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300 mil castanheiros doentes em Trás-os-Montes

Qui, 15/11/2012 - 09:17


Mais de 300 mil castanheiros na região de Trás-os-Montes, o que corresponde a cerca de 10 por cento das plantações, estão afectados com as doenças da tinta e do cancro.

Este problema tem vindo a ganhar dimensão e a investigação até já encontrou uma solução para o cancro do castanheiro. Eugénia Gouveia, professora e investigadora no Instituto Politécnico de Bragança, conta que já há um método pronto para implementar no terreno.
“É um processo natural, porque ele apareceu primeiro nos castanheiros e os investigadores é que verificaram que de facto estava ali uma maneira de combater o cancro. No fundo é produzir essas estirpes, que impedem que o fungo seja tão virulento no castanheiro, e como não é tão virulento o castanheiro consegue defender-se, a árvore consegue recuperar e está resolvido o problema”, realça a investigadora.
Este é o trabalho que foi desenvolvido enquanto havia dinheiro, visto que, segundo a investigadora, no caso do cancro os projectos deixaram de ser financiados. “ Não tivemos possibilidade de levar mais longe este conhecimento”, lamenta Eugénia Gouveia.
Para fazer chegar os resultados de laboratório aos agricultores da região também é preciso financiamento.
“Estamos a trabalhar para concorrer aos projectos, porque é evidente que a investigação faz-se com dinheiro, que tem que vir dos projectos financiados. Estamos de facto nessa fase e o objectivo é levar isto para o campo e que seja aplicado pelo maior número de produtores. Esperemos que seja considerado um trabalho importante, para que possa ser financiado”, sublinha Eugénia Gouveia.

Soutos ao serviço
da investigação
Entretanto a Sortegel, que produz e transforma castanha, já pôs os seus soutos ao serviço da investigação. António Borges, responsável pela gestão dos soutos da Sortegel, garante que o objectivo é ajudar os produtores a produzirem mais e melhor castanha.
“Nada melhor para um investigador, para uma instituição, como a Escola Superior Agrária de Bragança, ter um local onde possa estender a sua investigação e essa é a área técnica que a Sortegel está a desenvolver, para depois divulgar os resultados aos produtores. Estamos numa nova fase, a fase da gestão adequada dos soutos em termos fitossanitários”, enaltece o responsável.
Para os agricultores, o Ministério da Agricultura também devia ter um papel mais activo no combate às doenças do castanheiro. Manuel Fortes, produtor de castanha na freguesia do Parâmio, em Bragança, defende a criação de brigadas de intervenção.
“Isto teria que ser uma intervenção através do Ministério da Agricultura, em que os produtores que não tratassem dos soutos haver brigadas de intervenção, ou através das brigadas florestais notificar as pessoas, para que nos casos em que os proprietários não tratam, que alguém trate. Porque isto só vai lá com organização e se todos colaborarem”, realça o agricultor.
Em plena campanha da apanha da castanha na região investigadores e produtores debateram estas questões, na passada quarta-feira, no programa “Estado da Região”, na rádio Brigantia.