Trás-os-Montes ordena floresta

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Ter, 30/01/2007 - 15:10


As primeiras cinco Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) do Nordeste Transmontano vão nascer nos concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo.

A aglomeração da floresta é uma medida lançada pelo Governo para prevenir o flagelo dos incêndios, uma vez que as entidades gestoras de cada núcleo vão-se encarregar de auxiliar os produtores na limpeza e ordenamento do espaço.
Para já, o Governo disponibilizou 125. 878,32 euros para a criação das primeiras cinco ZIFs na região, que vão garantir o ordenamento de 13. 472 hectares (ha) de floresta.
A gestão das áreas florestais vai ficar a cargo de associações agrícolas da região, que vão auxiliar os produtores em todas as questões relacionadas com a manutenção e rentabilização das diversas espécies arbóreas.
A Associação dos Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais (APATA), sedeada em Mogadouro, vai ficar responsável pelo apoio à gestão de uma parcela de 2. 270 ha, situada em Brunhoso (Mogadouro), bem como de uma área de 5. 969 ha nas freguesias de Felgar, Souto da Velha, Carviçais e Meirinhos (nos concelhos de Torre de Moncorvo e Mogadouro).

Produtores florestais que aderirem às ZIFs vão ver os custos de manutenção das espécies arbóreas reduzidos

No município de Macedo de Cavaleiros vão ser criadas duas ZIFs com uma área total de cerca de 1.800 ha. A Federação da Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, que vai gerir esta área, apresentou candidaturas para a criação de uma zona junto às localidades de Vale Benfeito, Grijó, Vilar do Monte e Castelões, e outra em Lombo, Chacim, Olmos e Morais, ambas no município de Macedo.
No concelho de Bragança vão ser aglomerados 2.417 ha na freguesia de Serapicos, precisamente junto ao Santuário da Nossa Senhora do Aviso, onde os produtores florestais vão contar com o apoio da Associação Norte Agrícola (ANA).
Segundo o dirigente da APATA, Armando Pacheco, esta é uma medida favorável para os agricultores, visto que podem rentabilizar a floresta a custos mais reduzidos.
Além disso, o responsável realça que pelo facto dos produtores integrarem uma ZIF, vão continuar a ser os únicos detentores do terreno, com a vantagem de retirarem todos os benefícios inerentes ao facto de fazerem parte do núcleo.
“Só se irá mexer no terreno com o consentimento do proprietário. Por isso, os agricultores ao integrarem a ZIF só têm vantagens, uma vez que vão ter todo o apoio necessário”, acrescentou o dirigente.

Criação de ZIFs vai contribuir para reduzir o risco de incêndio, bem como para rentabilizar a floresta

A obtenção de fundos comunitários no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) também vai ficar facilitada para os produtores que aderirem a este modelo de ordenamento da floresta, dado que os projectos conjuntos vão ter prioridade ao nível do financiamento.
Na óptica do presidente da FATA e da ANA, Mário Pereira, para além da limpeza e ordenamento do território, as ZIFs também vão contribuir para a rentabilização da floresta, nomeadamente em termos cinegéticos, de produção e comercialização de cogumelos silvestres.
Recorde-se que esta medida pretende obrigar os produtores a limparem as matas, visto que, anteriormente, a legislação não era suficiente para fazer cumprir a lei. Agora, as entidades gestoras das ZIFs vão intervir dentro das suas áreas, mas também na zona envolvente.