Ter, 11/12/2007 - 11:11
Rosário Diegues e a colega de atelier fizeram a primeira máscara em 2002, a pedido de uma cliente. A partir daí, decidiram moldar este objecto em maiores quantidades e em diversos tamanhos. “As nossas máscaras são feitas em barro. Depois de moldadas são pintadas, o que lhe dá uma nova vida. Os tamanhos são vários, desde a máscara normal, que é usada, maioritariamente, para decoração, às miniaturas dos porta-chaves”, explica Rosário Diegues.
O peso do barro faz com que os disfarces concebidos por estas artesãs não sejam utilizados pelos grupos de caretos da região. No entanto, são objectos procurados por coleccionadores e turistas que se deslocam de diversos pontos do País. “Têm tido uma boa aceitação no mercado”, acrescenta.
Esculpir a madeira é o trabalho de Amável Antão, um artesão que começou a fazer máscaras por mera curiosidade. “Tudo começou com uma brincadeira. Correu bem e nunca mais parei”, refere, com um sorriso no rosto.
As máscaras são muito procuradas pelos turistas que querem levar uma recordação para casa
Desde o castanheiro ao negrilho, são muitos os tipos de madeira que o artesão esculpe, dias a fio, para conseguir satisfazer as encomendas. “Vendo máscaras para vários sítios, desde Brasil, Espanha ou Lisboa. Os turistas compram muito”, garante.
Apesar de serem peças destinadas aos caretos, Amável Antão afirma que a maioria das pessoas usa-as para decorar a casa. “Quem dá 90 ou 100 euros por uma máscara é para ter uma relíquia em casa. Mas ainda há aldeias, nomeadamente no concelho de Vinhais, onde os caretos utilizam disfarces em madeira”, salienta o artesão.
Aliás, a maioria dos caretos tapa a cara com máscaras feitas de lata, visto que é um material mais leve para quem percorre as várias ruas das aldeias, espalhando o medo e chocalhando a população.
E foi para satisfazer as necessidades do grupo de caretos de Podence que José Alves começou a fazer máscaras em chapa. “Há cerca de 10 anos, tínhamos uma grande viagem marcada à Disneylândia (Paris) e faltavam disfarces para toda a gente”, recorda.
Este ano, a Mascararte conta, igualmente, com a presença das cores das caretas de Cazumbá, que vieram do lado de lá do Atlântico. Abel Teixeira, natural do Maranhão (Brasil), afirma que faz disfarces há mais de 50 anos, que são utilizados na brincadeira “Bumba-meu-boi”, um ritual festejado no mês de Junho em diversos estados do Brasil.
As semelhanças entre máscaras portuguesas e brasileiras são muitas, nomeadamente ao nível do material usado para a sua criação. “Utilizo madeira e tecido de várias cores”, revela o artesão.