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Macedense vence campeonato distrital de futsal e regressa ao Nacional da 2ª Divisão

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Ter, 15/05/2018 - 15:33


O Grupo Desportivo Macedense é campeão distrital de futsal. A formação treinada por António Aires confirmou a conquista do título, na sexta-feira, após a vitória por 3-6 frente ao CASC Freixo no terceiro jogo da final do play-off.

“Hóquei para Todos” vai chegar às escolas e instituições

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Ter, 15/05/2018 - 15:26


“Hóquei para Todos” é o nome do projecto da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Mirandela, em parceria com a Federação Portuguesa de Hóquei, e que tem como objectivo a promoção e divulgação da modalidade.

“Desporto com Bicas é Inclusão” promove actividade física para pessoas portadoras de deficiência

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Ter, 15/05/2018 - 15:24


É uma iniciativa da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD) e chegou a Bragança, no sábado, depois da apresentação nos Açores, em Novembro passado.

NÓS, TRASMONTANOS, SEFARDITAS E MARRANOS - António Henriques, o Fastio (f. Torre de Moncorvo c. 1580)

António Henriques, o Fastio, de alcunha, é figura incontornável na história dos cristãos-novos de Torre de Moncorvo. Antes de mais porque a ele se ligava, por laços familiares, uma boa parte da gente da nação hebreia da terra. Depois porque, dos casamentos de sua numerosa prole (11 filhos), se originaram famílias e personagens marcantes, não apenas ao nível local mas também nos territórios da diáspora sefardita.

Traçar a sua biografia é tarefa impossível, pois ao tempo em que ele nasceu não havia sequer registos oficiais de nascimentos, casamentos e óbitos. E todas as informações que sobre ele temos, foram dadas depois do seu falecimento, pouco antes de 1583, sendo que em 1580 ainda era vivo e morava na Rua Nova, (1) de Torre de Moncorvo. Era então casado com Filipa Rodrigues, originária de Trancoso. (2) Esta era a segunda mulher e antes fora casado com uma Fulana da Mesquita, que lhe deu pelo menos 2 filhos: Henrique Fernandes, que morou em Vila Nova de Fozcôa, casado com Filipa do Vale e Fernão Álvares, o Fastio, que casou em Trancoso com Francisca de Nágera. (3) Estes tiveram 8 filhos e na sua descendência encontramos homens tão importantes como o Dr. Fernando Mendes, médico da rainha de Inglaterra.

António Henriques, como o pai, se chamou um filho do segundo matrimónio, com Filipa Rodrigues. Era “baixo de corpo, preto e magro”. (4) Mercador, andava por Castela e foi preso pela inquisição de Toledo. Casou em Torre de Moncorvo com Inês Vaz e, em 1586, era já viúvo. Casou em segundas núpcias com Filipa da Mesquita e, face às prisões que a inquisição efetuava em Moncorvo e Vila Flor, abalou com a família para a Itália, estabelecendo casa na cidade de Pádua.

De sua descendência conhecemos uma filha, chamada Isabel da Mesquita, que casou com Francisco Álvares Frade, natural do Mogadouro. Da vivência de António Henriques em Castela, nasceria a alcunha de Malo, com que passou a ser distinguido.

Pero Henriques, Fastio, se chamou outro filho do casal. Casou com Ana Vaz, irmã de Filipa da Mesquita, sua cunhada, que acabamos de referir. Tiveram 5 filhos e 2 filhas, que se dispersaram por Itália, Holanda, França e 4 deles viveram na cidade do Recife, à época do chamado Brasil Holandês. Um deles, Diogo Henriques, aliás, Abraham, merece especial referência, por ter sido um dos primeiros a usar o sobrenome de “Bueno”, juntamente com o seu primo Filipe de Nágera. (5)

Dos 11 filhos do Fastio, da Rua Nova de Torre de Moncorvo, citemos ainda a filha Brites Henriques, que morou em Vila Flor onde foi casar com o mercador João (Jerónimo) Lopes e que foi presa pela inquisição em 1583. (6)

Para além dos filhos, importa ainda fazer outras ligações familiares do patriarca António Henriques Fastio, morador na Rua Nova, nomeadamente a Francisco da Silva, e seus pais, o Dr. Henrique Dias e a sua mulher, Isabel Henriques, moradores em Torre de Moncorvo, originários de Vila Nova de Fozcôa. (7)

Outra relação de parentesco é com Pero Henriques, que foi preso pela inquisição de Lisboa em 1556. Era filho de Henrique de Miranda e Filipa Dias, sua mulher. Preso pela inquisição de Lisboa em 1556,ao falar de sua família, disse que tinha um irmão chamado António Henriques. Cremos tratar-se do nosso biografado António Henriques Fastio, morador na Rua Nova. Contudo, por falta de documentos não podemos confirmar esta ligação de fraternidade entre eles. Mais uma nota sugestiva: depois que o soltaram, Pero Henriques foi-se “com sua mulher e casa para Florença”, na Itália. (8)

