Feira da Caça internacionaliza-se

PUB.

Ter, 31/01/2006 - 16:03


Festa, feira e caça marcaram a 10ª edição da Feira da Caça, que decorreu entre a passada quinta-feira e anteontem, em Macedo de Cavaleiros.

Com uma maior dimensão do que nos anos anteriores e mais internacional, o certame reuniu caçadores, instituições e operadores privados ligados à caça e ao Mundo Rural, que, este ano, contaram com um reforço da área coberta.
A forte presença de representantes galegos neste evento ligado à caça foi salientada na mensagem do presidente da Federação Galega de Caça, que apresentou o livro oficial do evento. A obra representa a tentativa, por parte da organização, de estender o certame ao exterior, uma opinião corroborada pelo presidente da Federação de Caçadores da 1ª Região Cinegética (FACIRC), Castanheira Pinto.
A inauguração oficial do evento, em dia de debate mensal na Assembleia da República, contou com a presença de várias individualidades políticas do contexto regional, nomeadamente o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e Florestas, Rui Nobre Gonçalves, bem como alguns representantes do mundo da caça da Galiza e de Castela e Leão.
Na abertura do evento, Castanheira Pinto, aproveitando a presença do membro do Governo, afirmou que, estando já uma parte do território ordenado em termos de caça, é necessário dar o próximo passo para o desenvolvimento da cinegética na região. O representante da FACIRC teceu duras críticas à Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF) afirmando mesmo que “é preciso limpar aquele serviço do Ministério da Agricultura”.

Território de caça livre
com os dias contados

Segundo Castanheira Pinto, a actuação da DGRF é responsável pela falta de evolução em diversas matérias relacionadas com a caça, salientando o exemplo da não introdução do o corço em território transmontano. “Esta espécie está definida geneticamente há dois anos, no entanto devido à acção, ou falta dela, por parte da DGRF ainda não se introduziu o animal na região, que tem aqui condições de excelência para a sua nidificação”, acrescentou o responsável.
O secretário de estado do Desenvolvimento Rural e Florestas disse que o Ministério da Agricultura dá especial importância à pasta do desenvolvimento rural, pelo que na definição das prioridades e programas de apoio para o próximo Quadro Comunitário de Apoio, “o Governo não vai olhar para o País como se fosse todo igual, distinguindo os problemas do litoral e do interior”.
Sobre a caça, o governante referiu a necessidade de ordenar, salientando que a meta, até ao final do mandato, é ter toda a área do País sem terreno livre para caçar (está ordenado 85% do território), uma ideia consolidada pelos representantes dos caçadores.
À organização do evento, o membro do governo elogiou a qualidade da Feira, deixando mesmo o repto para a realização de iniciativas do género noutros pontos do País.

Festa da caça

As centenas de caçadores que se reuniram, durante o fim-de-semana, na cidade de Macedo de Cavaleiros, esgotaram a oferta hoteleira do concelho.
O mau tempo que se verificou no sábado pode ter estado na origem da diminuição do número de visitantes relativamente à edição anterior, mesmo assim o espaço encheu e as montarias foram muito concorridas.
Como é habitual realizaram-se quatro batidas ao javali nas aldeias de Ala, Quintela, Morais e Murçós, bem como a prova de Santo Humberto que, este ano, atribuiu um prémio galaico-português.
Os visitantes do recinto de exposições podiam encontrar uma variada gama de produtos ligados à temática da caça e ao desenvolvimento rural.