José Manuel Fernandes acredita que distribuição dos fundos vai ficar mais centralizada
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Qua, 27/03/2019 - 11:04
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Ter, 26/03/2019 - 12:17
Um deles, na casa dos 60 anos, faleceu esta segunda-feira na sequência de um acidente de tractor.
AMBIENTE EXTERIOR
Os pólenes são os alergénios mais importantes do ambiente exterior. Para os doentes alérgicos aos pólenes, cuja época de polinização habitual é a Primavera, adote algumas medidas preventivas:
- Manter as janelas fechadas durante o dia em casa, optando por fazer ventilação ao final do dia
- Usar óculos escuros
- Evitar ir para o campo durante os períodos de grande concentração de pólenes, em especial no período da manhã
- Planear viagens de trabalho ou férias, elegendo alturas do ano e locais livres dos pólenes para os quais é alérgico
Ter, 26/03/2019 - 10:50
Olá gente boa e amiga.
Muito antes da existência de redes sociais, já o povo falava dos “enredeiros” e dos que só sabiam “enredar”. O enredeiro caraterizava-se por ser mesmo isso: um enredeiro – alguém incapaz de levar um propósito até ao fim; um ser que não avançava nem retrocedia. Quando chegou a altura de estudar Garret, já tinha dúvidas sobre o significado do verbo e, sinceramente, não entendi muito ou quase nada das metáforas à volta da Barca Bela e do cuidado que o pescador tinha de ter para que a rede não se enredasse na sereia. Tudo passa, o significado do verbo ficou para trás mas os enredeiros continuaram.
No momento em que a torneira dos fundos europeus, finalmente, se abriu, e algumas gotas vão chegando ao comum dos mortais – tal como já aconteceu com outros quadros – fica-se com a percepção de que longe de se avançar anda-se mesmo a enredar. A criação dos quadros de apoio comunitário tinha por base a convergência das regiões mediante a criação de eixos estruturais que capacitem cada estado através da implementação de medidas, essas de acordo com a estratégia de cada país. No caso português, o caminho da coesão é ainda mais complexo dado que não se conseguirá esbater o diferencial com os outros países, quando as assimetrias internas são por demais evidentes. Ao longos destas duas últimas décadas, não se poderá dizer que não se tenha feito um enorme esforço no sentido de alcançar níveis de desenvolvimento e de bem-estar mais próximos do padrão europeu do que de países do, até há bem pouco designado, terceiro mundo. Contudo, os índices de bem-estar ainda se afastam dos que os países de referência apresentam e, quer se queira quer não, continua-se a olhar para o outro lado da fronteira e a constatar que o nível de vida, aqui ao lado, é superior ao que se consegue criar por cá. Ora, se Portugal tem uma zona económica exclusiva de 1,72 milhões de quilómetros quadrados – a terceira maior da União Europeia, que poderá duplicar em 2021com o alargamento da plataforma continental, caso a CLPC (Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas) assim o decidir, o que falha para os desequilíbrios estruturais perdurem ao longo de tanto tempo?
Os analistas poderão elencar uma série de factores que poderão ser mais ou menos explicativos; os políticos apresentarão outros, muito mais previsíveis, variáveis conjunturais, factores externos e uma série de outros argumentos que os ilibam da responsabilidade que só cabe a quem exerce cargos de governação seja a que nível for.
Por aquilo que pude observar na execução do anterior quadro e no que agora vigora há, essencialmente, mas não exclusivamente, dois factores: o politicamente correto e os enredeiros. O politicamente correto é a primeira força de tração que impede qualquer mudança. Ao ser aplicada no terreno político, esta força faz com que o problema se alongue e fique mais fino mas não se resolva, O politicamente correto não deixa ver a realidade como ela é e faz opções que fiquem bem mas não gerem conflito. Ora, ao não haver conflito não haverá verdadeiramente mudança.
E aqui entram os enredeiros que dão jeito aos políticos. Elaboram os planos de ação e conhecem o modo como os indicadores, devidamente trabalhados, darão resultados positivos sem, contudo, mudarem nada de substancial na vida dos que mais necessitam. É que o enredeiro não vai ao terreno, não suja as mãos nem sabe estar próximo de quem precisa. O enredeiro projeta, planifica mas não executa.
A agravante na aplicação deste quadro comunitário é que, ao invés do anterior, o financiamento, pelo menos em algumas áreas, não é entregue ao beneficiário direto como se não soubesse ou não tivesse capacidade de gerir as verbas, embora seja o único que sabe do que precisa. Por isto, esgotados os fundos, continuaremos a ouvir falar de assimetrias, de falta de coesão e de que nunca chegaremos ao pelotão da frente. É provável que a solução seja encontrada quando Portugal, bem na cauda da Europa, tenha a capacidade de dar meia volta e olhar em frente. Deste modo simplificado, o último será o primeiro.