Apresentada a família do Fastio, voltemos ao início, à Torre de Moncorvo onde o inquisidor Jerónimo de Sousa estava de visitação, enviado pelo tribunal de Coimbra. Perante ele, no dia 9 de abril de 1583, (9) apresentou-se Beatriz, uma moça de 24 anos, criada de servir, natural de Sarzedo, terra de Lamego e fez o depoimento seguinte:

- Irá em 3 anos que ela saiu de casa de António Henriques, o fastio, cristão-novo, mercador já falecido, casado que era com Filipa Rodrigues, cristã-nova que agora está viúva, e vive nesta vila na Rua Direita, e esteve com eles um ano e viu no dito tempo que com eles morou, que muitas sextas-feiras à tarde uma Violante Henriques, filha dos ditos seus amos, que então era solteira e estava com seus pais, mas agora é casada (…) varria e limpava as casas e as concertava, o que não fazia por nenhum dos outros dias (…) e que a via aos sábados pela manhã tirar de uma câmara que tinham uma candeia de azeite morna, como se estivera de noite acesa na dita casa, e que aquelas noites de sexta-feira para sábado fechavam a dita casa, costumando estar aberta pelas outras noites, porque era casa de despejos, onde ela denunciante entrava muitas vezes, e por ela ver que na dita semana só fechavam naquela noite, atentou pela candeia que de lá tiravam ao sábado pela manhã. E declarou mais que vira fazer tudo isto e também fazia as camas nas ditas sextas-feiras à tarde e lhe deitava lençóis lavados, o que não fazia em nenhum dos outros dias, e que a dita sua filha vestia aos sábados camisa lavada. Disse mais que em nenhum do dito tempo viu comer na dita casa nenhuma carne de porco a nenhum deles, antes quando lhe mandavam alguma, ela denunciante a comia, porque eles lha davam, e a comia assada e o espeto em que a assava estava apartado, porque nele se não assava outra carne. (10)

 

Notas

1-A Rua Nova faz parte do núcleo medieval da vila e desenvolve-se em paralelo com a Rua Direita. Tomaria aquele nome no tempo do rei D. Manuel, depois da expulsão dos judeus. Corresponderia à antiga judiaria e nela se conserva uma casa que, segundo a tradição, foi a antiga sinagoga dos judeus.

2-Filipa Rodrigues foi presa pela inquisição em 1583. – ANTT, inq. Coimbra, pº 493. E depois dela foram presas duas irmãs suas. - ANTT, inq. Lisboa, pº 7555, de Florença Dias; pº 11945, de Ana Lopes.

3-ANDRADE e GUIMARÃES, Na Rota dos Judeus Celorico da Beira, ed. Câmara Municipal de Celorico da Beira, 2015. 

4-ANTT, inq. Coimbra, pº 1382, de Francisco da Silva: - Haverá 17 anos (1587), na vila da Torre, se achou com António Henriques, seu primo coirmão, viúvo mercador, que morava na Torre e que agora mora em Madrid, baixo de corpo, preto e magro.

5-Filipe de Nágera foi um dos 8 filhos de António Henriques e Francisca de Nágera. Estudou em Salamanca, formando-se em Medicina.

6-ANTT, inq. Coimbra, pº 4, de Brites Henriques.

7-IDEM, pº 43, de Francisca da Silva, irmã de Isabel Henriques; pº 1382, de Francisco da Silva: - Disse que haverá 17 anos (1586) na vila de Torre de Moncorvo, se encontrou com António Henriques, seu primo co- irmão, mercador, viúvo, que morava na Torre de Moncorvo e agora mora em Madrid…

8-ANTT, inq. Lisboa, pº 6771, de Pero Henriques; Nós Trasmontanos… in: jornal NORDESTE, nº 1069, de 9.5.2017.

9-Note-se que a visitação de Jerónimo de Sousa a Torre de Moncorvo decorreu nos dias 20 e 24 de Março, seguindo-se a visitação a Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Felgar, termo do concelho de Mós. Algo estranho que ali se fosse apresentar Beatriz que, por acaso, era então criada do escrivão do vigário da Torre de Moncorvo. Teria sido mais uma das testemunhas arregimentadas pelos inimigos dos cristãos-novos, como eles disseram em uma petição dirigida ao inquisidor geral?

10-ANTT, inq. Coimbra, livro 662, fl 100v. Note-se que, depois da morte do marido, Filipa Rodrigues mudou a residência para a Rua Direita. Esta rua do núcleo medieval, atualmente com o nome de Campos Monteiro, ligava a porta norte da muralha medieval ao castelo da vila. O edifício mais importante desta rua é a igreja da misericórdia, construída em meados do século XVI. Nas suas traseiras era a judiaria.

