class="html not-front not-logged-in one-sidebar sidebar-second page-node page-node- page-node-167145 node-type-noticia">

            

Lodões e a Santa Cruz sagrada

Ter, 16/10/2007 - 11:11


Situada em pleno Vale da Vilariça, a aldeia de Lodões, no concelho de Vila Flor, guarda memórias e monumentos que remontam aos tempos da época Romana. A Fonte, datada de 1680, é um dos vestígios romanos que é guardado pela população, que recorda os tempos em que a nascente era o local de encontro dos namorados. “A nossa fonte romana é lindíssima. Antigamente esvaziávamos os cântaros para nos encontrarmos lá com os namorados. Agora os tempos mudaram…”, salienta Maria Queijo, uma das habitantes da aldeia.

A par da fonte, também a Santa Cruz sagrada é um símbolo com muito significado para as pessoas de Lodões. “Há cerca de cinco anos houve um incêndio muito grande que dizimou tudo à volta da cruz de madeira, que ficou intacta”, sublinha Maria Queijo, acrescentando que há algumas lendas acerca daquele lugar simbólico.
A Igreja Matriz, reconstruída no século XVIII, e a Capela Nossa Senhora do Rosário são, igualmente, monumentos emblemáticos que caracterizam esta aldeia transmontana, que, à semelhança de muitas outras, sofre o drama da desertificação.

Habitantes dividem o tempo entre trabalhos no campo, conversas e jogos de cartas no café

Os jovens partiram à procura de melhores condições de vida, ficando, apenas, os mais idosos, que passam os dias no café, onde se encontram para conversar e jogar cartas. “Quando entrei para a Junta, há 14 anos, havia cerca de 200 eleitores. Hoje restam, apenas, cerca de 80”, constata o presidente da Junta de Freguesia de Lodões, Antero Fins.
Quem resiste em Lodões vive, essencialmente, da agricultura e das pequenas reformas, dado que a maioria da população tem mais de 65 anos.
“É uma zona muito fértil, mas a maioria cultiva só para comer, devido ao peso da idade. Mesmo assim, é uma zona rica em azeite, vinho, amêndoa, árvores de fruto e hortaliça”, afirma Antero Fins.
A pacatez vivida durante a maior parte do ano é quebrada no Verão, altura em que os emigrantes regressam à terra natal para matar saudades. “Quando vêm os emigrantes a população triplica. Há mais movimento”, realça o presidente da Junta.
Mesmo assim, as festas em honra do padroeiro S. Tiago e em honra de Nossa Senhora do Rosário deixaram de se realizar, tal como os jogos do fito que reuniam um grande número de pessoas aos fins-de-semana. “ É pena perderem-se as tradições”, lamenta Maria Queijo.