Ter, 08/08/2006 - 15:31
Cerca de cem de animais, que compunham o rebanho, estavam acomodados dentro de um cerca, quando, ao que todo indica, os lobos terão encurralado os animais, não lhes dando hipótese de fuga.
“Quando cheguei ao curral, por volta das 6 horas, apercebi-me logo que tinha andado por ali lobo. As marcas não deixavam dúvidas. De seguida, deparei-me com os animais mortos e os outros em agonia”, disse João Rodrigues, o proprietário do rebanho.
O pastor garantiu, igualmente, que há 23 anos que tem gado e nunca lhe tinha acontecido nada assim, apesar dos ataques de lobos serem frequentes na região.
Os incidentes mais recentes aconteceram em Cerejais, concelho de Alfandega Fé, a cerca de 50 metros de um santuário e de um lar de idosos.
Ataques de lobos são frequentes
Carrazeda de Ansiães, Mogadouro e Torre de Moncorvo são, igualmente, municípios onde se registaram ataques de lobo.
Entretanto, o Jornal NORDESTE contactou outros pastores da região, que não hesitam em afirmar que estão dispostos a “correr o lobo a tiro”, caso se sintam ameaçados. No entanto, os lobos são uma espécie protegida por lei.
Segundo João Rodrigues, os prejuízos são significativos, já que tem ovelhas que lhe custaram cerca de 250 euros. “Quando mas forem pagar o valor da ajuda não é o mais justo,” lamentou o pastor.
Ao que foi possível apurar, o cálculo para o pagamento das indemnizações aos pastores é feito com base num boletim de abate sanitário que é, semanalmente, publicado pelo Ministério da Agricultura. O valor pago por cada animal terá de obedecer a variáveis como a idade, o sexo, a raça e o tipo de exploração, ou seja, se os animais se destinam à produção de carne ou leite. O preço médio pago pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICN) ronda os 75 euros por cada animal adulto abatido.