Ter, 07/01/2020 - 12:18
Em Macedo de Cavaleiros, na quinta-feira, Rui Rio, numa reunião com militantes, em campanha para as eleições internas do partido, do próximo dia 11, disse que essa consonância se deve ao facto de terem sido apontados defeitos à governação do Partido Socialista, sobretudo no que diz respeito à degradação de serviços públicos, nomeadamente ao nível da saúde e segurança. “Faço uma leitura que é muito próxima daquilo que tem sido o discurso que o PSD tem feito”, disse o candidato a novo mandato à frente do PSD. Rui Rio salientou ainda que foi pedido que a oposição seja forte. “Nós estamos aqui para ser fortes, não para ser fracos”, frisou. “Acho que o interesse nacional tem que estar à frente do interesse dos partidos e, nesse sentido, sempre que houver essa necessidade, os partidos devem procurar entender-se em nome de Portugal”, acrescentou ainda.
Em condições de governar em 2021
Rui Rio disse ainda, em Macedo de Cavaleiros, estar em condições de governar a partir de 2021. Questionado sobre o porquê de não estar preparado já, o líder afirmou que “não seria bom para o país”, depois das eleições de 6 de Outubro ter, novamente, eleições a 6 de Fevereiro ou Março. “Se me estou a candidatar a um mandato de dois anos, obviamente que, durante estes dois anos, o PSD tem que se preparar ainda melhor para governar”, justificou. Para o actual líderlaranja, há ainda a “consciência” de que, no actual sistema partidário, é “relativamente difícil”, a qualquer partido, ter uma “maioria absoluta”.
Rio acredita que ganhará à primeira volta
Rui Rio diz-se convencido de que sairá vitorioso das eleições internas na primeira volta, no sábado, mas que o seu “convencimento” pouco interessa já que “os militantes é que vão votar e é que vão dizer como é que é”. Presidenciais não integram moção Na moção de Rio, tornada pública quinta-feira, e que será apresentada amanhã, em Lisboa, não é feita referência às presidenciais. O líder diz que “é de propósito” porque “nestas eleições não são os partidos que indicam candidatos, são os candidatos que se propõem e depois os partidos apoiam ou não”. Ciente de que o que está em cima da mesa é a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio explicou que é preciso “respeitar” o timming do actual chefe de Estado, já que ele mesmo o pediu. Quanto à moção, Rui Rio explicou ainda que a mensagem que quer passar é a que tem vindo a defender e que passa pelas prioridades do PSD para os próximos dois anos, que tem a ver com a “abertura do partido à sociedade” e com a forma como deve fazer oposição ao PS. Ainda assim, Rio avançou que a moção é muito mais vasta, pois aborda muitas outras questões, como as prioridades do partido para Portugal que, por contraponto ao actual governo do PS, têm a ver com a quantidade e qualidade do investimento público, baixar a carga fiscal, melhoria dos serviços públicos e alguns aspectos que são “objectivos comuns” a outros partidos, como a natalidade e o ambiente.
Militantes cansados
Em Macedo de Cavaleiros, Rio explicou ainda que tem sentido apoio e que “as salas têm estado com muita gente”, sendo que “há entusiasmo”, mas há algum “cansaço” por parte dos militantes porque têm vindo a ser chamados a vários actos eleitorais. “É evidente que em todas as candidaturas há algum cansaço”, disse o líder do partido, que acredita ainda que “politicamente correcto é dizer que há uma mobilização brutal” mas que prefere optar pela “realidade”.
Miguel Pinto Luz optimista para as eleições internas no PSD
Também esteve em Macedo de Cavaleiros o candidato Miguel Pinto Luz. Na recta final para as eleições internas do partido disse estar optimista, apesar de o Partido Social Democrata estar a atravessar “uma realidade difícil”. “É com enorme expectativa e enorme optimismo que encaro esta última semana de campanha. Esse optimismo vem da energia que me foi transmitida por milhares de militantes com quem eu estive e ouvi”, disse.
Candidatura “sinalizadora de vivacidade”
Ainda que tenha começado a sua candidatura mais tarde que os outros candidatos, Rui Rio e Luís Montenegro, Miguel Pinto Luz defende que o partido precisa de rostos novos e acredita que a sua candidatura veio trazer “vivacidade” ao PSD. O candidato realçou ainda que a sua candidatura revela que apesar de as pessoas não se mostrarem e não estarem “na primeira linha do combate”, têm muita “vontade de aparecer”. “É isso que esta candidatura tem demonstrado de uma forma muito clara”, frisou. Quando questionado se pode vir a ganhar à primeira volta as eleições, respondeu que não é isso que o “move”, mas salientou que é “merecedor da confiança dos militantes no próximo dia 11”. Caso não vença, referiu que não apoiará nenhum dos outros candidatos na segunda volta.
Contra o Orçamento de Estado
Em relação ao Orçamento de Estado para este ano, Miguel Pinto Luz disse não ser a favor. “O voto contra é o único voto possível do PSD perante este orçamento, que está em linha com os últimos quatro orçamentos pelo Partido Socialista”, sublinhou. O candidato disse ainda que lhe pareceu “razoável” a atitude do Partido Socialista não ter negociado com o Partido Social Democrata sobre o Orçamento de Estado. “Eu sempre disse que este partido é o Partido Socialista mais radicalizado de que há memória e, portanto, eu não tinha qualquer tipo de esperança que houvesse qualquer tipo de movimento no sentido de aproximação”, sublinhou Miguel Pinto Luz, dizendo que não vê o PS actualmente como um partido “sério” e “credível”, mas antes um partido que “estagnou”, “cristalizou” e se “radicalizou à esquerda”. “Isto preocupa a democracia, mas deve dar energia ao PSD para crescer novamente e ser um partido maioritário para governar o país”, acrescentou.