Mundivivência

Minha boa gente, essa saúde como vai? Diz que agora afinal a laranja faz tão bem de dia como de noite. Aquela coisa do “à noite mata” tem de ser revista. Fica o conselho de nutrição e, em caso de estar a falar mais do que sei, o pedido de desculpas aos profissionais de saúde que aqui tão bem escrevem. Ora, por esta altura os largos milhões de leitores que costumam ler este ditoso jornal e esperar sofregamente pelas minhas maravilhosas conversas já se devem estar a perguntar “mas este título não é igual a um anterior?”. Nada disso meus caros, não há erro de impressão. Há um ‘v’ que muda. Da outra vez falei de mundividência, como os países vêem e concebem o mundo, e hoje vou falar com base na minha vivência e experiência do mundo (mundivivência). Viver na Ásia, num país com uma cultura social abissalmente diferente da nossa ajuda-me a ver a nossa cultura e o nosso país em perspectiva. Cidadãos do mundo. Engraçado que quando Sócrates (o filósofo) disse isto (isso, o filósofo grego) o mundo que ele conhecia era cerca de um terço do que é hoje. Ser cidadão do mundo naquele tempo pouco mais era do que ser cidadão da Europa. Hoje vou falar um pouco dessa instituição chamada “lá fora”, essa vírgula no nosso opinar, esse modelo a seguir impreterível e devotamente. Não sei bem onde estou, mas isto não é Europa de certeza. Porque lá fora é que é. Além disso não há placas em lado nenhum, uma pessoa perde-se pelo caminho. Se estivéssemos na Europa estava tudo cheio de plaquinhas, luzinhas e sinais e eu não precisava de andar aqui às voltas para saber onde estou, a abrir o vidro a cada 200 metros e a perguntar “chefe, podia dar-me uma informação” para ficar ainda mais perdido. Lá fora na Europa é totalmente diferente. Mas, perguntemo-nos, o que significará isso afinal? Ou pergunte-me apenas eu a mim mesmo (quanta redundância junta). Deixem-me só arregaçar as mangas. Lá fora é sempre exemplo, mas exemplo de quê? Onde está esse lugar onírico, maravilhoso, essa terra dos sonhos a que o português alude, esse el dorado onde tudo bate certo apesar de, provavelmente, estar sempre a chover. Ora bem. Estava agora a ouvir uma notícia na rádio que dizia que quase um terço dos portugueses vive no limiar da pobreza e outra que os jovens portugueses são os piores em não sei o quê, juntamente com os suecos e franceses, o que de repente acaba por transformar a notícia em algo entre o “hã?!” e o “podia repetir, por favor?”. Em relação ao Lumiar da pobreza, não desfazendo da adversidade de 2,9 milhões de concidadãos, lembro-me de três histórias. A do jovem viajante português na Mauritânia que falava de crise e o anfitrião respondia que sim, que sabia o que isso era, que quando as crises passavam por ali ficam semanas sem ter comida e que quando a chuva tardava em chegar faltava água até para mudar o balde da retrete. O miúdo chinês que caminha todos os dias 10 kms para chegar à escola e chega. No Inverno com o cabelo e as pestanas cheias de gelo como um pinheirinho de Natal, desses muito perfeitinhos como os dos centros comerciais. E sem luz ou aquecimento que o receba na sala de aula. O indiano amigo de um amigo meu que estudava em Espanha. Um dia levo-te à minha aldeia e levou-o mesmo lá para os lados de Tomar ou Torres Novas. E o indiano flipado com a aldeia, à espera de vir a encontrar tudo menos Internet e tv cabo e estradas alcatroadas e saneamento e asseio. O que é que acontece: nestes países – e se se derem ao trabalho de ir somando e excluindo partes verão que é a maioria da população mundial – cada vez que ouvem a ladainha de Portugal e pobreza, Portugal e crise, Portugal e ai vizinha quando chega o frio mal consigo andar, olhe eu ontem queimei-me a fazer o almoço não posso usar esta mão, olhe de um lado o ácido úrico do outro o meu marido que é um vagabundo... Quando ouvem isto é nestas realidades profundas que eles pensam. E é essa a imagem que cola. E depois uma pessoa tem que andar por aí a emendar a mão. Olhe que não amigo, não é bem assim. Ah, mas eu vi na televisão. Pois, mas é diferente. Ah, isso dizem vocês. E pronto, andamos nisto. Três coisas. Primeiro, claro que o “lá fora”, não é um verdadeiro lá fora no sentido global ou mundial do termo, refere-se a uma pequeníssima elite de países cujas sociedades desenvolvidas funcionam e oferecem aos seus cidadãos em geral um conjunto de valores e garantias que infelizmente não são (mesmo!) norma neste mundo. E estão quase todas na Europa. Segundo, é preciso dizer sem rodeios e com naturalidade que Portugal, este Portugal de hoje, pertence a esta elite de países que constituem uma percentagem muito, muito pequena a nível mundial. Terceiro, há que parar com esta neo-psicose de nos termos como medíocres e irremediáveis só porque algures num gabinete de Berlim ou num escritório de Nova Iorque políticos e agências calculistas nos consideram no limiar do lixo. Faz falta vermo-nos de longe e conhecermos melhor os cantos a este berlinde. Vivência ou experiência do mundo, mundivivência.