Brucelose nas explorações

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Qua, 03/05/2006 - 15:27


Dezenas de ovinos e caprinos contaminados com brucelose encontram-se nas explorações agrícolas, à espera que a Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes (DRATM), através dos serviços de Veterinária, efectue a recolha dos animais para abate.

Esta situação já se arrasta desde o passado mês de Janeiro, altura em que os Agrupamentos de Defesa Sanitária (ADS) efectuaram as análises àqueles pequenos ruminantes.
Após a detecção da doença, os animais deveriam ter sido recolhidos pela DRATM, para serem abatidos nos matadouros, onde são cumpridas todas as normas de segurança.
Este ano, contudo, este procedimento não decorreu dentro da normalidade, dado que os produtores continuam à espera que os ovinos e caprinos com brucelose sejam retirados das explorações.
Ao que foi possível apurar, o atraso na recolha dos animais está-se a verificar nos concelhos de Bragança e Vinhais, onde se encontram dezenas de animais, que são potenciais disseminadores da doença.

Animais infectados diminuem

Segundo o presidente da ADS e da Associação de Criadores de Gado de Bragança, Luís Afonso, “estamos perante um problema de saúde pública, visto que se trata de uma doença contagiosa, não só entre animais, como entre estes e o Homem”.
O responsável acrescenta que, para além do perigo de contágio, os criadores de gado também estão a atravessar um problema económico, uma vez que estão a alimentar animais que não dão qualquer rendimento.
Apesar do número de animais infectados ter vindo a diminuir, esta situação está a revoltar os produtores sendo, em muitos casos, motivo para o abandono da criação de gado.
“Até 2001, o número de animais infectado rondava os 3 mil, enquanto no ano passado foram detectados, apenas, 400 animais com brucelose. No entanto, os produtores estão preocupados, porque têm pequenos ruminantes com brucelose nas suas explorações”, salientou Luís Afonso.
O Jornal NORDESTE contactou os serviços de Veterinária da DRATM para obter esclarecimentos sobre o atraso no processo de abate sanitário dos pequenos ruminantes. Fonte daquele organismo informou que se trata de uma situação de carácter pontual, que estará regularizada durante as duas próximas semanas.