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Idade do Bronze moldou Vilar do Monte

Ter, 10/11/2009 - 11:35


Percorridos alguns quilómetros pelos caminhos sinuosos da serra de Bornes, envoltos em árvores de grande porte, chegamos ao miradouro de Vilar do Monte, no concelho de Macedo de Cavaleiros. Deste local, conhecido por Fraga dos Corvos, tem-se uma vista panorâmica sobre as paisagens e algumas localidades dos distritos de Bragança e Vila Real.

A abundância de rochas é a principal característica deste local, onde as escavações que estão a ser desenvolvidas pelos técnicos da Associação Terras Quentes apontam para a mais antiga área de trabalho de bronze conhecida no território português e, eventualmente, na Península Ibérica.
Este habitat antiquíssimo, que remonta à primeira Idade do Bronze, foi descoberto em 2003, na sequência de trabalhos de desmatação, que chegaram a pôr em perigo o arqueosítio e justificaram uma primeira intervenção.
Os estudos no terreno prosseguiram e foi possível identificar um povoado fortificado, de grandes dimensões, constituído por cabanas sub-circulares ou elipsoidais. Os objectos que foram encontrados no local, nomeadamente os mais de 70 pingos de fundição, indicam que uma das cabanas terá sido uma importante área de fundição da Idade do Bronze.
No local foram, ainda, recolhidos outros artefactos, como é o caso de um pendente em xisto, uma agulha e uma barrinha em bronze, fragmentos de olaria, com formas e decorações típicas do “Mundo Cogeces”, o que constitui um argumento poderoso para enquadrar este povoado num momento relativamente antigo da Primeira Idade do Bronze.

Casa de grandes dimensões com brasão e mata com diversas espécies botânicas são a herança deixada pelos Jesuítas em Vilar do Monte

A Fraga dos Corvos é, para a população de Vilar do Monte, o local onde terá nascido a aldeia. A movimentação dos técnicos que estão a fazer as escavações não passa despercebida aos populares, que dizem que já há vestígios encontrados no arqueosítio na sala de Arqueologia do Museu Municipal de Macedo de Cavaleiros, instalado no Complexo do Parque Natureza do Azibo.
A história desta terra não está confinada ao povoado descoberto na Fraga dos Corvos. Por aqui também terão passado os Jesuítas, que deixaram vestígios que resistem ao passar dos anos. As ruínas da Casa do Colégio dos Jesuítas são um atractivo para quem visita Vilar do Monte. A entrada imponente personifica a grandeza da obra, que, segundo os populares, abrangia toda a área até à igreja matriz, que, pela sua antiguidade, também deverá ter ligações aos Jesuítas.
Entre o património de Vilar do Monte destaque, ainda, para a mata e conjunto botânico que lhe está associado, que, a par da biodiversidade, conta, ainda, com alguns exemplares exóticos, que a população diz que terão sido trazidos pelos Jesuítas.
Recuando no tempo, a antiga freguesia de S. Martinho de Vilar do Monte pertenceu ao concelho de Chacim, extinto em 1853, tendo passado, posteriormente, para a comarca do concelho de Macedo de Cavaleiros.
Actualmente, Vilar do Monte beneficia da proximidade à sede de concelho, visto que há alguns habitantes que trabalham em Macedo, ao passo que a população mais idosa se dedica à agricultura, predominando a produção de azeite.