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Zoelae Trail conta com mais de 400 participantes na “Tribo à Reconquista”

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Ter, 07/08/2018 - 17:22


A segunda edição do Zoelae Trail conta com 450 atletas portugueses e estrangeiros. Este ano com o slogan “Tribo à Reconquista”, a organização apostou na divulgação além-fronteiras e traz à capital de distrito atletas oriundos de Espanha, França e Suíça.

Apoiar a educação é seguir na direção certa

O  direito à educação é um dos direitos consagrados na Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia (UE). Uma educação adequada é capital para a realização do potencial humano, para o desenvolvimento social e mesmo para a construção da paz.
Na UE, a educação é uma prioridade todos os dias. Programas como o Erasmus+, uma das mais bem-sucedidas concretizações desta união de países, mostram isso mesmo. Mas esta é uma área em que todos temos um papel, que começa na educação a dar às crianças de hoje: quanto mais apostarmos nas crianças de hoje mais estaremos a apostar no futuro e num desenvolvimento sustentado.
Infelizmente, em muitos países o direito à educação continua a ser negado a milhões de crianças. Segundo a UNICEF, 75 milhões de crianças são privadas do direito à educação por causa de emergências. 50 % das crianças refugiadas e 77 % dos adolescentes não têm a possibilidade de ter aulas.
Dando um contributo para enfrentar estas situações, a Comissão Europeia adotou, em maio, um novo quadro estratégico que vai permitir um aumento do financiamento humanitário: a partir de 2019, 10% do orçamento total da ajuda humanitária vai destinar-se à educação em situações de emergência. Este montante vai destinar-se a programas como aquele que a UE tem, atualmente, na Turquia e que, por si só, já assegurou a escolarização de 290 mil crianças refugiadas.
Orgulha-nos saber que a União Europeia é a atual líder mundial no que diz respeito à reintegração de crianças na escola, mas estes resultados só são possíveis graças à nossa presença no terreno, um pouco por todo o mundo, como por exemplo, em Bogotá (Colômbia), Cairo (Egito), Dakar (Senegal), Nova Deli (Índia), ou até Bangkok (Tailândia). 
Mas as instituições europeias – e a Comissão - não trabalham sozinhas. Precisamos dos Estados-Membros e de parceiros competentes e tão dedicados às causas quanto nós: para além de 12 delegações regionais, é fundamental o envolvimento de 150 peritos humanitários internacionais, de 315 funcionários nacionais e de 48 escritórios no terreno em mais de 40 países.
Mas é também fundamental a associação a parceiros humanitários como a UNICEF ou o Corpo Médico Internacional, sem esquecer iniciativas como a Plataforma Global para Estudantes Sírios, presidida pelo antigo Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio: esta plataforma, apoiada em vários parceiros, tem uma taxa de sucesso de cerca de 99%, tendo já acolhido até maio deste ano 119 estudantes sírios. Destes estudantes, 47 já acabaram o curso superior com as bolsas atribuídas e muitos já arranjaram emprego. Outros, depois de terem concluído os seus cursos, estão já a fazer doutoramentos. 

Sofia Colares Alves
Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal

Encontro privado (das 9 às 10)

Tu e eu, aqui,sozinhos
Sem amigos, sem vizinhos,
Com a nudez deste chão
Em que assenta o teu caixão.

Da cátedra que foi tua,
A cadeira verde e fria,
Que ora observo nua
Nesta hora está vazia.

É hora de solidão,
(de soledade, dizias),
É hora de gratidão
Que ressurge nestes dias.

É a hora do tumbeiro
Que te virá sepultar,
Se por ti passou primeiro,
É hora de eu meditar.

Porque hora de passagem,
Desta para outra vida,
Rendo minha homenagem
Desde sempre merecida.

Mais um pouco e estaremos
No lugar p’ra onde vamos,
É a certeza que temos
Passados que são os anos.
Até logo...

Bragança, 30 de Julho de 2018.

Abílio A. Rodrigues

O ARMAGEDÃO (E a Nova Arca de Noé)

“Depois vi a Besta e os reis da Terra com os seus exércitos reunidos para dar combate ao que estava sentado sobre o cavalo e ao seu exército”... “E todas as aves se fartaram com as suas carnes”
Apocalipse 19:19-21 

Há certos paradoxos que assumimos como axiomas dogmáticos, genericamente aceites e, como tal, respeitados sem que haja o cuidado de os fazer passar pela peneira da racionalidade, para não falar no crivo da ciência. Um deles passa pela credibilidade que se atribuiu às antigas previsões, provérbios e saberes. É verdade que muitos desses aforismos resistiram à erosão do tempo e passaram pelo aprimoramento da “seleção natural”, mas é igualmente verdade que o conhecimento atual é incomparavelmente superior e a sua base científica é muito mais sólida e segura. Contudo, sempre que tal se propicia, lá vem uma citação do Nostradamus, uma referência a rifão popular ou apenas a dito antigo, perpetuado de boca em boca. Estou certo que tal se deve a uma tendência natural que temos (e não só nestes casos) em sobrevalorizar as opiniões e factos que confirmam as nossas convicções e em desvalorizar todas as restantes por maiores e mais frequentes que sejam. Sempre que um acontecimento alinha com um desses prognóstico apressamos a anotar a coincidência, como reforço para a validade deste e esquecemos totalmente todos os casos em que tal não se verifica. Quando João Baptista anunciou que o Reino dos Céus estava próximo, os que o ouviram na altura supunham tratar-se de uma questão de anos; os primeiros cristãos julgaram que seria logo nos séculos seguintes; no virar do milénio, houve quem jurasse que seria esse o tempo do Fim do Mundo a que se referia o profeta e que o Apocalipse do seu homónimo prenunciava. Há quem garanta que o Julgamento que há-de finalizar a aventura humana no Universo acontecerá brevemente. A  estes junta-se a vox populi que desde pequeno me lembro de ouvir aos mais velhos que a ouviram de outros velhos a quem os mais velhos dos velhos tinham confiado: “O próximo dilúvio será de fogo”. É tempo de partilhar o temor que os olhos caldeados pelas agruras da vida me transmitiam. 
Se é de fogo o dilúvio, de que material será a Arca e quem poderá ter lugar nela?