Na verdade, também eu me deixei enredar… a ideia era abordar a força das redes sociais na formação de opiniões e acabei a olhar os enredeiros de uma forma politicamente correta.
As vontades são sempre de quem as tem e nunca de quem as quer resolver. É o que aconteceu com a manifestação dos professores neste fim-de-semana em Lisboa.
O Terreiro do Paço quase encheu com cerca de oitenta mil professores de todo o país que se juntaram para exigir ao governo o cumprimento do que está legislado. É uma luta de vontades. A que têm os professores e a que tem o governo. Uns querem, outros nem por isso. É só uma questão economicista, o que não é de somenos convenhamos. Mas isso não justifica a atitude de irreverência com que o governo se apresenta nas supostas negociações, onde nada se negoceia.
Muitos meses depois do início destas negociações entre o governo e a plataforma sindical, tudo permanece na mesma, o que equivale a dizer que nem o governo adiantou qualquer solução, nem a plataforma conseguiu algum acordo de princípio. Simplesmente nada.
Por mais vontade que a plataforma sindical tenha e por mais professores que consiga juntar e apresentar em manifestação, não consegue demover a vontade do governo que é só uma: não dar nenhum tempo de recuperação aos professores. As desculpas são sempre as mesmas e todos as conhecemos. Não adianta.
O Presidente da República perante a teimosia do governo, resolveu desatar o nó antes que fosse tarde e promulgar o decreto que recupera quase três anos dos quase dez perdidos. Nem todos ficaram contentes. Sindicatos e professores. Esta janela aberta por Marcelo, poderia ser uma lufada de ar para que as negociações adiantassem soluções num espaço de tempo aceitável, mas o governo nem isso quer aceitar. Não adianta qualquer possibilidade de resolução do problema. Vontade férrea de quem não tem soluções nem quer resolver coisa alguma.
A ex-secretária do PS Ana Benavente já avisou que o governo vai ter de pagar a fatura por esta falha enorme. Se nos lembrarmos bem, há onze anos, a greve dos professores desgastou o governo de Sócrates e contribuiu para o seu descalabro. O curioso de tudo isto é que passado tanto tempo ainda não se resolveu a questão dos professores. Como é possível?
As greves são armas de dois gumes. Cortam ou agradam em ambos os lados. Para o governo, podem ter interpretações variadas sendo uma delas, talvez agradável, que é o facto de poupar dinheiro já que não paga aos professores em greve os dias em que estas se realizam, com exceção dos fins-de-semana, claro. A outra, menos agradável, é que elas fazem mossa no governo e na opinião pública e pode ter um peso enorme em ano de eleição, como este. Que professor vai votar no governo que o está a prejudicar? Para os professores, as greves são um trunfo para mostrar o seu desagrado para com o governo, mas se este não paga os dias de greve, os professores saem sempre prejudicados. Fazer greve às avaliações, às aulas ou aos exames, não adianta. Perdem dinheiro e não conseguem nada. E não conseguem nada porque o governo pode decretar serviços mínimos e lá estão os professores obrigados a cumprir o que o governo pede. O que adiantam? Quase nada. O que fica é mera opinião pública e esta ferida de coerência já que muitos dos encarregados de educação não dão razão aos professores. Mas a questão é mais profunda do que isso. Eles não dão razão aos professores porque não podem ficar com os filhos em casa e não sabem o que fazer com eles. É que se estiverem na escola, estão arrumados e despreocupam-se durante o dia todo. Alguém trata deles! Quem? Os professores, claro. Vontades diferentes, mas relevantes. Presos por ter cão e presos por não ter.
Uma proposta da plataforma sindical apresentada no Terreiro do Paço para que o governo ouça bem, foi de greve ao arranque do ano letivo. É um momento crucial e pode ter um impacto enorme já que as eleições estão à porta e Costa vai ter de pensar muito bem se quer correr riscos desnecessários. Se conceder aos professores alguma recuperação de tempo de serviço e agendar a recuperação restante ao longo de mais dois ou três anos, ele ganha as eleições facilmente. Se não houver nenhum acordo, o risco é muito maior. Por um se ganha e por um se perde.
Outra proposta é greve geral a 23 de março. Será que vale a pena? Em tempo de Páscoa, as sensibilidades são outras e bem diferentes. Férias à porta e descanso à espreita, não são grandes motivações para quem agora acabou de se manifestar na capital sem aparente resultado. Mas água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Pode ser que o desgaste que sofreu Sócrates atinja agora Costa.
Pois perante tantas vontades antagónicas, não será fácil resolver o problema dos professores, mas mais do que isto é difícil resolver a questão da Educação em Portugal e isso é trabalho do governo, mas não de qualquer um. Terá de ser um governo com os pés assentes na terra e que saiba o que é ensinar para o futuro, com bases sustentáveis, com saber formado e adquirido, que permita aos jovens de hoje serem verdadeiros homens de amanhã. Não enganemos ninguém.