PUB.

Árbitro internacional no curso de juízes de basquetebol em Bragança

ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES

 

Se já é Assinante, faça o seu Login

INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL

Qua, 24/01/2018 - 09:28


A Associação de Basquetebol de Bragança (ABB) promove na sexta-feira (dia 27) e no sábado (dia 28) um curso de juízes de basquetebol.
A formação reveste-se de especial importância numa região que tem poucos árbitros e oficiais de mesa.

Isidro Borges aponta o dedo a Pedro Moura na mudança da data dos jogos

ESTA NOTÍCIA É EXCLUSIVA PARA ASSINANTES

 

Se já é Assinante, faça o seu Login

INFORMAÇÃO EXCLUSIVA, SEMPRE ACESSÍVEL

Qua, 24/01/2018 - 09:26


O presidente do CTM Mirandela mostrou-se desagradado com as mudanças que a Federação Portuguesa de Ténis de Mesa (FPTM) fez em relação aos jogos da penúltima e última jornada do Campeonato Nacional da 2ª Divisão feminina.

Será que estou no sítio certo?

A vinda à urgência por casos não urgentes impede a resposta adequada a quem mais precisa.
No dia que mais precisar, também não vai querer esperar.

Não seja mais um à espera de vez...
Ligue 808 24 24 24 e deixe um profissional de saúde orientar a sua situação.
Vai ganhar tempo e dinheiro.
A sua saúde e a saúde dos outros agradecem.

Santa Casa da Misericórdia de Bragança - 500 anos a fazer o bem

Ter, 23/01/2018 - 11:00


Olá familiazinha!
Depois de ter ouvido algumas tias a promoverem a sua terra cantando o hino da sua aldeia, lembrei-me de começar a incentivar todos os que nos ouvem para que nos cantem o hino da sua terra porque é uma boa maneira de publicitar o bom nome da localidade, porque os hinos são bons cartões de visita, visto que retratam as principais características de cada localidade. Ficamos então à espera que nos cante o hino da sua terra.
Neste mês de Janeiro já fizemos 24 novos amigos. A vida dá-nos amigos e a morte rouba-no-los. Foi o caso do tio Fernando, das Cantarias (Bragança), que imitava como ninguém o zurrar do burro e nas nossas viagens e festas era o grande cómico da família. Que tenha tantos anjinhos à espera dele como gargalhadas nos fez soltar. Paz à sua alma e os sentimentos à família enlutada.
Por outro lado, quem esteve de parabéns esta semana foi a tia Maria José (48), do clube dos auriculares, de Bragança; a tia Fatinha (39), de Castro Vicente (Mogadouro); o Vítor Pinela (45), de Sacoias (Bragança) mas que nos ouve em Paris e a tia Helena Romão (80), de Caravela (Bragança), madrinha da tia Leninha. Parabéns cheios de saúde para todos.
Na segunda feira, dia 22, fiz o programa em directo do lar da Santa Casa da Misericórdia de Bragança para abrir as comemorações dos 500 anos desta instituição. Deixo-vos um artigo escrito pela sua directora, Dr.ª Ana Maria.

Mudar só dá trabalho

As mudanças causam frio na barriga . Eu não gosto de mudar, só pelo simples facto de ter... que mudar. Normalmente envolve mexer em coisas, tirá-las dos sítios e arranjar-lhe outras. Meter-me confusão. Tenho sempre medo de deixar algo para trás. A mesma coisa com as viagens. É tudo muito bonito até que chega a hora de ir, efectivamente. Ou as horas antes em que se tem que fazer a mala, tirar coisas do sítio e levá-las para outro sítio diferente. Durante os dias em que estamos fora, nada tem sítio definido, desde que esteja à vista, não vá acabar por ficar no sítio novo para sempre.
Falando em sítios, gosto de ir a sítios onde nunca fui, mas não gosto de não saber para onde estou a ir. É chato. "Vira à esquerda, agora à direita. Agora é direita, direita, esquerda. Rais parta do GPS. Pronto, vira para trás e perguntamos ali a alguém, que isto não me parece que seja para aqui".
Viajar é bom e faz falta. Sou no entanto a favor das cápsulas que teimam em não inventar, para, através de um processo de liofilização qualquer, ficar tudo espalmadinho, sem ocupar espaço nem pesar. Chegará o dia em que vamos procurar um saco-cama no fundo da carteira, preocupadíssimos.
É bom viajar e manter-se discreto, misturando-se com os nativos. Eu pelo menos tento sempre, e até consigo que turistas, com cara de turistas, me peçam indicações. Tudo resolvido com um "eu não sou daqui, mas..." e mando sempre uma dica, com base no meu conhecimento sobre o local em questão, que pode ser quase nulo. Tenho muito este estranho defeito de transformar tudo em locais-tipo, e a partir daí imaginar que me safo em todo o lado. Não é assim, obviamente, só que pelo menos consigo manter a calma mesmo quando estou perdida e sozinha.
Como me tento misturar com os nativos, gosto de conversar com eles. Fico aborrecida quando não me respondem de forma a podermos falar, ou, em casos extremos, não me respondem de todo. Quando o contrário acontece, de repente fico sem contexto, por desconhecimento de causa, e é aí que percebo que poderia encaixar-me ali.
Contudo, aborrece-me estar fora muito tempo. Começo a sentir falta dos detalhes da minha casa. Quando era pequena, já era assim. Com uns cinco anos chorei até adormecer, em férias em casa dos meus padrinhos, porque a cama não era a minha. E se estivesse em minha casa, "a minha mãe tinha já a minha cama feita" e preparada para eu dormir. Aqui se vê o comodismo de gostar de ter as minhas coisas à mão, sem ter que pensar muito. Tudo no meu aconchegante lar.
Uma deslocação implica sempre uma mudança. Mesmo que pequena e temporária. É escolher o que temporariamente nos pode fazer falta, num jogo do adivinha. É espremer os nossos pertences numa mala, num saco ou numa mochila. A única coisa boa é que, quando voltamos, trazemos saudades de tudo e até a comida nos sabe diferente, para melhor.