Outro dos mitos que vai fazendo o seu caminho, nunca provada, mas também nunca desmentida, a que o passar do tempo tem conferido credibilidade, é crença numa confiança desmesurada de que, por mais desastrosa que seja a nossa atuação ecológica ou outra, o génio humano há-de, antes do cair do pano, descobrir e implementar uma solução que previna males maiores ou irremediáveis. O problema desta convicção é que por mais confirmações que tenha, nenhuma lhe confere valor perpétuo. Pelo  contrário, uma única exceção chegará para, de forma dramática, a destruir completamente!
É bom que nos disponhamos a encarar seriamente estas duas hipóteses que, infelizmente, cada vez mais se assomam no horizonte dos dias que passam: o dilúvio de fogo como peça principal do Armagedão e a incapacidade para, desta vez, haver qualquer solução milagrosa ou de última hora que o evite.
Haverá uma Arca, seguramente. Não será necessário emparelhar todos os casais de animais nem exemplares de plantas conhecidos já que um banco de genes, devidamente acondicionado será sufciente para preservar a biodiversidade! Quanto à humanidade, que não haja dúvidas: apenas os ricos e poderosos terão lugar na nave salvadora. Tal como há milhares de anos, a salvação não é universal e apenas os “escolhidos” terão o privilégio de se furtarem à destruição global. Contrariamente aquele tempo, contudo, a escolha não é divina, mas muito terrena e muito baseada na riqueza e no poder. Mas, quer uma quer outra, apenas existem e são detidas por uma elite porque lhes foram conferidas pela imensa mole humana que para ela trabalha, lhe confia o voto ou lhe garante a segurança e a poderosa perpetuação aos comandos dos instrumentos de poder.

“Aprendei, pois, a parábola da figueira. Quando já os seus ramos estão tenros e brotam folhas, sabeis que o verão está próximo” Marcos 13:28

O que os animais têm para nos dizer

Vou contar-vos uma estória muito especial. Os protagonistas são o Sampaio (como o Jorge) e o Jeremias (o fora-da-lei, como a música de outro Jorge, que se assina Palma no fim).
São dois amigos incríveis. O Sampaio é mais velho alguns meses, e isso faz toda a diferença. Ele protege o Jeremias, trata dele, deixa de comer para satisfazer o mais novo, se assim for preciso. E, não raras vezes, o Sampaio faz de almofada ao Jeremias, antes de dormirem os dois profundamente por horas e horas sem fim.
O Sampaio parece que adivinha que vos quero falar deles. Saltou para o meu colo enquanto vos escrevia, com ar de supervisor, e ficou a pedir mimos, que obedecem a regras já pré-acordados - só ao pé das orelhas e da cabeça. Entretanto, ficou preso nos fios do rato do computador, e foi embora, desnorteado. Há-de voltar, ainda antes do final do texto.
Foi o Sampaio que trouxe o Jeremias para nossa casa. O Sampaio veio sozinho, porque a casa parecia um lugar mais acolhedor do que a rua. São dois gatos pretos, o Jeremias ainda bebé.
O Sampaio era ainda muito franzinote quando começou a entrar pela janela que apanhava aberta. Aproveitava quando ninguém estava a ver. Não se deixava agarrar, mas aceitava comida de bom grado. Demorou mais de um mês até que deixasse de ser bufanito e que deixasse de fugir de manhã pela mesma janela, depois de ter dormido uma boa noite de sono no meio da roupa suja. A paciência compensou. Vieram umas festinhas modestas, até que ganhássemos a confiança do desconfiado sem-abrigo.
Já éramos amigos e já o Sampaio tinha morada fixa quando o inesperado aconteceu. O Sampaio gostava muito de andar nos telhados, e às vezes envolvia-se em lutas feias, que perdia sempre. Aliás, ainda tem uma cicatriz no nariz desses tempos, que teima em não desaparecer, como que a lembrar o sucedido, tal e qual um aviso.
Veio uma manhã em que o Sampaio bateu na janela para ir à rua muito cedo. Fartou-se de miar, pedindo que o seguíssemos. Mas como iríamos caminhar com o gato no telhado? Vieram outros gatos, maiores do que o Sampaio. Mas naquele dia, ele não teve medo. Mesmo sem corpo suficiente para enxotar os intrusos, correu destemido em direcção ao perigo, todo eriçado. E ganhou.
Mais tarde, percebemos o que ele protegia e o que o enchia de coragem. Era um pequeno Jeremias, que se abeirou da mesma janela pela qual o Sampaio tinha entrado nas nossas vidas. O Sampaio empurrou o Jeremias com o nariz para a nova casa. Ele pareceu compreender, porque deixou de oferecer resistência a ser puxado para dentro.
O Sampaio, agora gato de estimação, quis abrigar um gato de rua. Outro gato indefeso que lhe merecia muita estima. O Sampaio tem feito as vezes de mãe, de pai, de irmão. E o pequeno cresce a olhos vistos, sempre sobre o olhar protector do mais velho, companheiro (quase) incansável de tropelias e brincadeiras.
O Sampaio é um gato. É um gato preto. O Jeremias também. Dois gatos de rua que, afinal, ensinam muito sobre a vida a todos os seres humanos.