Vinho do Porto na Assembleia da República

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Ter, 08/11/2005 - 15:54


A Assembleia da República foi o local escolhido pela Confraria do Vinho do Porto para realizar a cerimónia de proclamação do Vintage 2003.

O Refeitório dos Frades, no Palácio de Santo Bento, tornou-se pequeno para receber os diversos participantes, entre produtores, confrades, políticos e personalidades da sociedade civil, que no passado dia 25, marcaram encontro em redor de uma temática internacional: os vintage 2003.
A presidir à sessão e como anfitrião do momento, esteve o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, ficando a abertura a cargo do chanceler da Confraria do Vinho do Porto, Francisco Olazabal, que salientou a “excepcional qualidade” da produção de 2003. Seguiu-se uma prova de 41 marcas de Vintage organizada em conjunto com o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto.
A decorrer pela primeira vez fora do Porto, a proclamação de ano Vintage é um dos momentos mais altos da vida da Confraria do Vinho do Porto. O Vintage é um Vinho do Porto de reconhecido prestígio internacional, produzido apenas em anos de excepcional qualidade e aprovados como tal pela Câmara de Provadores do Instituto do Vinho do Douro e do Porto.
A proclamação de um Vintage é deliberada pela Chancelaria da Confraria após conhecimento de que a maioria das casas exportadoras de Vinho do Porto obtiveram a certificação, não só da Denominação de Origem mas também da aptidão para a categoria.

O Vintage

Vinho de qualidade excepcional proveniente de uma só colheita. É obrigatoriamente engarrafado entre o segundo e o terceiro ano após a colheita, apresentando-se retinto e encorpado.
De características organolépticas excepcionais, deve apresentar-se muito encorpado e retinto no momento da aprovação (aos dois anos). Com o envelhecimento em garrafa torna-se suave e elegante, desaparecendo gradualmente a adstringência inicial. Adquire, por isso, um aroma equilibrado, complexo e muito distinto.
Aos Vintage com alguns anos em garrafa estão associados aromas de torrefacção (chocolate, cacau, café, caixa de charutos, etc.), aromas de especiarias (canela, pimenta,...) e, por vezes, aromas frutados.

A Comercialização de Vintage

De Janeiro a Setembro de 2005 comercializaram-se 80.653 caixas de 9 litros de Vintage, o que traduz um aumento de 18% em relação ao período homólogo do ano anterior. Os principais mercados são: EUA, Reino Unido, Portugal, França e Canadá.
O Vintage 2003 está a ser solicitado, para provas, pelas revistas da especialidade e eventos de vários países.
Já durante a ocupação romana se cultivava vinha e se fazia vinho nos vales do Alto Douro. A DOC "Douro" está reservada a vinhos tintos e brancos, tradicionalmente produzidos na região demarcada do Vinho do Porto. A produção de vinhos nesta região é elevada, e cerca de 50% é destinada à produção de Vinhos do Porto. A restante é utilizada para a produção de vinhos de grande qualidade.
A região do Douro, situa-se no nordeste de Portugal com uma área que ronda os 250 mil hectares (dos quais só apenas uma quinta parte se encontra plantada de vinha), estende-se ao longo deste rio e seus afluentes, a montante de Barqueiros até Barca d'Alva, abrangendo parte dos distritos de Vila Real, Bragança, Guarda e Viseu. Para além dos vinhos do Porto e do Douro, é possível igualmente produzir aqui vinhos licorosos elaborados com a casta Moscatel Galego, bastante tradicionais nas zonas de Alijó e Favaios.

Esta região, rica em micro-climas como consequências da sua acidentada orografia, divide-se em três sub-regiões - Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, produzindo cada uma delas vinhos com especificidades próprias.