NÓS, TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - Antónia Coelho Zuzarte (n. Freixo E. Cinta, 1648)

Uma das moradias históricas mais interessantes da vila de Freixo de Espada à Cinta é a chamada casa dos Zuzarte. Interessante, sobretudo pela heráldica judaica que apresenta na fachada principal. Com efeito, o arco de granito da porta comercial do r/chão é decorado com três ramos de árvore (carrasco), cada um deles com 4 rebentos, simbolizando as 12 tribos de Israel. Uma janela do piso superior é decorada por uma rosácea com o hexagrama judaico insculpido e, ao lado, a data de 1557. Em uma outra pedra está escrita a palavra Zuzarte, certamente indicando a família dos construtores.
Não sabemos se foi naquela casa que, em 2.12.1648, nasceu Antónia Coelho Zuzarte, filha de Pedro Lopes da Fonseca e sua mulher Maria Coelha Zuzarte, bem como os seus 2 irmãos e 3 irmãs. Trata-se de uma família da nobreza e governança da terra, já que Pedro Lopes era o proprietário do lugar de meirinho do juiz de fora, ou seja o homem que tinha a seu cargo a manutenção da ordem pública e superintendia na cobrança das taxas e impostos municipais, acumulando com o cargo de escrivão da alfândega. E o seu irmão Domingos da Fonseca costumava andar na vereação da câmara, chegando mesmo a ocupar, por inerência, o lugar de juiz de fora, a autoridade civil mais importante da terra. E sendo família nobre, obviamente que se ligou a outras famílias igualmente nobres, como a dos Madureira, dos Varejão, Gamboa, Gama, Rego, Monteiro de Carvalho…
Situemo-nos então na vila de Freixo E. Cinta no ano de 1667. Antónia contava 19 anos e estava solteira, tal como sua irmã Joana e os irmãos Manuel Matela e João Coelho, este com 25 anos e servindo o ofício de meirinho, nele delegado por seu pai. A irmã Cacilda, a mais velha, era casada com seu primo direito António Varejão e a irmã Maria Coelho Zuzarte traria no ventre o primeiro filho de seu marido, Manuel Monteiro de Carvalho.
Em Março daquele ano, por ordem da inquisição, foram ali presas 3 pessoas ligadas entre si por laços familiares. Duas eram mulheres e, encarceradas que foram em Coimbra, ambas confessaram que, anos atrás se tinham encontrado em casa de Pedro Lopes da Fonseca com 3 de suas filhas (Antónia, Maria e Joana) e o seu genro Manuel Monteiro de Carvalho, que todos tinham parte de cristãos-novos e com elas se tinham declarado seguidores da lei de Moisés.
Com base nestas denúncias, em 6 de agosto de 1669, foram presas aquelas 3 filhas e o genro de Pedro Lopes e Maria Zuzarte, (1) numa operação, certamente “militarizada” conduzida por Diogo Monteiro de Melo, familiar do santo ofício e capitão-mor de Torre de Moncorvo.
Causaria enorme espanto a prisão de gente de tão alta nobreza, numa terra onde a presença da inquisição nunca foi muito sentida. Ainda mais porque nesta família, tanto pelo costado paterno como pelo materno, havia padres que, para se ordenarem, tiveram de fazer prova de pureza do seu sangue.
Como todos afirmavam ser cristãos-velhos, haveria de ter em conta dois aspetos. Por um lado, averiguar se eram cristãos-velhos ou tinham alguma parte de cristãos-novos, como as denunciantes disseram. Por outro, haveria de saber se realmente se tinham declarado judeus com as mesmas denunciantes.
O processo de averiguação da pureza de sangue foi conduzido pelo comissário da inquisição Gonçalo Caldeira de Vasconcelos, (2) morador em Torre de Moncorvo que sobre o assunto ouviu dezenas de testemunhas, naturalmente as pessoas mais velhas da vila e que conheceram ou ouviram falar dos seus ascendentes. O processo concluiu-se com um despacho do Conselho Geral declarando que as irmãs Coelho Zuzarte tinham ¼ de cristãs-novas por parte de sua avó materna, Feliciana Lopes.
Das testemunhas inquiridas, há duas cujo testemunho é deveras interessante para o estudo da questão da “lavagem de sangue”. Uma delas foi o padre Jorge Francisco Gil, de 60 anos. Começou por dizer que “a ré tem parentes clérigos e frades, pela parte paterna e materna”. Um deles chamou-se Francisco Jorge Coelho e para se ordenar, foi feita a análise da pureza do seu sangue, inquirindo-se umas 80 testemunhas! O inquérito não terá sido muito conclusivo pois que, antes de proceder à sua ordenação veio o arcebispo D. Afonso Furtado (3) a Freixo de Espada à Cinta e do púlpito da igreja anunciou que, do lado materno, estava apurada a limpeza do seu sangue e do lado paterno, se alguém soubesse de algum impedimento, que o dissesse.
