem seu marido, Domingos Henriques; Francisco Vaz, mercador, casado com Maria Vaz, já defunto e ele é irmão de Domingos Henriques; Águeda Correia, viúva de António Henriques, o qual é irmão de Domingos Henriques; Paulo Henriques, mercador, casado com Violante Rodrigues, irmão de Domingos Henriques, fugiram para fora do reino; Isabel Henriques, irmã de Domingos Henriques, viúva de Luís Marcos, fugida há muitos anos; Mateus Marcos.
9-IDEM, pº 2456, de Diogo Henriques.
A subida à “bandeira” e as passadeiras de flores nas tradições do Corpo de Deus
Ter, 05/06/2018 - 11:04
Olá familiazinha!
Chegou o mês de Junho onde vão reinar os santos populares e no terceiro domingo se vai realizar o XXIX Piquenicão da Família do Tio João, em Vilas Boas (Vila Flor) no santuário de Nossa Senhora da Assunção, esse lugar de paisagens deslumbrantes, onde vamos regressar 20 anos depois. Também foi lá que festejei os meus trinta anos de idade.
A nível agrícola, o tio Manuel Drulovik, de Estorãos (Valpaços) disse-nos que “em Maio semeamos, em Junho arrancamos… a erva, que é a maior produção deste ano!...”. O tempo promete estar instável até à entrada da lua nova, a 13 deste mês, visto que na última houve trovoada. Na última semana batemos todos os recordes de participações, com 225 numa semana, sendo que só no dia do Corpo de Deus tivemos 65.
Vivemos momentos de alegria com a notícia de que a neta do tio Sebastião José Eira Velha, de Cernadela (Macedo de Cavaleiros), já saiu do coma e está a recuperar muito bem. Também a neta de 13 anos do tio Acácio, de Alfaião (Bragança), está quase totalmente recuperada, tendo já voltado à vida estudantil.
Em contrapartida, a tia Idalina Rosa, de Bragança, que toda a família acompanhou durante os últimos anos na grande luta que teve contra a doença que a vitimou, chegou ao fim o seu sofrimento. Também o tio Benjamim, da Quadra (Vinhais), se despediu da vida. Vamos recordá-los para sempre com dois grandes elementos da família. Paz às suas almas e os sentimentos às famílias enlutadas. Durante os últimos dias muitas foram as caras conhecidas da nossa família que estiveram de aniversário: A tia Lurdes Pires (92), de Bragança; Filipe Falcão (58), Caçarelhos (Vimioso); António Alemão (74), Mogadouro; Carla Pinela (47), Sacoias (Bragança); Rui Almeida (59), Bragança; Carlos Pires (55), Mirandela; António Pereira (87), Torre de Dona Chama (Mirandela); Luís Portela (75), Zoio (Bragança); Arminda Pires (65), Freixedelo (Bragança); Carlos Sarmento (60), Cabages (Vinhais); o concertinista que vamos conhecer no piquenicão, José Miguel (14), de Tinhela (Valpaços) e o casal Sezisnando e Irene, de Canavezes (Valpaços) que festejaram as suas bodas de ouro matrimoniais. A todos muitos parabéns cheios de saúde.
Agora deixo-vos com algumas das tradições do dia do Corpo de Deus que ainda se realizam nas nossas terras.
A nova investida do “eduquês”
Ter, 05/06/2018 - 10:55
A educação é um dos fundamentos da construção de sociedades verdadeiramente democráticas.
Por enquanto não se encontrou recurso mais eficaz do que a racionalidade, suportada no conhecimento, para atingir a elevação da condição humana.
Mirandês sagra-se campeão distrital de benjamins
Sáb, 02/06/2018 - 23:22
A formação de Miranda do Douro só precisava de um ponto para se sagrar campeã, mas fez mais que isso, venceu a ADSP Vale do Conde B por 6-1.
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