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Editorial

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Em 1971 o país vivia entre a esperança e o desânimo, enquanto pelo resto do lado ocidental do mundo se fazia a festa de todas as liberdades, apesar da cortina de ferro, do muro de Berlim, do cerco a Israel, da guerra do Vietnam e das ditaduras na América Latina e do toca e foge, irritante, um pou

De uma voragem avassaladora cremos ter encontrado refúgio na França, no domingo, ao cair do sol, com promessa de noite de esperança festiva, provavelmente de alegria sem freio, como se, mais uma vez, a madrugada já não escondesse ameaças ao futuro.

Semana da Páscoa, filas intermináveis de automóveis serpenteiam pela novíssima rede de auto-estradas, especialmente acima do Tejo, nos sentidos do quadrante norte.

Para os católicos a semana da paixão é o culminar do tempo de penitência, aparentemente de renovação, para uma festa que esperam se perpetue até às portas do gozo eterno.

Há dias claros, a anunciar o azul da plenitude, que nos fazem olhar para a vida com vontade de futuro e para esta terra com esperança, ainda.

Todos os dias nos damos conta de que o funcionamento das instituições está condicionado por interesses que não são assumidos com a necessária frontalidade, para que todos saibamos as linhas que nos cosem o presente e o futuro.

A renovação anunciada para Bragança, um investimento que atinge 25 milhões de euros, pode ficar prejudicada pela permanência de um verdadeiramente incómodo e despropositado mastodonte na Avenida João da Cruz, a fábrica de moagem que ensombra quase dois terços da extensão da via, no lado poente.

Há menos de trinta anos lamentava-se, por estas terras, a condição de centenas ou milhares de crianças e jovens que tinham que percorrer quilómetros a pé, até às estradas nacionais, para apanhar autocarros madrugadores que os levavam às sedes de concelho, para aí frequentarem as escolas preparató

Uma das razões determinantes do estado a que se chegou no nordeste transmontano é a divisão que tem campeado, décadas sucessivas, entre os protagonistas da política local, com reflexos inegáveis nas decisões nacionais.

Um jornal que sai à terça não pode alhear-se do carnaval, abanão milenar na ordem social que, em cada tempo, vai enquadrando as sociedades.

Anunciada a enésima reviravolta no funcionamento do sistema educativo, retomando a lenga-lenga da auto-aprendizagem e do império do prazer na escola, resta-nos abanar a cabeça, respirar fundo e esperar que o bom senso ainda encontre tempo e espaço no nosso futuro e, especialmente, no das próximas

Entre as aplicações do materialismo dialéctico, com resultados úteis na observação da realidade, encontramos o modelo de análise do processo de interacção entre a superestrutura político-ideológica e a realidade profunda, resistente à mudança, mas sempre em transformação imperceptível, que design