Ginásios abrem depois da Páscoa mas empresários queixam-se de dificuldade económicas

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Ter, 16/03/2021 - 14:43


Os ginásios podem abrir já depois da Páscoa, mas sem a realização de aulas colectivas.

Os proprietários destes espaços têm vindo a apelar que fossem dos sectores prioritários a abrir portas, referindo que está em causa a saúde física e mental, salientando que, em Bragança, nem foram registados surtos de Covid-19 nos ginásios. Jorge Costa, proprietário da Academia JDC, em Bragança, reiterou que faz sentido abrir os ginásios, porque “nunca foi um foco de contágio” e também porque querem “ser parte da solução e não do problema”. “Estamos preparados, queremos trabalhar”, afirmou. O facto de terem estado fechados cerca de três meses no primeiro confinamento e agora mais de dois meses neste confinamento, está a deixar estes empresários com pés e mãos atadas. O online foi uma opção, mas em nada se compara à adesão presencial. Jorge Costa disse ter reduzido para metade os clientes, já Pedro Costa, proprietário da Academia 53, também em Bragança, admitiu que tem sido difícil manter os poucos clientes a quem ainda dá aulas através do online. “Tem sido muito difícil. Nós temos um planeamento de serviço online, mas tem sido difícil, porque no início a malta aderiu e gostou, mas cada vez mais está a ser difícil manter os nossos clientes activos”, referiu Pedro Costa. O empresário destacou ainda que todos os dias é questionado sobre a abertura do ginásio. “Todos os dias me mandam mensagem a perguntar ‘Pedro quando é que começamos? Quando é que voltamos? Quando é que vai abrir?’ e como cumprimos todas as regras propostas pela DGS o pessoal sente-se seguro”. Estes espaços foram dos que mais investiram em medidas de higienização e segurança, desde álcool gel, desinfecção constante das máquinas, uso de máscara, distanciamento de três metros entre clientes e utilização de acrílicos para garantir a segurança. Um investimento que, segundo os proprietários, deixa mais seguras as pessoas que frequentam estes espaços. Desde que começou a pandemia estiveram fechados praticamente seis meses o que leva a que todos respondam “muito difícil” quando a pergunta é “como se mantém um negócio nestas condições?”. Rui Sousa, proprietário do Brifitness, outro ginásio em Bragança, disse que já foi obrigado a dispensar dois funcionários. “Isto para nós é inconcebível, incomportável e estamos a chegar a um limite financeiro e de paciência que já não dá mais”, admitiu. Segundo o empresário os apoios do Governo, como o Lay-off e os empréstimos, não são suficientes, porque há outras despesas para além do pagamento de ordenados, como as rendas, a segurança social, a electricidade e a água. “Isto é uma realidade muito complicada. Há 12 meses que estamos nesta pandemia, estivemos seis meses fechados. Qual é a economia de uma empresa que pode continuar saudável quando está seis meses fechada sem facturar um único euro? E com as ajudas que temos são zero ou muito próximo de zero”, afirmou. O ginásio Corpus, em Bragança, também recorreu ao online, mas está longe de facturar o que facturava. A pandemia levou-lhe 80por cento dos clientes porque, apesar de se tratar de um lugar com todas as medidas de segurança, algumas pessoas deixaram de frequentar locais fechados, como os ginásios. O proprietário, Bruno Gonçalves, reconheceu também as dificuldades de manter o negócio. “Todas as ajudas que nos estão a ser dadas estão a ser canalizadas para pagar o básico, como os serviços de electricidade, água, renda e mesmo assim não chega”, referiu. Também ele recorreu às aulas online, mas frisou que “não vai preencher a falta de aulas presenciais”. “Numa aula online se calhar temos 12 ou 13 pessoas e online fica difícil arranjar cinco ou seis.

Jornalista: 
Ângela Pais