Depois de contar o episódio e perante uma tal afirmação do arcebispo, a testemunha concluiu o seu depoimento dizendo:
- E ouvindo as pessoas que da primeira vez impediram, disseram então: se o arcebispo o aprova pela parte mãe, pela parte do pai não temos que dizer!
Terá sido este um processo de lavagem de sangue conduzido pelo próprio arcebispo de Braga?
Outro depoimento interessante foi o de Gaspar Pinto de Meireles, escrivão da câmara, 79 anos. Depois de afirmar que a Zuzarte “tem fama de parte de cristã-nova pelo lado da avó paterna, Antónia Francisca, que diziam ser neta de uma Fulana Gomes, de Chacim (…) e outrossim pela parte da sua avó materna, chamada Feliciana Lopes, havia a mesma murmuração”, contou a história do impedimento da ordenação de outro padre da mesma família, primo do pai de Antónia Zuzarte, chamado Baltasar Lopes.
No entanto, este acabou o mesmo por se ordenar padre, depois que o provisor do arcebispado, D. Gaspar do Rego da Fonseca (4) mandou a S. Felices de Gallegos, com autorização do bispo de Cidade Rodrigo fazer investigação genealógica do candidato. Mais curioso ainda: para fazer as averiguações em S, Felices de Gallegos foram dois cavaleiros da Ordem de Cristo!
Obviamente que todas estas diligências levaram tempo e, entretanto, as Zuzarte penaram nas celas da inquisição, por mais de 3 anos e meio. Cristãs-novas ou não, importava depois averiguar da verdade das denúncias feitas.
Foi com facilidade que elas se defenderam da acusação de declaração e prática de judaísmo, logo acertando nas denunciantes: Isabel de Matos e Francisca Soares, cunhadas entre si e que foram presas em Março de 1667 e juntas fizeram a viagem para Coimbra.
As Zuzarte provaram que as denunciantes eram falsárias e por vingança inventaram as denúncias. Foi para se vingarem de seu pai, Pedro Lopes da Fonseca, o chefe da família. Com efeito, quando Isabel e Francisca foram presas, sequestraram-lhe os bens e leiloaram na praça pública os necessários para fazer dinheiro líquido para custear a viagem para a cadeia de Coimbra e a alimentação no cárcere. E para isso foram leiloados uns couros que Pedro Lopes arrematou. E na própria casa de Francisco Lopes Garcês onde esteve “presa”, Francisca Soares pediu àquele que lhe arrematasse os couros para seu marido. (5) E quando soube que o meirinho os arrematara, disse:
- Se ele lançou nos meus couros, eu lançarei em coisa que mais lhe doa (…) ele ou coisa sua me pagarão.
E provou-se também que, estando 9 dias “presa” na casa de Domingos Gonçalves, em Torre de Moncorvo, enquanto se organizava a viagem para Coimbra, ela renovou as ameaças dizendo, nomeadamente:
- Não havia nenhum atrevido senão o meirinho que lançasse nos meus couros!
E assim se concluiu o processo de Antónia Coelho Zuzarte, como, aliás, o de suas irmãs, sendo absolvida das acusações. E foi-lhe dado a escolher se queria que a sua sentença fosse lida em auto público da fé, ou em cerimónia particular, na Mesa da inquisição. Esta foi a escolha de Antónia Zuzarte, sendo a sentença lida em 7.2.1673. Foi declarada inocente e mandados restituir os bens sequestrados. Porém… teve de pagar as custas do processo, incluindo as despesas da viagem, gratificação a quem a levou presa e aos comissário e escrivães que fizeram as diligências.
Notas:
1-ANTT, inq. Coimbra, pº 4572, de Antónia Coelho Zuzarte.
2- O comissário Gonçalo Caldeira de Vasconcelos faleceu antes da conclusão do processo das Zuzarte, sendo substituído nas diligências que depois se fizeram pelo reitor da matriz de Freixo João Fernandes Lopo.
5-Pº 4572: - Francisco Lopes Garcês, homem nobre, dos principais desta vila (…) disse que estando Francisca Soares em sua casa dele testemunha presa pelo santo ofício, dissera a ele testemunha que pedisse a Pedro Lopes da Fonseca, pai da ré, lhe não lançasse nos couros, e se lançasse, os desse ao marido dela contraditada, e que dissera que ele ou coisa sua me pagarão.
3-D. Afonso Furtado de Mendonça foi arcebispo de Braga entre 1618 e 1626.
4-D. Gaspar do Rego da Fonseca, provisor do arcebispado de Braga, seria depois nomeado bispo do Porto, cargo que exerceu entre 1632 e 1639. Era natural de Vila Maior, terra de Ribacôa, filho de Daniel do Rego e Leonor da Fonseca.

