Direcção da Cruz Vermelha vai ser afastada

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Sex, 10/08/2012 - 09:39


A direcção da delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai ser afastada pela direcção nacional da instituição.

A exoneração surge na sequência de alegadas irregularidades de gestão praticadas pela actual direcção.
O caso estalou no início do ano, quando algumas cartas anónimas foram distribuídas por várias instituições e entidades da cidade. As missivas davam conta de pagamentos efectuados a pessoas afectas ao Curso de Formação para a Inclusão, às quais se pedia que fizessem donativos à instituição, o que resulta numa prática irregular.
Num dos casos havia pagamentos efectuados a Cidália Queiroz, esposa do presidente da direcção. Na altura, Joaquim Queiroz recusou-se a explicar a situação, mas acabou por publicar um comunicado na imprensa regional, denunciando uma “campanha de difamação” contra a direcção da delegação de Bragança da CVP. Apesar dos desmentidos, a actual equipa directiva vai ser afastada pela direcção nacional. A decisão foi tomada numa reunião realizada em Março, a pedido do Conselho de Curadores da delegação de Bragança. Um dos pontos da ordem de trabalhos era “esclarecer sobre a veracidade dos rumores que circulavam acerca das práticas menos próprias ou menos regulamentares verificadas nesta delegação”, pode ler-se na acta a que o Jornal Nordeste teve acesso.
A reunião foi convocada pelo presidente da Direcção Nacional da CVP, que esteve representado pelo presidente da delegação de Vila Real. Além dos curadores, também estiveram presentes o secretário-geral da Cruz Vermelha Portuguesa e dois técnicos superiores daquela instituição, que deram conta das auditorias feitas à delegação de Bragança.
Além dos alegados pagamentos irregulares na formação, um dos pontos quentes da reunião foi “o desaparecimento do dossier pedagógico do Curso de Formação para a Inclusão” e a inexistência de um “relatório sobre a selecção dos formadores, como é exigido pelas normas que regem a administração destes cursos”.
O afastamento da actual direcção foi decidido por unanimidade e confirmado ao Jornal Nordeste pelo presidente da Direcção Nacional de Cruz Vermelha Portuguesa. Luís Barbosa adiantou que Fernando Freixo (ex-comandante distrital da PSP e vereador na Câmara de Bragança no mandato 1997-2001) já foi indigitado para suceder na direcção da delegação de Bragança.
Luís Barbosa salienta que o afastamento da actual direcção foi a solução encontrada para resolver o problema. “Algumas pessoas da direcção já se tinham demitido e outras colocaram o lugar à disposição”, afirma.
Contactado pelo Jornal Nordeste, Joaquim Queiroz não quis fazer comentários, alegando ainda não ter conhecimento oficial da substituição.
Já Fernando Freixo também recusou prestar declarações antes do seu nome ser confirmado pelo Conselho de Curadores.