Telemedicina não funciona

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Ter, 06/12/2005 - 16:40


O serviço de telemedicina não funciona nos centros de saúde do distrito de Bragança. As unidades têm os equipamentos necessários para o funcionamento do serviço, mas, até ao momento, não há nenhum protocolo com os hospitais, para a leitura de exame complementares de diagnóstico.

Segundo a coordenadora da Sub-Região de Saúde de Bragança, Berta Nunes, na área da teledermatologia, por exemplo, não existe qualquer acordo com o Hospital Distrital de Vila Real, apesar de ser uma das área previstas no projecto “Caleno”.
“A radiologia, a psiquiatria e a alcoologia são, igualmente, áreas onde não há quem faça as leituras dos exames por falta de protocolos com os hospitais ou por falta de médicos especialistas”, acrescenta a coordenadora.

Verbas desperdiçadas
em equipamentos

Para resolver este problema, a responsável garante que, em breve, vai ser feita uma reunião com vários parceiros da área da Saúde, para pôr estes equipamentos a funcionar em pleno.
“Em Portugal, infelizmente, existe o hábito de adquirir equipamentos que depois ninguém põe a trabalhar. Este é um dos desperdícios de verbas que tanto se fala na área da Saúde, em Portugal”, sublinha Berta Nunes.
Só no distrito de Bragança, o Ministério da Saúde investiu cerca de 1,2 milhões de euros em equipamentos destinados ao serviço de telemedicina, para estarem parados.
A secretária de Estado Adjunta do Ministério da Saúde, Cármen Pignatelli, garante que um dos problemas da telemedicina no interior do País é a falta de um suporte para a transmissão de dados, como é o caso da Internet em Banda Larga.
A telemedicina é considerada uma boa solução para evitar a deslocação de pessoas aos os hospitais distritais ou centrais, devido à carência de médicos especialistas.