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Budo Gym conquista 11 medalhas no Mundial de Artes Marciais

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Ter, 27/03/2018 - 14:54


Três medalhas de ouro, quatro de prata e outras tantas de bronze é o saldo da participação do Ginásio Budo Gym, de Bragança, no World All Styles Championship, considerado o maior campeonato de artes marciais da Península Ibérica. 

AP Porto vence Inter Regiões de Hóquei em Bragança

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Ter, 27/03/2018 - 14:45


O maior torneio de hóquei em patins nacional terminou no domingo, em Bragança, e contou com 11 selecções distritais.
Na final defrontaram-se as associações do Porto e de Lisboa com a equipa nortenha a levar de vencida a formação da capital por 3-1.

Pascoelas e violetas

Na borda da estrada vi pascoelas a tiritarem de frio, a balouçarem sem quebrar, vi violetas minúsculas a concederem cor ao terreno a enxugar a água resultante das copiosas chuvadas caídas nas margens do rio Tejo. A contemplação da humildes flores não me recordaram a sagração da Primavere (era o dia de início da estação verdejante, assim o desejo), lembraram-me vivazmente a matriz de onde provenho, aqueles campos, as faceiras, as hortas ou cortinhas, os tufos de erva aqui e acolá, todos os rebentamentos vegetais a nos alegrarem, mesmo as raparigas namoradeiras obrigadas a irem vigiar os laregos soltavam cascatas de riso utilizando sabiamente os olhos e os lábios no indicar a possibilidade de os ansiosos interessados retouçarem nos lameiros e veigas convidativas ao «pecado» em plena Quaresma.
Nos arredores da cidade também existiam pascoelas e violetas, olhava-as, no entanto, porque eram belíssimos, maiores e cujo nome – amor-perfeito – encerrava enorme carga simbólica cotava alguns, sempre que podia, nos bem arranjados do jardim António José de Almeida. Relativamente a jardins de culto, feéricos e frementes tenho a minha conta, lastimo existirem tantos patrimónios nesse segmento da arte ao abandono que me levam a deduzir a pouca consideração dos decisores pelos jardins, os alegretes, os muretes floridos, as janelas engalanadas como duas que exibiam formosas begónias na rua Santo Condestável.
Do grafar o nome a tinta preta Pelikan nas flores eu lembro-me, de olhos baixos ou arregalados agradeciam raparigas sem ósculos, a moda dos beijinhos restringia-se à família, para de imediato colocarem a oferta no meio de um livro. É bem provável passados anos aparecerem as pétalas secas, tal qual a paixão, e se motivarem ligeiro suspiro é frémito deteriorado quantas vezes repelido de supetão.
Ali estava a enovelar em forma de caleidoscópio imagens, palavras, gargalhadas, lágrimas, suspiros, alegrias, suavidades afagadoras do ego, as pascoelas continuavam a tremer, as violetas pediam socorro pois estavam prestes a afogarem-se, esquecendo-me da trepidação da vida, da saída de pista do PSD, do ajuste de contas de rapazes crescidos e educados no mau manual da JSD, levando à «decapitação» de Feliciano Barreiras Duarte (bem pode principiar a procurar emprego), a promoção de José Silvano (quem diria!) acreditando eu no seu bom desempenho caso não escorregue numa casca de laranja, nos gorjeios aflautados da Senhora Cristas nutrido exemplo da jactância, no homem espectáculo António Costa, no amais que esperado triunfo de Jorge Gomes, o vencido não entendeu a cidade, muito menos os avisos dos camaradas treinados e batidos em desmontarem minas e armadilhas. E qual estaca, especado, permaneci longos minutos.
Sem pedantismos espúrios a intencionalidade desta crónica será sempre aferida por quem a lê, todavia a minha intenção é o de afirmar o estatuto (divino?) da Natureza, no caso em preço dos montes e vales da Terra Fria, já pouco semeados de gente, enormemente glosados nos círculos políticos e sociais, a plagiarem a passarada ávida das sementes, bichos saídos da casca das frutas (ainda aparecem) e abelhas precedidas de insectos no chupar os açúcares das flores.
Imóvel, risonho, ao chegar a casa o Nordeste obriga-me a fechar o carão; a falta de financiamento impede a realização de uma feira, a falta de clientes leva ao encerramento de casas de venda de dinheiro, os dois exemplos nada indicam de bom, os produtores e empresários do Nordeste têm pensar argutamente trabalhando na dualidade ter mais lucros e menos despesa num círculo agressivo e tempestuoso. Como fazer? Fazendo, aproveitando a inteligência dos criadores e a acutilância dos empreendedores.
Falar é fácil, opinará o leitor. É facial, no entanto sugiro aos estrategas do desenvolvimentos passeios a enlamear os sapatos, não descansem a inércia no fundo surrado da verborreia, observem as abelhas, as aranhas tecem teias de intenções e realizações (há teias enormes e custosas), a formiga como disse um pensador é empirista que colecciona, “mas o verdadeiro trabalho filosófico é o da abelha, que reira suco das flores para o transformar, como o espírito faz com os dados da natureza”.
To o texto é um hino â natureza. Lá onde estiver o panteísta Teixeira de Queiroz desculpara a presunção, fica o desejo. Na Quaresma serei absolvido, assim acredito. Boa Páscoa.
Armando Fernandes
Ps. Parabéns à Diocese de Bragança pela digitalização do seu Arquivo e o ter colocado à disposição de todos os públicos. Um exemplo a ser seguido.

