“ Guerra no Líbano “

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Ter, 08/08/2006 - 15:33


O Presidente da AMI, Dr. Fernando Nobre, emitiu recentemente um comunicado do qual foram extraídas as seguintes frases: “ Face à terrível crise humanitária que se vive no Líbano, a AMI decidiu, sem mais delongas partir para o terreno e estar junto da população afectada por este conflito.”; “ Faz parte dos princípios da AMI, actuar em situações de guerra, sem discriminação de raça, credo ou religião.

Todo o ser humano tem direito à vida em dignidade e respeito e por este motivo não podemos ficar indiferentes às precárias condições em que se encontram os mais de 750 mil deslocados. “; “ Quanto tempo durará a guerra? É uma pergunta sem resposta! Por quanto tempo assistiremos impávidos ao sofrimento de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes? Depende de nós! Depende da ajuda humanitária que entendermos dar! “; “ Neste sentido, a AMI já tomou as primeiras medidas! “.
Após esta pequena introdução, é evidente que qualquer cidadão do mundo fica sensibilizado quando uma organização desta natureza parte para o terreno com o objectivo de poder operar no teatro da calamidade em questão. Para tanto, a AMI lançou uma campanha junto de outras organizações, nomeadamente do Rotary Internacional, com o objectivo de recolher alguns donativos, isto porque se sabe que a ajuda humanitária está dependente de todos nós. Desta feita, importa salientar que € 53, dão para uma tenda para o abrigo de refugiados; € 84, dão para um mês de alimentação em leite para 7 crianças; e € 375, dão para um Kit de emergência para 1500 pessoas num campo de refugiados durante um mês. Posto isto, incentivo-o também, caro leitor do Jornal Nordeste, a acudir a esta emergência através de um apoio que poderá ser feito por transferência bancária para uma das contas criadas para o efeito! Colabore e acuda a esta emergência!
Perante a terrível crise humanitária que se dá conta e as diferentes ajudas humanitárias que já se encontram no terreno, torna-se conveniente colocar à consideração as seguintes questões: Porque razão, de vez em quando, algumas populações de países ou áreas do Mundo entram em guerra? Porque será que as ocorrências são descritas tendenciosamente? Perante as questões levantadas, a resposta torna-se porém óbvia: “Assim se favorece a deflagração ou o desenvolver de guerras! “. Por outro lado, note-se que a génese da guerra está na mente dos seus autores, isto porque lançam os “ fermentos “, invocam Clausewitz, e são os impostores. Dito isto, torna-se evidente o seguinte raciocínio “ quem realmente quer a paz esforça-se por a encontrar, isto porque se sabe, que conceber e concretizar guerras não é conceber a paz!
Por diversas vezes, culpa-se da guerra o outro lado, pois nós temos a razão. Nós queremos o legítimo, o que é nosso. Mas afinal o que é nosso? O nosso é o que defendemos, o que queremos tirar aos outros ou o que os outros nos querem tirar! Isto porque, os belicistas, os fanáticos das guerras, os amantes das guerras, mistificam, propagandeiam, enganam. Invocam que os outros, os que apelidam de inimigos, são maus, mentirosos e bandidos. Serão? Com fins guerreiros mente-se, enganam-se concidadãos, esconde-se-lhes propositadamente as justas razões dos outros. Na verdade, é com as mentiras que se eliminam verdadeiras concórdias. Incitam-se as populações a guerrearem-se. Se com a verdade se buscasse a paz não se teria a guerra! Os belicistas são, obviamente, amantes do belicismo. A guerra é o seu propósito, tudo fazem para que ela se verifique. Os belicistas não se importam com os males que a humanidade sofre com as guerras – mortes, destruições, holocaustos. Há belicistas que lamentam as mortes e as destruições havidas, mas apenas as do seu lado. As do outro lado causam-lhes alegria, regozijo, festejos.
A persistente guerra entre israelitas e não israelitas é exactamente exemplo do que se aponta. Os belicistas são inimigos da humanidade. A humanidade, na maioria, é generosa. Nas excepções estão os belicistas. Infelizmente, mandam, são poderosos e agem de modo a que a paz não ocorra. Desejam ganhar, a todo o custo, provocando injustiças e a morte ( dos outros ). Preferem mesmo que o mundo fique pior para os outros. A ambição dos belicistas, a sua cobiça, o seu desejo, é lutar, vencer, aniquilar inimigos. Os belicistas manipulam, provocam aliciamentos e engodos. Se usassem a verdade não alcançariam seus pérfidos fins, suas glórias, seus ganhos. Os belicistas são aventureiros sem escrúpulos – calculam, é certo, os males que as guerras causam, mas apenas para saber se os ganhos que delas esperam – em termos líquidos – lhes são favoráveis. O “ resto “ não lhes interessa minimamente.
Para terminar, é evidente que as guerras podem ser sempre evitadas, bastando para tanto procurar a concórdia! A razoabilidade! A justiça! Ou será que é impossível ver que os nossos inimigos são como nós? Bons e justos? Como Nós?

Hirondino Isaías