Qua, 07/10/2020 - 10:19
O Centro de Investigação de Montanha vai ser responsável por, nos próximos três anos, promover o estudo dos azeites da variedade de oliveira Santulhana, que apesar de originária da região norte do distrito de Bragança, é ainda muito pouco conhecida e tem até sido algo desprezada. Este protocolo tem um valor de 60 mil euros, suportado em partes iguais pelos dois municípios ao longo de três anos. O presidente da câmara de Bragança considera que o estudo sobre esta variedade, que dá uma “azeite de grande qualidade”, se impunha, até porque “tem vindo a entrar no mercado através dos produtores locais e tem conseguido bons resultados em concursos”. Foi, assim, devido a esta “qualidade diferente” que as três entidades entenderam que “deveria ser mais explorado tudo o que tem a ver com o azeite da variedade Santulhana, para que se consiga também melhorar e conhecer melhor as características, para se poder valorizar ainda mais sob o ponto de vista económico e isso significar maior rentabilidade para os nossos produtores”, sublinhou o autarca Hernâni Dias. O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo, sublinha que esta é uma azeitona “que tem uma importância significativa, sendo provavelmente a variedade com maior implantação no nosso território”. O autarca acredita que este protocolo vai ajudar à valorização do produto e pode mesmo ser o primeiro passo para alcançar uma certificação, para “quem sabe, no futuro ter aqui uma denominação IGP ou DOP, que era extremamente importante para a valorização económica do produto, e é isso que se pretende”. O presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues, diz que já “têm vindo a ser feitos trabalhos técnicos de valorização dos azeites desta variedade” e que “há produtores que estão a fazê-lo de uma forma muito competente e com muito conhecimento”, o que tem permitido, nos últimos tempos “produzir azeites muito específicos e particulares, mas com características muito interessantes e elevada qualidade”. Mas este estudo vai permitir caracterizar os azeites da variedade santulhana, “um património genético muito interessante e com interesse económico”, passando pela “melhoria e optimização dos processos tecnológicos da produção e extracção do azeite”, definindo “como e quando se devem fazer”, investigar a melhor forma de gestão da produção, das pragas e doenças e da fertilização, processo que “exige muito conhecimento”. A assinatura do protocolo aconteceu no dia 2 de Outubro e no final teve lugar uma degustação e prova comentada de azeites da variedade Santulhana.