CIM “preocupada” com encerramento do bloco de partos do hospital de Bragança

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Ter, 20/09/2022 - 15:32


O bloco de partos do Hospital de Bragança esteve sem funcionar desde a passada terça-feira, 13 de Setembro, até às 8h de sexta-feira, 16 de Setembro

Segundo a Unidade Local de Saúde do Nordeste, o encerramento esteve relacionado com a baixa de uma médica especialista. Para o bloco de partos estar a funcionar são precisos pelo menos dois médicos. Na ULS do Nordeste há três médicos desta especialidade, mas um estava de férias e outro de baixa, o que obrigou a “activar o plano de contingência”, impedindo que se realizassem partos no hospital de Bragança. A urgência de ginecologia e obstetrícia manteve-se a funcionar, mas as grávidas eram encaminhadas para o hospital de Vila Real, a cerca de 120 Km e a mais de uma hora de distância de carro, caso fosse preciso fazer o parto. A Unidade Local de Saúde do Nordeste abrange cerca de 130 mil utentes do distrito de Bragança, num total de três unidades hospitalares e 14 centros de saúde.

CIM não tolera encerramento

A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás- -os-Montes está “preocupada” com o encerramento, durante três dias, do bloco de partos do hospital de Bragança. A CIM, que abrange os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais, esteve, reunida com os responsáveis da ULS do Nordeste, tendo demonstrado “preocupação” e “disponibilidade” para ajudar a resolver o problema. “Não podemos aceitar que o único bloco de partos que existe no nosso território possa estar nem que seja um dia encerrado. Isso não aceitamos”, afirmou o presidente da CIM, Jorge Fidalgo. No início do ano, a CIM já tinha pedido uma reunião urgente com a ministra da Saúde, para arranjar soluções para a falta de profissionais no Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Bragança, mas nunca aconteceu. Perante o encerramento do bloco de partos esta semana, a Comunidade Intermunicipal voltou a pedir uma reunião, desta vez com o novo ministro da Saúde. “Esperemos que a nova equipa governativa do Ministério da Saúde nos receba o mais rapidamente possível, para expormos a nossa preocupação e para garantirmos que este problema não voltar acontecer”, disse, frisando que “não toleremos o encerramento do bloco de partos”.

Bloco de Esquerda questiona Governo sobre situação

O Bloco de Esquerda considera que o encerramento do bloco de partos é um “caso grave, que não poderia acontecer e que carece de medidas estruturais urgentes para garantir que não volta a repetir-se”. “Não se pode aceitar que um hospital com a dimensão e diferenciação do Hospital de Bragança possa ter a o serviço de ginecologia/ obstetrícia e o bloco de partos encerrado, deslocando as utentes para o hospital de Vila Real. A distância entre o Hospital de Bragança e do Vila Real é de 117 km, uma distância muito grande, que tem mais impacto para a população dos concelhos raianos, como por exemplo Freixo Espada a Cinta, Vinhais ou Miranda do Douro. Em alguns casos as utentes terão de percorrer mais de 150 km para poderem ser atendidas os seus cuidados de saúde”, referiu em comunicado. Disse ainda que “mesmo que se trate de uma situação absolutamente pontual, o Bloco de Esquerda considera que é imprescindível averiguar como foi possível chegar a este ponto bem como quais as medidas que estão a ser implementadas para assegurar que tal não volta a acontecer”. Por isso, questionou o Ministério da Saúde sobre o encerramento do bloco de partos, querendo saber se o Governo está a par desta situação, quantos médicos, enfermeiros, auxiliares são necessários para assegurar o normal funcionamento e escalas de trabalho do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do bloco de partos do hospital de Bragança e que medidas serão implementadas para garantir que esta situação não se repete.

Jornalista: 
Ângela Pais