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Cancro dizima pinheiros

Ter, 05/01/2010 - 09:58


O cancro resinoso do pinheiro (Fusarium Circinatum) está a afectar os viveiros espalhados por todo o País. Os proprietários das explorações estão, agora, impedidos de comercializar as espécies arbóreas, devido à doença.

A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) afirma que esta situação está a causar inúmeros prejuízos para os produtores e aponta o dedo à Autoridade Nacional de Florestas (ANF), por não ter tomado medidas atempadamente.
“Já em 2008, a ANEFA alertou, por diversas vezes, as autoridades portuguesas, tendo mesmo elaborado um documento em que reuniu informação relativa à temática, alertando para que não se ignorasse o problema até já nada haver a fazer, senão a destruição e corte massivo de plantas”, realça a ANEFA, em comunicado.
A inércia do Governo durante mais de um ano e meio levou à sequestração dos viveiros, visto que os proprietários das explorações estão impedidos de comercializar todas as espécies de Pinus.
Tendo em conta a dimensão do problema, a associação promoveu um Encontro Nacional de Viveiristas, onde participaram dezenas de empresários, que falaram sobre a situação “insustentável” que estão a viver.
Com o problema “fora de controlo”, a ANF está a desenvolver inspecções fitossanitárias aos viveiros. “Já foram detectadas inúmeras irregularidades nas condições em que estão a ser realizadas as recolhas de material de amostragem”, denuncia a ANEFA.
Esta entidade salienta, ainda, a falta de capacidade de resposta dos laboratórios envolvidos no processo, visto que, apenas, dois centros de análise estão protocolados com a AFN, o que condiciona a celeridade dos processos.

Atraso no combate ao cancro do pinheiro coloca em risco milhares de postos de trabalho

“É inadmissível que um problema detectado a nível nacional não tenha sido encarado com a seriedade devida. Se, à partida, se sabia que todos os viveiros iriam ser alvo de recolha de amostras, era de fácil percepção que, apenas, dois laboratórios de análises não seriam suficientes”, constata aquela associação.
Os resultados das amostras recolhidas continuam sem ser comunicados aos proprietários dos viveiros. “Isto significa que plantas contaminadas continuam no terreno, juntamente com plantas sãs”, adverte a ANEFA.
A preocupação assenta, agora, sobre a decisão da Comissão, que adianta que os fornecedores de material florestal de reprodução que apresentem amostras positivas para o Fusarium Circinatum, deverão ser proibidos de comercializar plantas coníferas, durante dois anos.
O atraso na divulgação dos resultados das amostras compromete a próxima campanha, uma vez que os produtores não poderão correr o risco de realizar a sementeira e depois não poderem realizar as plantas.
Esta situação está a pôr em risco a sustentabilidade da floresta de pinho, visto que a doença afecta a árvore em todos os seus estados de desenvolvimento e em qualquer altura do ano.
Segundo a ANEFA, a atitude do Estado coloca, agora, milhares de postos de trabalho em perigo e contribui para o encerramento de inúmeras empresas.