Arqueologia na ordem do dia

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Ter, 31/01/2006 - 16:02


Os recursos arqueológicos e o desenvolvimento arqueológico foram o mote para os colóquios que se realizaram este fim-de-semana na Quinta do Barracão da Vilariça.

Inserido no plano de actividades de animação turística da unidade para este ano, o ciclo de colóquios contou com a participação de especialistas nos temas abordados.
Na passada sexta-feira, o painel incidiu sobre o “Guia Transfronteiriço de Arte Rupestre”, apresentado por Mila de Abreu, docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). O guia e, respectiva página da Internet, encontram-se já em fase final de preparação, pelo que, a responsável decidiu avançar com a divulgação e apresentação do resultado do esforço conjunto da UTAD e da Universidade de Salamanca.
No âmbito do programa Interreg III A, o projecto ibérico, denominado Douro/Duero, consiste na descrição dos sítios mais importantes, desde Vila Real até à cidade Rodrigo, em Espanha. Ao todo são enumeradas 22 paragens de arte rupestre, 16 portuguesas e seis do lado espanhol.
O guia é destinado, sobretudo, a visitantes com algum nível cultural, uma vez que, “a arte rupestre não é entendida por todos”, referiu a docente. No entanto, também não foi elaborado para especialistas, dado que foi escrito para qualquer pessoa que se interesse pelo tema e que o compreenda minimamente.

Arqueologia para desenvolver a região

A arqueologia esteve em discussão no passado sábado. Cláudio Torres, arqueólogo em Mértola, apresentou um painel onde o tema incidiu sobre o desenvolvimento da região e a arqueologia. Segundo o especialista, é preciso encarar a arqueologia como um mecanismo de desenvolvimento interno”.
O drama destes territórios, contudo, é o despovoamento e, na óptica do arqueólogo, “os primeiros a abandonar estas regiões são os intelectuais, pelo que é necessário estimulá-los através da história”.
Além do incentivo à fixação de mais pessoas no interior, a promoção da arqueologia também visa promover o turismo na região. “Há cada vez mais pessoas a fugir do turismo de praia e a darem preferência a paisagens e a sítios únicos”, esclarece Cláudio Torres.