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Aumento brusco dos preços dos produtos agrícolas põe em causa actividade dos pequenos agricultores

Ter, 30/11/2021 - 11:03


o. Alguns já estão a deixar de produzir determinados produtos, porque o preço dos adubos quase triplicou. É o caso de Joaquim Pereira, da localidade de França, concelho de Bragança. O agricultor tem uma criação de gado e costuma plantar batatas, feijões e cereais, como milho e centeio.

Uni-vos, mulheres!

Bons dias! Espero que estas palavras vos encontrem de bom ânimo nesta época sempre singular para o Nordeste, abundante em ouriços, castanhas e magustos, “rebulhana, subaldana, sobre quantos?” Ainda se faz esta espécie de jogo da moeda em que um dos jogadores lança essa pergunta e o outro tem de adivinhar quantos bilhós tem na mão? Se acertar fica com elas, se não, tem de lhe dar outras tantas castanhas assadas. Castanha, uma palavra do género feminino devido a esta aleatoriedade masculino-feminina que tocou os vocábulos das línguas latinas. Hoje venho falar-vos precisamente do género feminino, das suas qualidades e da sua grande e principal limitação. Tendo em conta o meu percurso profissional (e paternal) tenho algumas coisas a concluir sobre a condição feminina. Quando estava a iniciar a vida laboral, lembro-me de um primeiro dia de aulas de um ido ano letivo em que, ao intervalo, dei uma mirada pela janela aos estudantes adolescentes que se reuniam lá em baixo. Nessa manhã tinham sido feitas as apresentações para desanuviar mútuos desconhecimentos. Foi interessante reparar que, embora não se conhecessem previamente, os rapazes estivessem todos reunidos num grande grupo, ao passo que as raparigas estavam já apartadas em cada canto, formando quatro ou cinco pequenas e fechadas comunidades. Ainda guardo essa memória com incredulidade pela forma como as mulheres revelam esse instinto quase inato ou automático de se identificarem com algumas das suas pares e desconsiderarem outras quase visceralmente. Desde esse primeiro dia que o professor podia identificar com clareza distanciamento e incompatibilidade entre as mulheres. Creio que para um homem é difícil de perceber como essas divergências são adquiridas e praticadas de forma quase espontânea tendo em conta que não conhecem das outras mais do que uma primeira e imprecisa impressão. Será a forma de falar, de entrejeitar, de vestir? É um mistério da humanidade feminina que parece tão congénito que nem sei se as próprias conseguirão decifrá-lo, explicá-lo, torná-lo inteligível. Mas quiçá devessem tentar fazê-lo para o seu próprio bem. Só em Portugal temos desde há décadas mais mulheres a concluir os estudos superiores que os homens (ver Pordata) e também mais mulheres no meio universitário ou a produzir ciência. São tão ou talvez até mais capazes num mundo em que a faca e o queijo estão desde o princípio dos tempos na mão do homem. Mas à mulher parece faltar sempre alguma coisa, quiçá o mais importante para que possa assumir, equilibrar, inverter. Outra sociológica observação e conclusão foi retirada aqui na China no ano passado quando estava a lecionar a crianças da pré-primária. É interessante reparar que as meninas nessas idades são incomparavelmente mais perspicazes, com mais rapidez de raciocínio e uma capacidade de aprendizagem e compreensão muito mais desenvolvida. As diferenças são tão grandes nessas idades que eles parecem uns abrutalhados e meio pré-históricos seres ao pé delas. Isto pode ser apenas impressão minha, uma inferência empírica e equivocada. É somente a minha opinião, mas as mulheres parecem demonstrar desde cedo uma capacidade de aprender e de entender o mundo muito mais robusta e apurada. Contudo, a recorrente segregação é também facilmente reconhecível, os grupinhos, o diz-que-disse, a tendência separatista. Com base na minha observação, este sugere ser um fenómeno global, mundial, inerente à condição feminina. Sobre a minha filha, que tem os seus dias mas nem é má criança, não tenho propriamente um termo de comparação. Mas consigo com relativa facilidade antever já aos oito anos algumas divergências quando por vezes traz para casa as intrigazinhas com as amigas “porque fulana hoje não falou comigo, porque beltrana isto e aquilo”. Por um lado, eu sei (e digo-lhe) que tudo passa e amanhã umas e outras já estarão sem os azeites, mas por outro sei (e às vezes também lhe digo) que é uma condição meio crónica na forma de se ser e de se crescer mulher. Haverá exceções certamente, tal como há mulheres que, por estes motivos, preferem relacionar-se com os pares masculinos. Mas este último comportamento não combate o problema na raiz, esta fuga para o outro lado, menos dado a estes intricados enredos, talvez favoreça quem opte por esta via, mas não resolve o problema de fundo. Mas, pergunto-me, será que é realmente um problema que tem de ser abordado ou resolvido? Será que há, fora de brincadeiras, um certo inatismo ou natural propensão para este comportamento? Não sei. Nem me compete a mim preocupar-me com estas coisas, afinal até posso assobiar para o lado e dizer “elas que se entendam”. Temos a tradição dominante (de domus, senhor = homem), ou o mito da força física que historicamente pendem para o lado masculino, mas tanto um como outro já não são o que eram, não são já exclusivos de um género. A premente e primeira questão que se deve colocar para a afirmação das mulheres, de modo a fazer ruir o domínio sedimentado é combaterem e destruírem o seu inato ou inconsciente instinto para a segregação, para a divisão, para se medirem e identificarem automaticamente com umas mulheres, excluindo outras de forma impassível e irrevogável. Se o género masculino fomenta essa segregação feminina? Francamente, pelo menos nas sociedades desenvolvidas que advogam a paridade, não me parece. Está nas vossas mãos mudarem este encrostado e paradoxal paradigma. As lutas continuam, continuam sempre e são muitas, mas tem de haver espírito de equipa, caso contrário facilitam o jogo ao género masculino, marcam auto- -golos, entregam o resultado de bandeja. Sem olhares reprovadores nem comentários depreciativos, de uma vez por todas e por todo o mundo: uni-vos, mulheres!