Falando de … Raul Brandão, António Nobre e Camilo Pessanha, nos 150 anos do seu nascimento

Aconteceu em 1867. Viram luz no norte de Portugal. Aí prosperaram e foram enormes. Por vezes, esquecidos, mas nunca minorados. Ensinaram gerações a amar a beleza das letras, tornando-as mais viçosas e prósperas.
As escolas vão passando ao lado, mas, sabem que eles existem. Os programas encasulam-nos no olvido, mas é, também, com eles que Portugal vai sendo maior.
Falamos de Raul Brandão, António Nobre e Camilo Pessanha. Em páginas de jornal, lembremo-nos da sua vivência. Alguns dados biográficos que tornem mais fácil o acesso a estas individualidades que tão bem dignificaram a língua portuguesa e que de quando em vez são lembradas em tertúlias literárias ou em concursos televisivos onde, esporadicamente, se questiona o acervo cultural do país que é nosso e que pede meças a outros cuja dimensão histórico-cultural nos fica muito aquém, não fosse Portugal terra com mais de oito séculos de existência.
Viveram em tempos convulsos. A Regeneração originada pelo golpe do duque de Saldanha depõe o governo de Costa Cabral, abrindo as portas a um período de estabilidade, o que permitiu introduzir reformas políticas, económicas e administrativas, transmitindo uma imagem de paz e de progresso, sendo publicado o Código Civil, do conde de Seabra e entrado em vigor o Código Administrativo. É abolida a pena de morte para os crimes civis, extinta a roda dos enjeitados. Júlio Dinis publica As Pupilas do Senhor Reitor.
Apesar da melhoria do clima social, assiste-se à afirmação de um grupo de intelectuais que constituem a geração de 70 que levou a cabo as Conferências Democráticas do Casino. D. Carlos enfrentará a crise originada pelo Mapa Cor  Rosa e o Ultimatum Inglês de 1980.
A 12 de Março de 1867 nascia na Foz do Douro, Raul Germano Brandão que deixou o seu talento ligado às letras com o nome de Raul Brandão. Rapazinho espigado, louro e inocente, chamavam-lhe o pernalta, tinha os seus treze anos, era aluno no Colégio de São Carlos, o mesmo que fora frequentado por Trindade Coelho. Apaixonou-se, sem saber o que era o amor, por uma sombra que sorriu e passou. Era uma padeirinha que distribuía o pão nas proximidades do Colégio. Nem o nome lhe sabia. Por ela todas as manhãs faltava à escola, por isso ficou reprovado em Geografia. Depois de terminado o Liceu, matriculou-se no Curso Superior de Letras.
Tendo-se dedicado muito cedo ao jornalismo, não sendo indiferente à situação em que vivia o pais, absorvido pela condição humana, dedica muitas das suas reportagens à miséria, ao pessimismo, à sentimentalidade rústica, aos vícios e a tudo o que punha em causa a existência dos humildes e alimentava a crise social. No jornalismo dirigiu a Revista de Hoje e A Arte. Em 1890 lança o primeiro livro Impressões e Paisagens.
Aos 24 anos ingressa na Escola do Exército, colaborando no jornal Imparcial, de Lisboa. É de Raul Brandão a afirmação, “Durante o tempo em que fui tropa, vivia sempre enrascado. Tudo me metia medo, os homens aos berros que ecoavam no quartel, castigo para um lado, castigo para o outro; e as coisas negras, feias, agressivas, a parada, a caserna, as retretes.”
Durante o estágio de dez meses, em que esteve na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, fez um relato dos acontecimentos do curso, que publicou na revista Arraial, tendo colaborado, também, no jornal Correio da Manhã, fundado por Pinheiro Chagas.
Findos os estudos militares, foi colocado como Alferes em Guimarães, onde conheceu em Maio de 1896, uma menina de 18 anos, que viria a ser sua mulher, durante mais de trinta anos. Casa em Março de 1897, indo viver para a Foz do Douro. Transferido para Lisboa, continua a escrever em jornais, sendo ameaçado de transferir-se para Bragança.
Com Julião Brandão escreve a peça de teatro Noite de Natal, apresentada no teatro D. Maria II em 1899. Note-se que foi longa a camaradagem com Julião Brandão, cuja comunidade de apelido não revelava nenhum parentesco.
Distribuindo a sua produção pela narrativa e pelo teatro, tendo sempre presente a condição humana e a simpatia pelo trabalho da gente humilde, vai produzindo títulos, como:
O doido e a morte (1923), O Avejão (1929), Os Pobres (1906), A Farsa (1903), Húmus (1917), Os Pescadores (1923), Pobre de Pedir (1931), O Gebo e a Sombra (1923), O Rei Imaginário (1923)e História de um Palhaço(1922).
Dando conta na sua obra das dificuldades por que passam as personagens, onde não falta a simpatia do produtor da escrita, é certo, também, que os proscritos são alvo de incitamento, como se renunciar fosse abdicar. E porque em Raul Brandão há marcas de solidariedade, onde o ostracismo não pontua, é possível ler-se no livro de Memórias, volume I, Tomo I, “ O homem é tanto melhor quanto maior quinhão de sonho lhe couber em sorte. De dor também”. Em colaboração com Teixeira de Pascoaes publica em 1927 Jesus Cristo em Lisboa.
Resultado de uma viagem à Madeira e aos Açores escreve As Ilhas Desconhecidas em 1926. Em colaboração com a mulher, Maria Angelina Brandão, publica Portugal Pequenino em 1929.
Homem de grande valência no meio cultural do seu tempo, faz parte do grupo fundador da Seara Nova, em 1921, que se propunha reformar a mentalidade portuguesa através de uma intensa acção pedagógica e política.
Ao seguir a carreira militar, renunciou à frequência do Curso Superior de Letras, reformando-se em 1911, no posto de major, confessando não conseguir ser um militar a sério. Em Nespereira, próximo de Guimarães, na sua Casa do Alto, a partir de 1903, procura o refúgio e o lazer de que necessita. Partiu em 1930, em Lisboa, deixando muitas das suas Memórias publicadas em três volumes datados de 1919, 1925 e 1933.
Num outro contexto social, nasce em 16 de Agosto de 1867, António Nobre, no Porto, no número 469 da Rua de Santa Catarina, quinto filho do casal Pereira Nobre, família pequeno-burguesa que vive entre a capital do Norte e os campos dos arredores de Penafiel e da Lixa. Raul Brandão em Memórias, volume I, Tomo III, lembra o encontro com António Nobre que, pelo insólito, merece ser citado:

