Museu Ferroviário de Bragança é caso único

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Ter, 11/09/2007 - 09:59


Dos nove museus ferroviários espalhados pelo País, a secção de Bragança é a única que se encontra “temporariamente” encerrada.

O espólio que restou do troço da Linha do Tua desactivado continua armazenado num edifício da antiga estação da capital de distrito, que foi restaurado em 2004, altura em que foi criada a estação rodoviária da cidade.
O museu ferroviário ainda funcionou com um funcionário da CP, mas acabou por encerrar devido à falta de pessoal. A partir daí, as secções museológicas passaram para a gestão da Fundação Museu Nacional Ferroviário (FMNF), que tem como missão preservar o espólio ligado aos caminhos-de-ferro, a nível nacional.
Esta situação, segundo a FNMF, deve-se a vários motivos, entre os quais o facto da Fundação ainda se encontrar numa fase embrionária ao nível da gestão dos vários núcleos. Mesmo assim, a responsável pelo serviço Educativo da FMFN, Rita Pereira, garante que há técnicos no terreno a avaliar o estado de conservação, bem como as necessidades específicas de cada museu.

Reabertura do Museu Ferroviário de Bragança sem data marcada

Além disso, a Fundação também tem procurado estabelecer protocolos com as autarquias locais, no sentido da promoção ficar a cargo das duas entidades.
O presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes, afirma que a autarquia já aprovou os termos do protocolo, pelo que aguarda a assinatura do documento. “Já pedimos à Fundação para acelerar o processo, dada a importância do museu para a cidade”, acrescentou o edil.
Para já, a FMFN diz que a abertura da secção de Bragança ainda não tem data marcada, mas garante que será em breve. Antes disso, o espaço museológico necessita de uma intervenção ao nível da manutenção, limpeza e conservação.
A catalogação das diversas peças também é essencial para a reabertura do museu, onde se podem encontrar locomotivas, uma rotunda de máquinas, carruagens, quadriciclos a motor, pedal e mão, bem como um vasto leque de utensílios destinados à manutenção da ferrovia, como panelas de pressão, almotolias ou bilhas.
Na óptica de Jorge Nunes, a reactivação do museu é fundamental, visto que guarda memórias da vivência ferroviária na cidade, onde ainda residem pessoas que trabalharam e viajaram na Linha do Tua.