Vendavais- E o inferno aqui a lado

Parece que o destino nos lidera até ao fim dos nossos dias. Há quem não acredite neste fatalismo provinciano e opte por dar à vontade alheia e à sorte essa liderança da vida de cada um. Será assim ou não, mas a verdade é que tudo o que acontece tem uma causa e às vezes também tem explicação. Sim, porque muitas vezes não conseguimos explicar o porquê das coisas acontecerem. Vivemos num mundo a desfazer-se, a decompor-se, a desmoronar-se e todos sabemos disso, mas não conseguimos impedir que isso aconteça, ou porque os que podem não querem e os que querem não podem. Um dilema atroz que nos empurra cada vez mais para o abismo. Se dermos mais um passo em frente, caímos. O pior de tudo é que as vontades de uns não se identificam com as vontades dos outros, ainda que esses outros estejam mais certos ou pelo menos aparentem ter mais razão ao defender determinadas atitudes. Procuremos a razoabilidade das coisas e tomemos atitudes mais consentâneas com a realidade que vivemos e talvez este mundo em pedaços volte a unir-se e possamos voltar a poder olharmo-nos de frente e sem receios. Seria bom. Efetivamente, tudo seria diferente se tal acontecesse. Há já dois anos que rodopiamos em volta do receio de um vírus que por sua vez se vai transformando fugindo ao combate que a ciência lhe vai fazendo e quando se pensava que tudo estava a correr bem, eis que ele se volta a transformar pondo a comunidade científica e mundial novamente em sobressalto. Num ápice, o abismo volta a estar cada vez mais próximo. Ainda o anterior Delta se tentava debelar, mesmo contra a vontade dos negacionistas que não sabem avaliar exatamente o valor da vida e do próximo, e já temos nova preocupação. Países como a Áustria, a França, a Eslováquia e até a Alemanha, estão a braços a lutar para conter o avanço extraordinário do Covid19 – Delta, levando a Europa a ter de tomar precauções redobradas e a confinar novamente algumas cidades. Esta situação começava a estar longe das lucubrações dos mais ousados, mas é uma realidade, talvez porque a capacidade de vacinação é pouca ou porque a juventude que pensa que as adversidades só acontecem aos outros, jamais os apanharão. Enganam-se. Vive- -se um verdadeiro inferno na Europa central e de leste. São milhares a serem contagiados diariamente e os óbitos sobem cada vez mais ultrapassando os de há um ano atrás. O medo está a alastrar e a insegurança é cada vez maior. Portugal que pensava igualmente que se estava a debelar o perigo e se ultrapassava a situação caótica que se tinha vivido no Natal passado, treme agora perante um ressurgimento inesperado, ou talvez não, do número de casos que estão a surgir. Tem valido termos mais de 87 por cento da população vacinada o que incute alguma segurança acrescida, mas não total. Novamente, vemos que está na camada mais jovem o alastrar da pandemia. Isto deve-se obviamente, a uma certa irreverência e falta de responsabilidade que tem caracterizado a juventude. O abuso das liberdades e a vontade de recuperar o tempo perdido, leva-os a um comportamento irresponsável e demasiado perigoso. Por enquanto, ainda podem ir às discotecas, mas até quando? Cabe-lhes determinar a data do seu próprio impedimento. O aproximar da época natalícia e da confraternização familiar, é um momento igualmente perigoso e por isso terá de estar sujeito a uma certa contenção nos festejos. Família é família, mas se a queremos ter sempre perto de nós, temos de a saber preservar. Já todos pensávamos num Natal igual a muitos outros de há uns anos atrás, mas a cortina que se está a levantar, corre célere e temos de esperar pelo inesperado. Oxalá não aconteça. O melhor é não descurar as possibilidades perante a nova estirpe que chega à Europa vinda da África do Sul e cujas referências ainda estão por decifrar. Meio incógnita, parece trazer sinal de morte e de rápido contágio. Novamente o Inferno aqui ao lado. Fronteiras fechadas, testes obrigatórios, aceleração da vacinação, teletrabalho obrigatório, aulas adiadas, escolas fechadas, hospitais a rebentar pelas costuras e falta de pessoal médico. Pior Inferno não há. Esta nova variante ainda não chegou ao nosso país, mas não demorará muito. Se acontecer, todos corremos o risco de viver mais um Natal e um Fim de Ano, que não queremos, e não desejamos, porque ninguém quer viver num Inferno deste tamanho, se é que o Inferno tem tamanho. Deus nos livre de tal coisa.