 

…foi num barco, ao lado dum velho pescador, que conheci o António Nobre, que logo me perguntou se não tinha uma Bíblia que lhe desse.
- Para que quer você a Bíblia?
- Para deitar a cabeça, quando for no caixão.

Se é verdade que António Nobre tenha caído no esquecimento de grande parte dos portugueses, ainda são alguns os estudiosos que se têm debruçado sobre a obra do poeta. José Régio, na Pequena História da Moderna Poesia Portuguesa, trabalho que lhe serviu de tese de licenciatura, no Curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, dedica algumas páginas num artigo que denominou António Nobre-tendências nacionalistas, num capítulo relacionado com o modernismo na poesia portuguesa, aponta a liberdade do ritmo, arrojo do vocabulário, capricho das imagens, elementos que conduzem à renovação que então se operava na poesia. Considera-o um romântico, se não um ultra-romântico, e é também aos nossos românticos que vai pedir, renovando-as e variando-as algumas das suas cedências mais aliciantes, em verso de oito, nove e onze sílabas, em que ninguém, entre nós, se lhe avantaja, em que as esquisitices do seu temperamento de tísico e nevropata o conduzem. Misturando o romantismo, o realismo e o simbolismo, ao sabor da sua boémia fantasia criadora conseguiu essa maneira única, tão natural e tão extravagante que enfeitiça o país através de contínuas edições.
Uma análise de um poeta feita por um poeta, atento e exímio observador do que se ia passando no universo literário português, onde não faltam encómios à poesia de Florbela Espanca. Afirmando ser Nobre passivo ante o sofrimento e a vida, acrescenta que a volúpia da decadência, da dor, da humilhação, do abandono, dá aos seus versos essa resignação suavemente desesperada, onde não falta algum humorismo catalisador da sedução.
Não passou ao lado do olhar de Fernando Pessoa a escrita de Nobre. Aos 27 anos, em 25 de Fevereiro de 1915, escreve um artigo de opinião no jornal de Coimbra A Galera nº. 5-6, intitulado Para a Memória de António Nobre, que seria reeditado pela Ática em 1980, em Textos de Crítica e de Intervenção, que transcrevemos, “Quando ele nasceu, nascemos todos nós. A tristeza que cada um de nós traz consigo, mesmo no sentido da sua alegria é ele ainda, e a vida dele, nunca perfeitamente real nem com certeza vivida, é, afinal, a súmula da vida  que vivemos – órfãos de pai e de mãe, perdidos de Deus, no meio da floresta, e chorando, chorando inutilmente, sem outra consolação do que essa, infantil, de sabermos que é inutilmente que choramos”.
Autor de estro precoce, datando os primeiros versos de 1882, vemo-lo a frequentar a Universidade de Coimbra, onde trava conhecimento e amizade que perdurará por muito tempo, com Alberto de Oliveira, bem mais jovem, que em Palavras Loucas fará a defesa do nacionalismo e do neo-garretismo, na Literatura Portuguesa. Fundando a revista Bohémia-Nova e envolvendo-se no espírito da boémia coimbrã, reprovará os dois primeiros anos lectivos, rumando a Paris, onde chega em Outubro de 1890, a fim de obter a licenciatura em Direito, na Sorbonne, viajando a bordo do navio Britannia. Na capital francesa estabelece contactos com Eça de Queirós e é íntimo de Moniz Barreto.
Em 1892 publica na editora Léon Vanier, em Paris, o Só, numa edição de 200 exemplares. Igualmente, nesta editora publicaram Mallarmé, Rimbaud e Verlaine. A segunda edição, de 300 exemplares, virá a lume em 1898, na editora Guillard, Aillaud & Cª, em Lisboa.
Pouco antes da sua partida para Paris, conhecerá António Nobre, Margarida de Lucena, apelidada de Purinha, divulgada no Só. Jovem da pequena aristocracia rural, segundo Mário Cláudio, na Fotobiografia que lhe dedicou, editada pelas Publicações Dom Quixote em 2002. Margarida de Lucena que conheceu em casa de amigos, na estrada da Beira, será sua namorada entre 1890 e 1896. Integrando uma prole numerosa, seriam cerca de quinze filhos, cumprirá pedido sagrado da mãe à hora da morte, nos últimos momentos de vida, recusando casar com o poeta porque não poderiam ser felizes. (carta de António Nobre a Margarida de Lucena de 16.5.1896 a partir de Davos-Platz).
