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Burros “chumbam” dentes

Ter, 27/02/2007 - 10:30


Cerca de 500 burros já foram, nos últimos seis meses, examinados por três veterinários.

Em colaboração com a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPAG), estes voluntários estão a desenvolver um trabalho inserido numa campanha de sensibilização aos proprietários, no âmbito da sanidade e bem-estar animal, com o objectivo de prolongar a esperança de vida destes animais.
No terreno, os veterinários cuidam da dentição e cascos dos burros. Em Portugal, o tratamento dos dentes dos asininos é, ainda, recente, uma vez que, não é comum ver profissionais dedicarem-se à medicina dentária virada para gado asinino e equino.
O Jornal NORDESTE acompanhou a equipa de veterinários e foi possível observar que, nas aldeias transmontanas, estes serviços no domicílio não eram uma prática comum, já que eram efectuados pelo ferrador da aldeia, uma profissão que está, actualmente, praticamente extinta.
Os burros, devido ao seu carácter dócil e fácil trato, são um auxiliar precioso nas tarefas agrícolas, principalmente em zonas onde a mão-de-obra está envelhecida. O recurso a estes animais para a realização de múltiplas tarefas é, ainda hoje, um acto comum, pelo que é necessário manter este património genético saudável.

Anualmente desaparecem cerca de 50 fêmeas na região, o que empobrece o efectivo

“É muito importante fazer o acompanhamento veterinário dos animais, para se manter o efectivo existente desta raça em vias de extinção”, explicou ao Jornal NORDESTE, o secretário técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa.
Nos últimos quatro anos, o número de fêmeas reprodutoras tem diminuído drasticamente, fruto do envelhecimento do efectivo e da população agrícola de Trás-os-Montes. Assim, a AEPGA estima que, anualmente, desapareçam cerca de 150 fêmeas do efectivo da região.
“Esta situação obriga-nos a tomar medidas profiláticas com vista à manutenção da raça asinina, pelo que esta campanha é o início de outras iniciativas viradas para a sanidade animal de forma a preservar a espécie”, relembra Miguel Nóvoa.
O preço de uma consulta varia entre os 10 e os 20 euros, no entanto, os responsáveis pela AEPGA defendem que o Ministério da Agricultura deveria criar condições para a fixação de um veterinário que se dedicasse em exclusivo ao tratamento destes animais.