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Estórias em Pombares

Ter, 08/01/2008 - 10:39


Para lá do nevoeiro, surgem montes e vales banhados pelo sol. Telas verdes e douradas dilaceradas por uma estrada que parece levar-nos a um local onde o tempo teima em arrastar-se e dominar o quotidiano de cerca de 35 pessoas.

Sem pressas nem confusões, a vida corre ao ritmo dos habitantes de Pombares, a 30 quilómetros de Bragança.
Vizinha da serra de Nogueira, esta localidade é servida pelo IP4 e pela Estrada Nacional 15, que se constituem como as principais ligações a Bragança.
Sendo a menos populosa de todo o concelho, Pombares aparece associada a muitas histórias e dizeres populares que invocam nomes de Santos, feitos milagrosos e um local entretanto já desaparecido.
Desde os mais novos aos idosos, todos conhecem as histórias da antiga povoação de Teixedo, no termo de Pombares, que terá começado a entrar em declínio no final do século XVIII, inícios do seguinte.
Conta-se, ainda, que a actual freguesia foi fundada por alguns habitantes de Teixedo que fugiram a uma praga de formigas e à insalubridade da localidade. No entanto, a última família de Teixedo terá partido para Pombares, já no início do século XIX, após a morte do marido, restando, apenas, a esposa.
Diz-se, também, que a Ordem do Hospital, no tempo das Inquirições do século XIX, terá tido fazendas naquela localidade, cujo nome está relacionado com uma espécie de árvores abundantes em terrenos frios e húmidos.
Segundo o Abade de Baçal, das simples habitações de Teixedo restam “montões de pedregulhos”.

Capelas da freguesia estão associadas ao culto das águas e protecção dos automobilistas

Também naquela antiga povoação ergue-se uma capela dedicada ao orago da freguesia, São Frutuoso, e que se associa ao culto das águas. Existe, ainda, uma “fonte milagrosa” que terá sido benzida pelo próprio Santo e que “cura” doenças e problemas de animais enfermos oriundos de diversas localidades vizinhas.
Já em Pombares, pode conhecer-se a capela de São Cristóvão, protector dos automobilistas, bem como a igreja paroquial da freguesia, invocada a São Frutuoso.
A par da riqueza patrimonial e histórica, aquela aldeia oferece aos visitantes uma “paisagem única e indescritível”, sublinhou o presidente da Junta de Freguesia de Pombares, Afonso Domingues.
Segundo o responsável, a autarquia pretende, ainda, criar um Museu Rural, de modo a “dinamizar a aldeia e a atrair mais visitantes”.
A par dos problemas resultantes do envelhecimento da população e desertificação de Pombares, os habitantes queixam-se da falta de transportes para as cidades mais próximos, o que os obriga a “alugar um táxi ou, em caso mais grave, chamar a ambulância”, informou José Afonso, um dos residentes.
Trata-se de uma situação que Afonso Domingues espera ver resolvida ainda no início deste ano. “Pedimos à Câmara Municipal para garantir a vinda de um autocarro à aldeia, pelo menos uma vez por semana”, referiu o autarca.