Terminado o curso de Direito, regressa a Portugal, tendo por objectivo concorrer ao cargo de cônsul de primeira classe, onde obteve aprovação. Uma afecção pulmonar impossibilitará a sua actividade profissional, determinando a sua partida para a Suíça, a conselho médico. Desapontado com o tratamento na Suíça, em Portugal tenta a cura para o seu mal. No norte do país, por Lisboa e arredores, debalde busca o que não vai encontrando, resolvendo viajar até aos Estados Unidos da América, julgando obter benefícios com a travessia marítima. Em 1898 fixa-se na Ilha da Madeira, mas em vão. Não desistindo regressa de novo a Davos, depois de uma passagem por Londres, voltando ao sol do Monte Estoril, fixando-se, finalmente, em casa de seu irmão Augusto Nobre, na Foz do Douro.
Com o oceano à ilharga, sob o seu olhar, despede-se para sempre em 18 de Março de 1900. Em 1902, graças ao irmão Augusto sairá a primeira edição de Despedidas, contendo os poemas compostos entre 1895 e 1899.
Muito mais para enunciar. Acabamos por cair na prolixidade, com muito por dizer. É assim a subjectividade do apreciador. Antes que encerremos este texto de prazer, confiemo-nos a Raul Brandão que no volume I, Tomo III, escreve em palavras maviosas:
“Era um príncipe. Era uma flor delicada. Tinha nascido aristocrata e infantil. Sentíamo-lo um ser à parte! Extraordinário, artificial e sincero ao mesmo tempo. Fora de duas ou três pessoas, ninguém o devia compreender. Os homens dividem-se em príncipes e plebe”.
Nasceu, Camilo de Almeida Pessanha, de seu nome completo, a 7 de Setembro de 1867, em Coimbra, filho natural de Francisco António de Almeida Pessanha, de ascendência aristocrática, estudante de Direito, cuja carreira o guindará a juiz do Supremo Tribunal Administrativo, e de Maria do Espírito Santo Duarte Nunes Pereira, mulher de condição social inferior. Em 1867 morre Baudelaire que publicara em 1857 Les fleurs du mal, lançando as bases do simbolismo francês.
Graças ao nomadismo a que a profissão do pai o obriga, vê-se a residir em vários locais, durante a sua infância, nomeadamente, Açores, Mogadouro, Lamego, Vila Nova de Foz Coa e Vila Pouca de Aguiar, são alguns dos locais por onde Camilo passa. Em 1884, ingressa na Universidade de Coimbra, estabelecendo amizade com Alberto Osório de Castro, que perdurará para a vida.
Durante a sua passagem pela Universidade de Coimbra, são publicadas duas revistas que reflectem os movimentos literários da época: Bohémia Nova, baluarte do neo-garretismo com António Nobre e Alberto de Oliveira à frente e Os Insubmissos de pendor simbolista ou nefelibata, onde pontua Eugénio de Castro. Não colaborando em nenhuma destas revistas, Camilo Pessanha alia-se a Lomelino de Freitas que dirige a revista A Crítica, publicando aí o seu poema mais antigo, Lúbrica, datado de 14 de Outubro de 1885. Com recortes de crítica literária, colabora na revista Intermezzo e em O Novo Tempo.
Forma-se em Direito em 1891, sendo subdelegado do procurador régio em Mirandela em 1892, local onde passará algumas temporadas em férias na Quinta dos Marmelos, em casa da tia Maria Augusta. Antes de rumar a Macau, desempenhará o mesmo lugar em Óbidos, onde ocupará o lugar de professor do Liceu em 1894, tendo como colega Wenceslau de Moraes.
Em 1893, antes de partir para Macau, pede Ana de Castro Osório (1872-1935) em casamento, o que lhe é recusado, vindo a jovem a casar em 1898, com o político republicano Paulino de Oliveira, enviuvando em 1914.
Durante a sua permanência em Macau, além de professor, foi Reitor, colaborou em jornais, Conservador do Registo Predial, advogado, auditor do Conselho de Guerra, juiz, por motivo de licença ou de doença, esteve por quatro vezes na Metrópole, de Agosto de 1896 a Fevereiro de 1897, de Outubro de 1899 a Junho de 1900, de Agosto de 1905 a Janeiro de 1909 e pela última vez de Setembro de 1915 a Março de 1916.
