CARRAPATAS escoa produtos locais

Não só o precioso pão ali era fabricado, como também aquele forno está na memória de muitos carrapatenses como lugar onde se faziam algumas “tainadas”. “A Dona Ilda emprestava-nos a chave e ali ainda comemos muitas raposas que apanhávamos”, ouve-se de alguém com a idade do branco no cabelo.
O local foi vendido à Junta de Freguesia, que o reestruturou e, no passado domingo, inaugurou um local de exposição de artesanato e de produtos locais. A cerimónia foi motivo de festa e, para além de vasto elenco da edilidade, do presidente da Região de Turismo do Nordeste Transmontano e da Associação Comercial de Macedo de Cavaleiros, António Afonso e António Cunha, respectivamente, contou com a presença do Rancho Folclórico da Casa do Povo de Macedo de Cavaleiros.
A loja funcionará como meio de exposição dos produtos agrícolas produzidos na freguesia. Caso haja um cliente interessado na aquisição desses produtos, este é encaminhado pela funcionária, ao produtor, onde será definido a quantidade e preço.

Apelo à camaradagem

Arménio Carvalho, presidente da Junta de Freguesia de Carrapatas, entidade responsável pela obra que a autarquia macedense custeou, considera de extrema importância a loja para o escoamento dos produtos de Carrapatas.
No entanto, alerta que, para se verifique o sucesso da iniciativa, é necessário que “haja espírito de camaradagem entre todos os carrapatenses, para que todos possam escoar os seus produtos”.
O autarca reforçou a importância da população no desenvolvimento da iniciativa, tanto na produção de produtos de qualidade que possam fidelizar os clientes, como na atitude da comunidade, afirmando que “nunca podemos dizer não, antes, devemos encaminhar o cliente a outro produtor”.
Para o presidente da autarquia macedense, Beraldino Pinto, a loja inaugurada é importante para “permitir que cada um possa ter um pouco mais de rendimento, que cada um possa viver um pouco melhor”. Segundo o edil de Macedo de Cavaleiros, esta é a meta a atingir com todas as iniciativas públicas, e a prossecução deste objectivo é “a obrigação de quem actividade publica”. Na óptica de Beraldino Pinto, esta iniciativa não é “a galinha dos ovos de ouro” mas é um passo que, dependendo do envolvimento da população, pode dar frutos.

Directamente do produtor

São vários os exemplos de artesanato produzido pelos carrapatenses que se encontram em exposição na loja. As amostras vão desde trabalhos em estanho a rendas e bordados realizados com muita maestria e cor, cabaças para vinho e vários utensílios em miniaturas de madeira. Nesta matéria destaca-se uma réplica da igreja local, onde não faltam os dois sinos no campanário e os santos, o altar e os bancos, numa composição iluminada.
Mas são os produtos agrícolas que assumem especial relevo no local. Ali é possível encontrar amêndoa, noz, marmelos, romãs, azeite, vinho, feijão e chicharos, malaguetas e pimentos, couves e nabiças, cebolas e batatas, diospiros e maçãs. Tudo vindo do produtor. E, a adivinhar continuidade na iniciativa, o que a terra dará na altura, e será possível lá ver fumeiros e feijão verde e morangos e....