A vitória da arraia-miúda

Todos os cidadãos ganhavam (ganham) em ler as inolvidáveis crónicas de Fernão Lopes. Os elementos da classe política além de ganharem culturalmente, também arrecadavam sageza ao perceberem quão importante foi o papel da arraia- -miúda na porfiada defesa da nossa independência ao ser o pilar da Revolução de 1383- 85, a qual foi apelidada de crise nos meios da historiografia do Estado Novo. Feita esta referência à qual a Escola, apagada atenção lhe concede, duvido que os responsáveis do Ministério tenham recreado o espírito deleitando-se na leitura das referidas crónicas, estabeleço um paralelismo entre o espírito pragmático e lutador do povo a enxotar a barregã Leonor Teles e o espinhoso triunfo de Rui Rio no embate contra Paulo Rangel no sábado dia 27 de Novembro do ano em curso, Porquê? Porque condes, Duques, Marqueses, Barões, Viscondes, Escudeiros, Pajens e Açafatas do reino laranjinhas (entenda-se PSD) por pensamentos, palavras salivadas nos órgãos de comunicação social, e obras aparelhadas nas cadeias das confrarias do badalo, tudo tentaram e fizeram no objectivo de catapultarem Paulo Rangel para o colocarem à frente do destino do Partido saboreando antecipadamente os virtuais pastéis de nata (lugares nas listas de deputados e demais prebendas do aparelho de Estado) porque a melhor «manjedoura» é a do Orçamento pago por todos os contribuintes. O povo miúdo menos pobre e esfaimado da época dos pés descalços (patas ao léu, da Patuleia), no entanto, compungidos e a roerem insatisfações ante o descalabro do País, afogado em escândalos financeiros e militares, a braços com a pandemia, os militantes sem rosto do PSD intuirão quão necessário era aproveitarem o ensejo de tentarem derrotar os socialista no poder há muito tempo, daí responderem à chamada eleitoral de 30 de Janeiro de 2022, escolhendo um líder sem os denominados rabos-de-palha, autarca experimentado, capaz de responder «senão não» a garrotes de interesses, amiguismos e companhia limitada. Bem sei, muitos dos acerados críticos do ora reeleito primeiro responsável do rincão laranja, em virtude de serem adesivo até à medula não conseguem resistir ao apelo videirinho dos sempre em pé, tal qual os teimosos da minha infância. Como tem acontecido até agora, Rio terá de continuar a enxotá-los sem contemplações e comoções. Nesta campanha ouvi alguns barões a descarregarem fúrias, sarcasmos e ironias sobre os ombros do vencedor da contenda, dado lhes conhecer o historial apenas escrevo: como é possível? É, a ambição desmedida leva ao ensandecimento!