Ter, 14/11/2006 - 15:22
Ana Margarida Antunes, 23 anos, está no 3º ano do curso de Professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, mas quando chegou a Bragança já não era uma estreante nas lides académicas. Antes, tinha passado pela Universidade Fernando Pessoa - Porto e pelo Instituto Superior de Ciências Educativas - Felgueiras, instituições que lhe deram o estatuto de “Caloira Pára-quedista”, quando se sentou, pela primeira vez, numa sala de aula da ESE.
Actualmente, é presidente da Comissão de Praxe e, até Dezembro, continuará como tesoureira da respectiva Associação de Estudantes (AEESE), cargo que desempenha há cerca de dois anos.
Em 2007, se os resultados eleitorais lhe correrem de feição, será presidente da Mesa da Assembleia-Geral da AEESE, lugar que marcará mais uma etapa na sua vida associativa.
Tudo começou na Escola Secundária de Amarante, onde presidiu à Associação de Estudantes, quando ainda contava 16 anos. Já nessa altura procurava fazer valer as suas opiniões junto dos colegas, não à custa da beleza (que não lhe foi madrasta, diga-se), mas da defesa intransigente dos seus pontos de vista. “O interior e a nossa postura valem muito mais do que o exterior”, reafirma a jovem dirigente.
Hoje, procura reger-se pelos mesmos princípios, recusando-se a vergar perante o domínio dos homens nos meios associativos. “Sempre levei as minhas coisas muito a sério e acho que as mulheres conseguem fazer as coisas tão bem ou melhor que os homens”, afirma com indisfarçável pronúncia do Norte.
Em pouco mais de um mês de presidência na Comissão de Praxe, Margarida Antunes não resiste a mostrar os seus “troféus”, que faz questão de dividir com os colegas de trabalho.
Além da organização de festas temáticas e da distribuição do “Kit do Caloiro”, os novos alunos da ESSE arrecadaram o Troféu Dionísio Gonçalves, uma emblemática prova com jogos tradicionais que envolve todas as escolas do IPB. “Estou muito orgulhosa com os caloiros e da grande equipa que me ajuda, tanto na Comissão de Praxe como na Associação de Estudantes”, salienta a responsável.
Na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Mirandela, uma jovem estudante também foi escolhida para Rex, tal como na Escola de Saúde de Bragança
Aos 22 anos, Josiana Vaz acaba de fazer a sexta matrícula no ensino superior. Primeiro em Enfermagem e hoje em Análises Clínicas e Saúde Pública, curso que frequenta na Escola Superior de Saúde de Bragança.
O número de inscrições no IPB deu-lhe experiência para chegar ao cargo de “Rex”, a figura académica que faz a “ponte” entre as Comissões de Praxe e os caloiros. “Tento resolver os problemas oriundos da praxe e evitar que os caloiros sejam ofendidos na sua dignidade”, explica.
Aliás, Josiana Vaz é a primeira a dar o exemplo e a marcar a diferença com praxes que classifica de “muito soft”. “Devo ser o único Rex que nunca mandou encher nenhum caloiro. Geralmente não praxo e só estou aqui para ver e fiscalizar a praxe”, assevera.
Na ESE, Ana Margarida Antunes alinha pelo mesmo diapasão. “Quase não praxo. A minha função é mais a de manter o respeito perante os caloiros e acho que nós, as mulheres, conseguimos isso muito melhor do que os homens”. Ponto final!