Casal de utentes de Macedo de Cavaleiros queixa-se de médico de família se negar a atendê-lo

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Ter, 09/11/2021 - 10:09


Maria José Caldeiras, assim como o marido, doente oncológico, de Vale Pradinhos, no concelho de Macedo de Cavaleiros, queixam-se de não serem atendidos pelo médico de família

Falam em recusa por parte do profissional de saúde. O casal viu-se obrigado a mudar de médico de família, já que o que o acompanhava, no centro de saúde local, se reformou. Contudo, dizem que o médico de família actual, para o qual mudaram há pouco tempo, no começo do mês de Julho, se recusará a atendê-los. Alegadamente, terá aceitado os utentes como pacientes, mas quando compareceram para a primeira consulta, no dia 20 de Setembro, lhes negou o atendimento. “Estivemos à espera e ninguém nos chamava. A senhora do atendimento perguntou-me se já tinha ido à enfermeira e eu respondi que não e que até estava a achar estranha a demora. Foi quando a funcionária foi tentar saber o que se passava. Quando regressou disse-me que o médico não queria ser nosso médico de família e que não nos atendia”, começou por contar Maria José Caldeiras, dizendo ainda que questionou o porquê e que lhe disseram que o médico em causa já fora médico de família dos utentes e que estes é que se tinham mudado. “Foi verdade, mudámos. Nós íamos às consultas e estava sempre de mau humor. Até que uma vez, fui a uma consulta e quando entrei no consultório perguntou- -me, em tom irónico, o que me doía naquele dia. Saí e mudei de médico, não estava para me pôr mais doente do que aquilo que estava. Isto foi há mais de 20 anos”, concluiu. Portanto, Maria José Caldeiras, o marido e duas filhas acabaram por, quase duas décadas, mudar de médico de família, por se sentirem, alegadamente incompatibilizados com o que tinham. Agora, foi-lhes atribuído o de outros tempos, sendo que Maria José Caldeiras diz que não lhe foi dada escolha e foram obrigados a a aceitar o clínico em questão, o único com vagas disponíveis. “Se tivesse outra hipótese não o tinha escolhido a ele. Eu nunca pensei que ele se lembrasse do que se tinha passado há mais de 20 anos. Não houve discussões nem nada parecido. Um médico quando tem vaga tem de aceitar os doentes”, assinalou ainda a utente. “Mesmo que por lei ele seja obrigado a ser nosso médico, agora quem não o quer sou eu”, terminou. A utente já terá feito até mais que uma reclamação, no seguimento da alegada atitude do médico. Uma delas foi no livro de reclamações do centro de saúde e a outra à própria Ordem dos Médicos. “Até agora, ainda não recebi resposta de nenhum dos lados”, rematou. A Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste diz ter conhecimento da situação e da intenção de mudar de médico por parte destes utentes. É referido ainda que qualquer pessoa o pode fazer e que o pedido já se encontra em curso e será concretizado, de acordo com a disponibilidade de vagas legalmente atribuídas a cada clínico em funções. A ULS do Nordeste assegura ainda que os utentes têm acesso aos cuidados de saúde necessários, tendo-lhes sempre sido prestada a assistência adequada.

Jornalista: 
Carina Alves