Nordeste Transmontano é rico em pedra

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Ter, 16/01/2007 - 10:48


Estudiosos apresentaram, na passada quinta-feira, no Auditório do Centro Cultural de Bragança, as conclusões relativas ao projecto “Geologia dos Parques Naturais de Montesinho e do Douro Internacional: Caracterização do Património Geológico”.

Trata-se de um estudo na área do património geológico e que, segundo a responsável pelo projecto, Graciete Dias, “pretende reforçar o conhecimento da geologia do Nordeste Transmontano, bem como realizar uma inventariação sistemática, caracterização e valorização desse património”.
Os especialistas defendem que é necessário consciencializar a população para a riqueza daquela região, assim como “preservar a diversidade e valores geológicos”, salientou a responsável. Para isso, a equipa de profissionais tem procedido à recolha de elementos que podem vir a disponibilizar ao público em geral e população estudantil, com o objectivo de sensibilizar para questões da geodiversidade e geoconservação. Este conjunto de instrumentos científicos recolhidos poderá, ainda, “ser utilizado para o planeamento e ordenamento das duas áreas protegidas”, referiu Graciete Dias.

Zona Industrial de Bragança integra património geológico com cerca de mil milhões de anos

Segundo o geólogo do Instituto Nacional de Engenharia Tecnologia e Inovação (INETI), Carlos Meireles, existe um afloramento (fragas expostas à superfície) na Zona Industrial de Bragança com cerca de mil milhões de anos que demonstra a complexidade geológica desta região. “É um dos mais antigos do País e há uma necessidade de proteger esse património porque se encontra numa área urbana”, sublinhou o responsável.
A partir deste afloramento e do interesse revelado por alguns interessados nesta matéria, existe uma urgência em sensibilizar as entidades para a riqueza geológica da região, bem como “tirar partido do ponto de vista turístico e cultural”, defendeu o geólogo.
A falta de guias e informação é outra das metas que o estudioso gostaria de ver cumprida. “Temos que assinalar correctamente estes pontos, para que as pessoas possam orientar-se e localizar os afloramentos”, revelou Carlos Meireles.