Tendo-se dedicado ao estudo da língua e cultura chinesa, chegaram até nós Oito Elegias Chinesas, traduzidas, publicadas no jornal O Progresso, de Macau, em Setembro e Outubro de 1914. Grande colecionador de objectos de arte chinesa, ofereceu-os ao Estado Português.
Durante a sua última vinda a Portugal em gozo de licença de Conservador do Registo Predial, é visita assídua da família Castro Osório onde jantava e seroava. João de Castro Osório (1899-1970), filho de Ana de Castro Osório, que à data tinha 16 anos, recorda que o poeta, logo na primeira ou segunda visita, recitava com um estranho modo de dizer poesias, algumas das suas poesias. Nada estava escrito, tendo Camilo Pessanha, a pedido, colaborado na escrita dos poemas de sua autoria. João de Castro Osório na Clepsidra e outros poemas de Camilo Pessanha, Edições Ática, 1973, afirma que a memória de Camilo Pessanha era de uma estranha faculdade. Incapaz de fixar o caminho da Sé ao Rossio, tinha de cor todos os seus poemas e muitos outros daqueles poetas que admirava: Camões, João de Deus, Gomes Leal e Alberto Osório de Castro, dos portugueses, Verlaine e Ruben Dario, dos estrangeiros.
A publicação do livro de Camilo Pessanha, Clepsidra, teve lugar em 1920, contendo trinta poemas sem qualquer introdução e comentário, por D. Ana de Castro Osório, na Casa Editora Lusitânia, de que era directora e co-proprietária. A segunda edição de 1945, com nota explicativa de João de Castro Osório, contém 56 poemas.
Em meados de 1916, já Camilo Pessanha partira para Macau, Luís de Montalvor quis publicar na sua revista Centauro, poemas de Camilo Pessanha. Foi nesta revista que se fez a primeira publicação do conjunto de alguns poemas de Camilo Pessanha e que só depois se inicia a sua influência na poesia portuguesa – a imagem do fluir, marcas do efémero, reflexo crepuscular da morte indispensável para que o tempo velho se renove, numa coincidência com a época de revisão e mudança de valores que então se vive, numa afirmação de decadência, ou por outras palavras, a vida não vale pelo que é, mas pelo que dói. São 15 poemas cedidos pela escritora D. Ana de Castro Osório. De notar que o soneto Tatuagens, fora publicado no jornal Notícias de Bragança, em 15 de Março de 1913, sem título, com ligeiras alterações.
Conhecedor da existência de Camilo Pessanha e da sua obra, Fernando Pessoa, em carta que lhe dirige em 1915, lembra que se encontraram duas vezes, apenas tendo falado no “Suíço”, onde foi apresentado pelo general Henrique Rosa, tendo Camilo Pessanha recitado alguns dos seus poemas. Depois, por Carlos Amaro obteve cópias de alguns dos poemas de Camilo Pessanha que, confessa, sabe de cor e são fonte de exaltação estética. Apresentando-se como director da revista trimestral literária – Orpheu, solicita a inserção de poemas cujo título indica, no número 3 da revista Orpheu que não chega a sair, porque o pai de Mário de Sá-Carneiro não se mostrou disponível para a financiar. Só em 1984, o nº3 do Orpheu compilado por Arnaldo Saraiva será publicado, sem que algum poema de Camilo Pessanha tenha sido inserido.
De delicada constituição física que a fixação não debelou, vindo por vezes a Portugal para a cura dos seus males, Camilo Pessanha denunciava a cada momento o seu estado de degradação para o que contribuía a sua condição de opiomaníaco e assíduo bebedor de absinto, à maneira de Verlaine, seu inspirador. Fora feita a sua vontade, em Macau, a 1 de Março de 1926. Contava 59 anos, para a posteridade ficava a Inscrição que iniciava a obra-prima do simbolismo, de sua autoria – Clepsidra:
Eu vi a luz em um país perdido./A minha alma é lânguida e inerme./Oh! Quem pudesse
deslizar sem ruído!/No chão sumir-se, como faz um verme…
O enterro, por vontade do poeta, não teve música, nem coroas, nem acompanhamento religioso. Só um ramo de flores, levado por uma colega do Liceu.

