Ter, 19/12/2006 - 16:25
No decorrer da sessão percebeu-se que o dirigente ia bater com a porta, até porque os sócios mostravam-se unidos na defesa dos atletas do clube, rivalizando, assim, com o então presidente.
Em ambiente adverso, Vasco Vaz declarou que os estatutos do clube não permitem uma liderança forte e que esse é um problema ainda maior que o passivo actual do clube, que ronda os 245.033,87 euros.
Através de uma argumentação de auto-ilibação de culpas, o presidente demissionário acusou os atletas de “envergonharem a cidade, pelas atitudes negligenciais com a direcção e a total falta de profissionalismo”. Na óptica do dirigente, “a situação é um mero problema de prioridades e, nessas, os jogadores têm deixar de receber os salários, para sanar problemas maiores de fundo”.
Em tom ameaçador, o responsável afirmou que pode rescindir com qualquer jogador do clube a qualquer instante. Por seu turno, os jogadores, visionando todo este cenário, emitiram um comunicado, à última da hora, no qual deixam bem claro “sentimentos de perseguição e usura por parte do presidente”.
Antes de entregar a carta de demissão ao presidente da Assembleia-Geral, Delfim Batouxas, que não compareceu na sessão, Vasco Vaz apresentou um plano de saneamento financeiro. Não sem antes advertir que tem que ser com essas linhas de orientação que o clube vai inverter a situação económica. Contudo, “os estatutos terão que ser reformulados e alterados para conduzirem o próximo presidente ao sucesso”, declarou Vasco Vaz.
Sócios falam de “política vergonhosa contra os jogadores do clube e os negócios obscuros entre dirigentes e alguns empresários”
Depois das declarações do empresário que comanda, por enquanto, os destinos do GDB, vários sócios (Fernando Gomes, José Rodrigues, Manuel Martins, Raul Fernandes, David Fundo e Patrício Afonso) tomaram a palavra para se insurgirem contra os números apresentados pela direcção. Aquilo que este grupo de associados apelida de “política vergonhosa contra os jogadores do clube e os negócios obscuros entre dirigentes e alguns empresários”, foram algumas das acusações mais polémicas.
Neste debate ficou vincado o desagrado dos sócios e atletas do clube com a direcção. Mesmo assim, Vasco Vaz apresentou uma proposta de alteração aos estatutos do clube, mas não apontou solução para o pagamento dos mais de dois meses de ordenados em atraso dos atletas nem para retomar um bom relacionamento com os jogadores.
“Dentro de quinze dias realizar-se-á nova Assembleia-Geral, para se votarem os estatutos, os projectos, as listas e edificar uma união em torno do GDB”, declarou Paulo Xavier, enquanto moderador da mesa e sócio do clube.