Ter, 14/08/2007 - 10:28
A laborar há pouco mais de um ano e meio, a Alvimicos, cuja designação surgiu pela junção da palavra Alvites, a terra onde se localiza, e micos, designação grega de cogumelo, pretende afirmar-se no mercado regional.
Esta empresa familiar dedica-se à produção e comercialização de plantas micorrizadas e fungos pioneiros e comestíveis. Além disso, presta serviços na área da gestão de espaços florestais e agrícolas, nomeadamente rolagem para melhorar a forma das plantas, podas de formação, para permitir o aumento do valor comercial da madeira, podas de manutenção e tratamento de fitossanitários. Ou seja, um vasto leque de actividades que vão desde o tradicional à moderna agricultura.
Dado que se pretende modernizar a agricultura transmontana, esta foi uma das empresas convidadas para marcar presença na Conferência sobre Técnicas de Irrigação, levada a cabo em Mirandela.
O empresário da Alvimicos, Amândio Esteves, explicou ao Jornal NORDESTE as principais áreas de actuação da sua empresa, realçando que a ideia de avançar com este negócio foi da esposa.
Decidiu instalar-se na sua terra natal, para pôr no mercado técnicas inovadoras na área agrícola, nomeadamente as plantas micorrizadas, que garante que se tornam muito mais resistes à seca e às doenças, devido à sua capacidade de absorção de nutrientes. Ou seja, é colocado um fungo nas raízes das plantas, que as torna mais resistentes e dá origem aos cogumelos.
O castanheiro micorrizado é uma das espécies mais procuradas pelos agricultores da região
Amândio Esteves salienta que para além dos serviços que a empresa presta para o exterior, também têm viveiros, para garantirem a produção de plantas com qualidade agrícola e florestal, designadamente videiras, sobreiros, castanheiros, entre outras.
Trata-se de um negócio pioneiro em Portugal, pelo que ainda tem que conquistar o mercado. Para já, a Alvimicos pretende apostar no mercado regional, passando, posteriormente, para o nacional e, até, internacional.
“As plantas que estamos a produzir não são muito cultivadas no concelho de Mirandela. Por isso, já fizemos vendas para Vinhais, para a Beira Alta, nomeadamente Guarda e Covilhã, e estamos a expandir-nos para o Minho e zona centro”, salienta Amândio Esteves, acrescentando que também já teve muitas encomendas de castanheiros para Bragança, Murça e Valpaços.
Tendo em conta que as plantas são, cada vez mais, afectadas por diversas doenças, como é o caso da doença da tinta no castanheiro, o empresário acredita no sucesso do negócio. “As pessoas têm que apostar em plantas de qualidade e, sobretudo, nas micorrizadas, que lhes dão garantia de resistência. Numa altura que se está a apostar muito na castanha, bem como em outras plantas, é necessário produzir com qualidade para que os produtos sejam competitivos no mercado”, concluiu Amândio Esteves.