Não foi adoptado o Acordo Ortográfico em vigor

Bem-falantes, fala-baratos e vendedores de banha da cobra.

Na política portuguesa pululam os bem-falantes altifalantes. Sobretudo nos estratos mais altos da governação como sejam a Assembleia da República e o Governo.
Bem-falantes porque fluentes nas ideias e nas palavras. Altifalantes porque dado os postos elevados que ocupam lhes é facultado falar alto e bom som sempre que lhes apetece, na certeza de que serão ouvidos. Sobretudo quando se dão ao desfrute de bolsar os milhões, as boas intenções e as presunções com que ateiam o inferno da má governação.
Acresce que muitos dos políticos portugueses de topo a quem estão atribuídas as maiores responsabilidades públicas não se limitam a ser bem-falantes mas primam igualmente por serem fala-baratos e mesmo vendedores de banha da cobra, faculdades que deveriam ser apenas homologadas a certos profissionais animadores de feiras e romarias e nunca a dignatários do Estado que aos feirantes fazem concorrência desleal.
Mesmo assim havemos de reconhecer que é um regalo ouvir certos artistas da palavra exibirem as suas prodigiosas verves e verborreias nos plenários da Assembleia da República. É caso para se dizer que cantam e encantam. Tanto que, mesmo quando se não percebe nada do que dizem, quem os ouve sempre fica com a percepção de que falaram bem. O que nos leva a pensar que falar bem sem nada dizer e mal fazer parece ser apanágio dos políticos portugueses em particular e dos latinos em geral.
A questão é mais séria do que se imagina, porém. Porque, muitos políticos portugueses, quando não falam só por falar, não poucas vezes lançam mão de discursos redondos, isto é, que não têm ponta por onde se lhe pegue, para esconder erros, omissões e mesmo crimes.
Senão, atentemos em três factos relevantes que agitaram a opinião pública a semana passada, começando pelos discursos que douraram a conspiração dos deputados que se mancomunaram para, à sorrelfa, gizar uma nova lei de financiamento dos partidos. Uma barracada sem pés nem cabeça, que prefigura um atentado à democracia, sobretudo grave porque foi cometido por quem foi e da forma como foi.
A que se seguiu a polémica em torno da ministra da Justiça que com despropositado e obscuro propósito publicamente fez saber que o Governo não irá reconduzir no cargo a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, que tão bom recado tem dado de si e que tem entre mãos processos judiciais da mais alta gravidade envolvendo gradas figuras públicas de Portugal e de Angola.
O burburinho que se gerou na comunicação social e no seio do próprio partido governamental, culminou com a Oposição, tonitruante, a insinuar que o Governo pretende condicionar a Justiça para favorecer criminosos de alto coturno já indiciados pelo Ministério Público. Tudo isto faz com que muitos portugueses andem compreensivelmente desconfiados e suspeitem que o crime governa Portugal.
Entretanto, o PCP e o BE, com a violência oral que os caracteriza, mais uma vez invectivaram o primeiro-ministro acerca dos impostos que, (pasme-se!), a EDP e a GALP se recusam a pagar. E mais uma vez houve quem admitisse que era desta que a Geringonça estourava.
Mas não. O primeiro-ministro, como é seu timbre, mais uma vez falou firme e grosso e prontamente frustrou o ímpeto populista dos seus parceiros esquerdinos que, mais uma vez, meteram o rabo entre as pernas.
Falta saber se, nesta como em tantas outras situações, pese embora a veemência oratória do primeiro-ministro, não irá ficar tudo em águas de bacalhau, com a EDP e a Galp a coçarem a barriga de tanto rir à socapa.
Esta a democracia que diariamente é servida aos portugueses na bandeja da demagogia. Uma permanente peixeirada de bem-falantes, fala-baratos e vendedores de banha da cobra, quais deles os piores.
Este texto não se conforma com o novo Acordo Ortográfico.