ALFÂNDEGA retrocede na Educação

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Ter, 04/10/2005 - 14:25


“Retrocesso claro e nítido” na qualidade de ensino no concelho de Alfândega da Fé. Foi assim que a Câmara Municipal de Alfândega da Fé (CMAF), em conferência de imprensa, reagiu à directiva do Ministério da Educação, que põe em causa todo o projecto educativo que tem vindo a ser desenvolvido no 1º Ciclo do Ensino Básico.

A autarquia tomou conhecimento do problema em Setembro passado e, juntamente com a Associação de Pais, tem vindo a solicitar à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) a continuidade do estatuto Excepcional de Experiência Pedagógica naquele nível de ensino.
Mas, “a resposta por parte da Direcção Regional de Educação tardou a chegar e, quando apareceu, foi lacónica e inflexível”, lamenta o presidente da CMAF, João Carlos Figueiredo.
Na óptica do edil, a atitude da DREN “é duma intransigência incompreensível, que se irá reflectir claramente na qualidade da formação que é dada às crianças do concelho”.
Recorde-se que há três anos, quando a edilidade decidiu concentrar todas as crianças das escolas com menos de 5 alunos num pólo escolar na sede de concelho, os alunos começaram a frequentar aulas de inglês, informática, educação física, educação musical, expressão plástica, durante o período lectivo.

Alunos das aldeias prejudicados

Mas, para que essas actividades se pudessem realizar, foi atribuído ao pólo escolar de Alfândega da Fé o estatuto excepcional de experiência pedagógica.
É que aulas eram ministradas por professores especializados e sempre acompanhadas pelo titular da turma.
Agora, a DREN considera que todas estas actividades devem ser ministradas fora do tempo lectivo e que nenhum outro professor se deve imiscuir na sala de aula.
João Carlos Figueiredo não concorda. “Quem sai mais prejudicado são os alunos das escolas das aldeias, uma vez que se vêem privados de todas estas actividades extracurriculares”.
Antes, os alunos das escolas das aldeias deslocavam-se a Alfândega um dia por semana, frequentando aulas em diversas áreas. Agora, e depois da imposição da DREN, “só podem deslocar-se ao pólo escolar duas vezes por semana para assistirem a aulas de Inglês, porque o tempo não dá para muito mais”, acrescenta o autarca.
A própria Câmara Municipal sente-se lesada “uma vez que investiu uma grande fatia do seu orçamento na educação e não compreende como é que um modelo que foi considerado pioneiro e exemplar durante três anos deixou, de um momento para o outro, de o ser”, lamenta o edil.