Estreitos laços

Faz por agora dez anos o primeiro-ministro de então dava uma entrevista televisiva a propósito da manifestação de professores ocorrida dias antes, considerada a maior de sempre. À medida que discorria, o poder argumentativo e persuasivo era magistral, de tal forma que lá para o fim os espetadores se viam plenamente convictos de que a classe era do piorio, uma cambada de favorecidos mal-habituados, agarrados como carrapatas a ilegítimas mordomias, precisamente a mensagem que se queria propagar. Para quem possuía algum conhecimento dos assuntos o caso era outro. E se preocupava o arremesso de uma cadeia de fake news (para usar um empréstimo em voga) proferidas com convicção inabalável, e a limpeza com que os leigos eram assim manipulados, então constatar toda aquela impassível impostura chefiando o governo da nação já era aflitivo.
Infelizmente, o que se veio a saber na década que decorreu confirmou essas intuições. O fenómeno como um todo é passível de levantar tantas questões quantas tem levantado, mas algumas que também parecem relevantes são espinhosas, razão pela qual se foge delas como o diabo da cruz. A primeira podia passar por questionar a legitimidade de muitas decisões durante aqueles seis anos de gestão. Considerando que a personagem não caiu do céu, que fez um trajeto tendo por baixo toda uma pirâmide de suporte, outra, porventura mais óbvia, consistiria em saber como foi possível tal estrutura tê-lo conduzido ao cargo e facultado apoio enquanto lá esteve. Mas esperar respostas a isto seria puro lirismo, tanto como acreditar na emergência de algo parecido com uma autocrítica individual ou coletiva depois de a bomba ter estourado, apesar de o país ter sido arrastado para a falência no meio de inúmeros indícios de ligeireza. Pelo contrário (e honra seja feita às exceções da praxe, caso de Ana Gomes), ante a desgraça tudo o que até aí tinha sido uma máquina pesporrente, à imagem do próprio líder, revelou evidentes sintomas de fuga e negação.
Acho que ser de um partido é já por si altamente empobrecedor. A riqueza e beleza da realidade (e o que torna aliciante descobrir-lhe os segredos) residem em ela ser indivisa, apesar de mutável e multifacetada. Ora os partidos o que fazem é vê-la como estando partida, estilhaçada (daí chamarem-se partidos). E depois de assim a terem escacado, como se não bastasse, optarem voluntariamente alguns partidários por ver o mundo através de um desses cacos é como condenar o espírito a pena de prisão, é estabelecer laços que lhes sequestram o pensamento. Daí a piada que a autocensura às vezes tem, o contorcionismo a que muitos se obrigam para não pisar o risco que alguém lhes traçou. Se a essa postura juntarmos conveniências individuais, está aberto caminho para perceber que muitas vezes a máscara carnavalesca não passa de um símbolo daquela que usamos nos restantes trezentos e sessenta e dois dias do ano.
Não que a tendenciosidade seja inédita na nossa espécie, longe disso, mas no caso em apreço, tendo em conta que o fingimento de muitos se juntou à quase geral pusilanimidade, houve um evidente sabor de farsa. Portanto, assistir em concreto ao mutismo salamurdo de alguns militantes ou (no caso de falarem) vê-los a pretender fazer-nos acreditar que alguém acusado de mais de trinta crimes pudesse estar inocente, até pode cair na alçada do risível. E mesmo ouvir ex-ministros e outros devotos, convertidos agora em comentadores, atidos a milhentas ninharias mas ignorando enfiados a única coisa que se esperaria que comentassem (como que a assobiar para o ar a ver se não se dava conta) não é nada que as fraquezas humanas não expliquem, não obstante causar acentuado desconforto. Ainda assim há incómodos maiores. Quem não sentiu pena ao ver Mário Soares, um dos pais da democracia, atirado de forma desrespeitosa a membros de um órgão de soberania, e um dos seus pilares?
Agora o que feriu como punhal trespassando o coração, e mostrou como até os impolutos se podem ver enredados nas malhas do camaradismo mecânico, foi ver gaguejar um homem da envergadura intelectual e moral de Eduardo Lourenço, figura tutelar do partido, quando um jornalista lhe fez uma pergunta embaraçosa sobre aquela romanesca figura. Isso é que foi confrangedor, embora revele também o valor imenso da independência mental.